Entrevista

por Orson Peter Carrara

Experiências e lembranças
que ficam e mostram a importância das vivências


 
Natural de Jaú e residente em Bauru, ambos municípios paulistas, Márcia Maria Mazolla Paris Ewald (foto) é formada em Letras e aposentada como Técnico Tributário da Secretaria da Fazenda do Estado. Nas lides espíritas, participa do Centro Espírita Amor e Caridade, na cidade onde reside, no qual integra como suplente o Conselho Fiscal e atua como palestrante, coordenadora das atividades mediúnicas e em outros serviços voluntários.

 

Sendo de família espírita, o que mais a marcou desde a infância?

Lembro-me perfeitamente do meu primeiro dia no centro espírita. Aos 6 anos, fui levada pelo meu pai, para iniciar o “catecismo espírita”. Minha primeira evangelizadora foi d. Olivia Acayaba. 

Que memórias mais marcantes você guarda dos tempos de mocidade espírita, das confraternizações, dos eventos regionais?

São tantas que se torna difícil enumerar algumas. As amizades criadas, as viagens que fazíamos para participar dos encontros, tudo regado a muito otimismo. Cada vez que encontramos um amigo dessa época um fato vem à tona, gerando boas lembranças. A propósito, em 2019 conseguimos reunir em Jaú um grupo de jovens senhores e senhoras, ex-participantes das COMENOESPs (Confraternização de Mocidades Espíritas do Noroeste do estado de São Paulo) para relembrarmos os “bons tempos”. Pretendíamos fazer esse encontro anualmente, mas a pandemia frustrou nossos planos. Criamos, no entanto, um grupo de WhatsApp.  

Você que viveu muito tempo em Jaú, vinculada ao Centro Espírita Verdade e Luz, o que gostaria de dizer daquela instituição?

Lembro aquela frase, o primeiro amor a gente não esquece. Nascida em família espírita, meu primeiro contato com o estudo metódico espírita foi lá. E me apaixonei, passei pela mocidade, evangelização infantil, monitora de curso, expositora, e nos anos de 1992 e 1993 assumi a presidência daquela casa. São só lembranças boas, tanto dos fatos como das pessoas.

Seu pai, Luiz Paris, foi sempre atuante. Qual a principal marca que ele deixou para sua vivência espírita atual?
Realmente, parabenizo meu pai pelo trabalho espírita desenvolvido em Jaú, não somente dentro da casa espírita. A mensagem resumida seria: não estamos aqui a passeio, o mundo espera muito de cada um de nós. 

E, agora residindo em Bauru, vinculada ao Centro Espírita Amor e Caridade (onde atuou Richard Simonetti), o que seu coração lhe diz?

Viemos para Bauru, eu e meu marido, por questões de trabalho, em 2001. Aqui nos estabelecemos e minha prioridade era encontrar um centro espírita. Assim cheguei ao CEAC. Começamos frequentando as palestras, e tudo fluiu rapidamente. Comecei com a evangelização espírita da infância e fui me envolvendo com o trabalho e com pessoas maravilhosas.

O que mais lhe chama atenção no pensamento espírita?

A lógica e clareza.

E a experiência de palestrar, o que lhe traz?

Eu já fazia palestras em Jaú, mas chegando aqui senti uma diferença. A casa era bem maior, a frequência idem, os expositores “de peso”. Mas a USE daqui estava promovendo o 4º Curso Falando com Amor e fui convidada a participar.
Fiz o curso e fui aprovada. Comecei fazendo palestras às terças-feiras à tarde. Depois passei para as palestras da noite e até hoje componho a equipe de palestrantes do CEAC, percorrendo também outros centos espíritas de Bauru e região. Além de possibilitar contato com mais pessoas, o aprendizado é enorme.

Como é integrar equipe coordenadora de reuniões mediúnicas de uma instituição que, como se sabe, mantém dezenas de reuniões mediúnicas? Relate essa experiência e dinâmica de coordenação.

É desafiador e fascinante ao mesmo tempo. Somos uma equipe de 9 pessoas, subordinadas à Diretoria de Doutrina do CEAC. Nossa proposta é integrar os grupos mediúnicos, pois atualmente o CEAC possui 74 Grupos Mediúnicas (GMs), com reuniões ocorrendo de segunda a segunda, manhã, tarde e noite. A ideia não é uniformizar, mas bimestralmente, nos meses pares, organizamos a Reunião de Participantes de Grupos Mediúnicos, na qual todos são convidados a participar. Nós organizamos e damos suporte a quem quiser participar. Como exemplo, em outubro deste ano tivemos uma “Parte artística” e também “O livro transformador”, atividade em que um GM escolhe um livro estudado pelo grupo que de alguma maneira transformou, mexeu com as pessoas. Outra atividade desenvolvida foi o “Aprendendo entre nós”, em que integrantes de GMs diferentes reúnem-se e abordam assunto relacionado à Doutrina, o qual nesse mês foi Mediunidade. E outras também, e isso possibilita que GMs das segundas-feiras à noite tenham, por exemplo, contato com GMs das quintas-feiras à tarde.

Algo marcante que gostaria de relatar ou acrescentar?

A coerência da Doutrina, que não nos apresenta pontos cegos. E percebo que cada vez mais as casas espíritas procuram estimular cursos para a sua divulgação.

Suas palavras finais.

Agradeço o convite para participação nesta entrevista, sinto-me honrada. É muito interessante passarmos nossa vivência dentro da Doutrina Espírita, para estimular mais pessoas a conhecerem essa dádiva.

 
 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita