Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Pais de uma criança enferma


Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo.
 Mario Quintana 


Conheço a Dona Neusa. Ela tem uma filha de 9 anos com câncer. 

Diagnosticada antes de completar seis anos, a filha e a mãe passam grande parte do tempo no hospital, obedientes às exigências da doença, com o sofrimento de quem tem o corpo bastante fragilizado, uma infância misturada a quadros de dor costumeiros… 

Pais que acompanham seus filhos doentes também precisam de cuidados. Prestar muita atenção no estado espiritual, na condição emocional, respeitar as necessidades de alimento e descanso, pedir ajuda sempre que se sentir vulnerável. 

Se a doença é um caminho para quem a enfrenta, também é uma jornada (difícil) para os pais que convivem, no dia a dia, com seus filhos enfermos.

No geral, a rotina desses pais é bem cansativa. As terapias e consultas podem ser frequentes e muitos se cobram excessivamente. O dia a dia desgastante pode gerar um quadro conhecido como “estresse do cuidador”, muito comum em cuidadores de pessoas com doenças crônicas ou degenerativas, por exemplo.

Pais que acompanham filhos que enfrentam enfermidades severas precisam aceitar, muitas vezes, estados de frustração, raiva, tristeza. Isso não implica ser uma mãe inadequada ou um pai insuficiente, mas sim reconhecer fragilidade, imperfeição, necessidade de apoio ou de ajuda especializada. 

Os pais são seres humanos. Assim como os filhos necessitam de cuidados, eles também precisam zelar por sua individualidade, reservando, por exemplo, algumas horas do dia para si. Há a necessidade de comer, dormir, descansar e ter momentos de lazer… E, considerando a rotina de cuidado com o filho enfermo, dependem de apoio na gestão da família e da casa. 

A doença de uma criança pode significar enormes fardos psicológicos, financeiros, emocionais e físicos para os pais. Quando os pais se unem, trabalham juntos, torna-se mais fácil superar os desafios cotidianos.  Ademais, para mitigar a preocupação, reduzindo temores, anseios, é essencial os pais manterem uma boa comunicação com o médico ou equipe que cuida da criança enferma. Desse modo, terão mais confiança e clareza para cuidarem juntos da sua criança…

 

Notinhas

Ajuda muito os pais aprenderem o máximo possível sobre o quadro clínico do filho de fontes confiáveis, como o pediatra da criança e fontes médicas seguras. As informações obtidas na internet nem sempre são precisas, e os pais devem confirmá-las, portanto, com seus médicos. Os médicos podem, com frequência, encaminhar os pais a grupos de apoio ou a outras famílias que já encararam problemas semelhantes e podem oferecer informações e apoio emocional. E que ninguém se esqueça da importância da oração para o equilíbrio da família e a saúde da criança e de todos a ela vinculados.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita