Artigos

por Maria de Lurdes Duarte

 

Estamos preparados para 2025?


O ano de 2024 terminou e é já chamado de ano velho. Um novo ano começou. 2025 chegou, cheio de esperanças renovadas, promessas de renovação e votos de realização dos mais diversos sonhos.

Apenas mais um dia no calendário e, no entanto, um ciclo que se encerra e outro que inicia. É a vida, na sua intensa e imparável caminhada, a seguir em frente, na ânsia de empurrar o tempo e se renovar a cada instante, plena de anseios que se aprofundam em cada novo ciclo. A vida é assim. Feita de ciclos. Em cada um que se inicia, fazemos a nós próprios a promessa de mudanças: mudança de hábitos, de atitudes, de limpar pensamentos e atos de tudo o que é velho e de que nos queremos libertar. Vivemos na esperança de cultivarmos em nós o Homem novo, o que a cada ano será mais saudável, mais ativo, mais dinâmico, mais inovador, e acima de tudo, mais feliz.

É o que todos queremos, neste início de ano. Que este 2025 nos coloque um pouquinho mais perto da felicidade. Um pouquinho, pelo menos, mas se puder ser muito, melhor ainda. Embora a noção de felicidade seja subjetiva, relativa a cada um de nós, o desejo de alcançar é comum a todos. Atrevo-me a dizer, até que é comum a todos os seres da Criação, e não apenas aos humanos. Conseguiremos fazer deste um ano melhor, mais feliz? Depende de cada um, e de todos ao mesmo tempo. Vivemos vidas de relação, em que é impossível alcançar algo a não ser de uma forma solidária, em que todos e cada um lute pela sua e pela felicidade dos outros. Talvez seja isso parte do que nos está faltando: percebermos que não conseguimos atingir os nossos objetivos sozinhos, que é no relacionamento com os outros que se obtêm as realizações mais válidas e duradouras.

O Mundo carece de relações positivas, pautadas pelo equilíbrio e pela harmonia, que levem à conquista da Paz. E não falo apenas da Paz entre Nações, falo também da Paz interior e da Paz entre pares diretos, sem as quais a “Paz no Mundo” de que tantas vezes falamos, é um estado impossível de alcançar. Não passaremos de palavras se as ações não nos levarem a sair da concha de proteção contra o Outro, como se o Outro fosse o inimigo. Não é. O nosso inimigo somos nós, as nossas inseguranças, os nossos medos, os nossos preconceitos, as nossas ideias ultrapassadas, individualistas, repletas de fobias. Estou cada vez mais convencida que as fobias que temos do Outro, são apenas a fobia de nós próprios. Temos medo de tudo o que é diferente porque estamos pouco ou nada seguros de nós mesmos, dos nossos ideais, das nossas convicções, do nosso real valor.

Vivemos uma época de mudanças. E não é só de ano do calendário. Cada vez as mudanças são mais aceleradas e drásticas. Cada vez os ciclos se fecham com maior rapidez, sem esperar pelos 365 ou 366 dias do calendário. O Mundo está a mudar. Nós estamos a mudar. Deste modo, a passagem de um ano velho para um novo, e a consequente renovação de propósitos, adquire novos significados. Mas, será o caso de deitar tudo o que é “velho” fora? O que somos e o que fomos até aqui define o que viremos a ser no futuro. Ano Novo é tempo de reflexão, de autoanálise, de aproveitar tudo o que temos sido como uma aprendizagem válida, necessária e imprescindível. Nada seremos de bom se não pegarmos em tudo o que somos e não aprendermos com tudo isso. Tanto os acertos como os erros são passos importantes para a aprendizagem da vida. Sim, porque a vida é apenas uma aprendizagem. Nada mais do que isso. Vivemos para aprender. Erramos porque estamos apenas a aprender, somos imaturos e inconsequentes. Acertamos porque, apesar de tudo, já aprendemos algo, já colhemos a partir do erro e crescemos.

Se é preciso mudar… mudemos. Erramos? Procuremos acertar na próxima. Acertamos? Congratulemo-nos e sigamos adiante, que ainda estamos longe de ser perfeitos. Temos necessidade de pedir desculpa? Façamo-lo. Sem hesitações. Lembremo-nos da vida de relação e dos relacionamentos positivos imprescindíveis à caminhada da vida. 2025 poderá ser o ano de viragem. É o que prometemos a nós mesmos no início de cada ano. Este não foge à regra. Será, certamente, um ano de colheita de tudo o que temos sido até ao instante atual, a colheita de nós mesmos. Será, com toda a certeza também, um ano de novas sementeiras para mais tarde colher. Disso não poderemos fugir. “A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória”. O que quer isto dizer? Quer dizer que semearemos o que quisermos e colheremos o que semearmos.

2025 será um ano de realizações. Essa é uma certeza. Que género de realizações? Boas? Más? Está nas nossas mãos decidir. E levar as decisões até ao fim, que é o mais difícil. Votos de um excelente 2025 para todos nós!


Maria de Lurdes Duarte reside em Arouca, Portugal.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita