A vitória sobre a depressão
Allan Kardec uniu o Magnetismo ao Espiritismo e alertou
que, se abríssemos distância da “ciência irmã”, nossa
doutrina se imobilizaria:
“O Magnetismo e o Espiritismo são, com efeito, duas
ciências gêmeas, que se completam e se explicam uma pela
outra, e das quais aquela das duas que não quer se
imobilizar, não pode chegar a seu complemento sem se
apoiar sobre a sua congênere; isoladas uma da outra,
elas se detêm num impasse.” (Revista Espírita,
janeiro de 1869)
Estivemos, por muitas décadas, dispensados da
verificação de eficácia nas práticas do passe e da
imposição de mãos. Saímos da zona de conforto há um
quarto de século, quando Jacob Melo, em seus estudos
práticos do passe magnético, descobriu algo
extraordinário: a cura da depressão por meio de
sequências de passes dispersivos, um processo que pode
ser concluído em apenas alguns meses.
No entanto, muitos preferiram permanecer inertes,
alongando o ponto de virada até os dias de hoje. Ao
desconsiderarem esse poder transformador, ignoram o
compromisso com a progressividade da ciência espírita e
condenam um vasto número de irmãos a uma enfermidade de
longo curso. Em O Evangelho segundo o Espiritismo,
capítulo V, lemos: 'Não digais, pois, quando virdes
atingido um dos vossos irmãos: “É a justiça de Deus,
importa que siga o seu curso.” Dizei antes: “Vejamos que
meios o Pai misericordioso me concedeu, para aliviar o
sofrimento de meu irmão.”
A realidade é clara: no Brasil, são 23 milhões de
pessoas que sofrem de depressão. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde, 11,5% da população mundial
é afetada por esse mal, e considerando que o Brasil tem
260 milhões de habitantes, chegamos à trágica cifra de
23 milhões de pessoas em sofrimento. Façamos uma
reflexão simples. Se, na média, cada centro espírita
curasse 100 pessoas por ano, em 30 anos, 23 milhões de
vidas estariam restauradas.
Alertam-nos a Revelação Espírita e o Novo Testamento
sobre as consequências da omissão diante dos talentos
recebidos. Kardec nos adverte: “É preciso fazer o bem,
no limite das próprias forças, pois cada um responderá
por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que
deixou de fazer.” (Questão 642, de O Livro dos
Espíritos.)
A Parábola ensina que todo talento dispersado encontrará
meios de reparação: “retirem dele o talento e lancem-no
nas trevas exteriores onde haverá choro e ranger de
dentes”. (Mateus 25:14-30.)