Estamos preparados para 2025?
O ano de 2024 terminou e é já chamado de ano velho. Um
novo ano começou. 2025 chegou, cheio de esperanças
renovadas, promessas de renovação e votos de realização
dos mais diversos sonhos.
Apenas mais um dia no calendário e, no entanto, um ciclo
que se encerra e outro que inicia. É a vida, na sua
intensa e imparável caminhada, a seguir em frente, na
ânsia de empurrar o tempo e se renovar a cada instante,
plena de anseios que se aprofundam em cada novo ciclo. A
vida é assim. Feita de ciclos. Em cada um que se inicia,
fazemos a nós próprios a promessa de mudanças: mudança
de hábitos, de atitudes, de limpar pensamentos e atos de
tudo o que é velho e de que nos queremos libertar.
Vivemos na esperança de cultivarmos em nós o Homem novo,
o que a cada ano será mais saudável, mais ativo, mais
dinâmico, mais inovador, e acima de tudo, mais feliz.
É o que todos queremos, neste início de ano. Que este
2025 nos coloque um pouquinho mais perto da felicidade.
Um pouquinho, pelo menos, mas se puder ser muito, melhor
ainda. Embora a noção de felicidade seja subjetiva,
relativa a cada um de nós, o desejo de alcançar é comum
a todos. Atrevo-me a dizer, até que é comum a todos os
seres da Criação, e não apenas aos humanos.
Conseguiremos fazer deste um ano melhor, mais feliz?
Depende de cada um, e de todos ao mesmo tempo. Vivemos
vidas de relação, em que é impossível alcançar algo a
não ser de uma forma solidária, em que todos e cada um
lute pela sua e pela felicidade dos outros. Talvez seja
isso parte do que nos está faltando: percebermos que não
conseguimos atingir os nossos objetivos sozinhos, que é
no relacionamento com os outros que se obtêm as
realizações mais válidas e duradouras.
O Mundo carece de relações positivas, pautadas pelo
equilíbrio e pela harmonia, que levem à conquista da
Paz. E não falo apenas da Paz entre Nações, falo também
da Paz interior e da Paz entre pares diretos, sem as
quais a “Paz no Mundo” de que tantas vezes falamos, é um
estado impossível de alcançar. Não passaremos de
palavras se as ações não nos levarem a sair da concha de
proteção contra o Outro, como se o Outro fosse o
inimigo. Não é. O nosso inimigo somos nós, as nossas
inseguranças, os nossos medos, os nossos preconceitos,
as nossas ideias ultrapassadas, individualistas,
repletas de fobias. Estou cada vez mais convencida que
as fobias que temos do Outro, são apenas a fobia de nós
próprios. Temos medo de tudo o que é diferente porque
estamos pouco ou nada seguros de nós mesmos, dos nossos
ideais, das nossas convicções, do nosso real valor.
Vivemos uma época de mudanças. E não é só de ano do
calendário. Cada vez as mudanças são mais aceleradas e
drásticas. Cada vez os ciclos se fecham com maior
rapidez, sem esperar pelos 365 ou 366 dias do
calendário. O Mundo está a mudar. Nós estamos a mudar.
Deste modo, a passagem de um ano velho para um novo, e a
consequente renovação de propósitos, adquire novos
significados. Mas, será o caso de deitar tudo o que é
“velho” fora? O que somos e o que fomos até aqui define
o que viremos a ser no futuro. Ano Novo é tempo de
reflexão, de autoanálise, de aproveitar tudo o que temos
sido como uma aprendizagem válida, necessária e
imprescindível. Nada seremos de bom se não pegarmos em
tudo o que somos e não aprendermos com tudo isso. Tanto
os acertos como os erros são passos importantes para a
aprendizagem da vida. Sim, porque a vida é apenas uma
aprendizagem. Nada mais do que isso. Vivemos para
aprender. Erramos porque estamos apenas a aprender,
somos imaturos e inconsequentes. Acertamos porque,
apesar de tudo, já aprendemos algo, já colhemos a partir
do erro e crescemos.
Se é preciso mudar… mudemos. Erramos? Procuremos acertar
na próxima. Acertamos? Congratulemo-nos e sigamos
adiante, que ainda estamos longe de ser perfeitos. Temos
necessidade de pedir desculpa? Façamo-lo. Sem
hesitações. Lembremo-nos da vida de relação e dos
relacionamentos positivos imprescindíveis à caminhada da
vida. 2025 poderá ser o ano de viragem. É o que
prometemos a nós mesmos no início de cada ano. Este não
foge à regra. Será, certamente, um ano de colheita de
tudo o que temos sido até ao instante atual, a colheita
de nós mesmos. Será, com toda a certeza também, um ano
de novas sementeiras para mais tarde colher. Disso não
poderemos fugir. “A sementeira é livre, mas a colheita é
obrigatória”. O que quer isto dizer? Quer dizer que
semearemos o que quisermos e colheremos o que semearmos.
2025 será um ano de realizações. Essa é uma certeza. Que
género de realizações? Boas? Más? Está nas nossas mãos
decidir. E levar as decisões até ao fim, que é o mais
difícil. Votos de um excelente 2025 para todos nós!
Maria de Lurdes Duarte reside
em Arouca, Portugal.
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