Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Ação e reação; persistência


Boas sementes florescem


Alberto, todos os dias, ia de ônibus para o trabalho. Ele morava numa vila, um pouco distante da cidade, por isso o percurso era demorado.

Mas Alberto não se importava, já estava acostumado. Sentava-se sempre ao lado da janela e ia prestando atenção na paisagem. 

No caminho, o ônibus passava por um trecho de estrada. Era a parte mais monótona do trajeto. Não havia casas, nem comércio, apenas o acostamento e o mato.

A estrada fora construída numa parte elevada do terreno e só se via a paisagem ao longe.

Depois de certo tempo, passando por ali todos os dias, Alberto teve a ideia de atirar sementes pela janela, na tentativa de que algumas florescessem e embelezassem seu caminho. E assim ele passou a fazer.

Todas as sementes que ele conseguia, de frutas, ou de flores, guardava e depois as lançava na beira da estrada.

Muito tempo se passou e Alberto, observador como era, sempre procurava ver os frutos do seu empenho, brotando e crescendo ao longo da estrada.

De vez em quando, ele via uma flor da espécie que ele tinha semeado. Algumas poucas mudas conseguiam se desenvolver ali. O calor da estrada, o vento dos veículos pesados e o mato prejudicavam bastante o crescimento das plantas.

Alberto sabia dessas dificuldades, mas persistia mesmo assim. Recolher e lançar as sementes já havia se tornado um hábito para ele.

Os colegas do ônibus também já estavam habituados a ver Alberto jogar suas sementes. Um dia, um deles argumentou:

– Alberto, não adianta! Ali não cresce nada. É uma ou outra semente que consegue brotar. Não sei por que você insiste nisso.

– As plantas fazem tão bem! O mundo precisa tanto delas! Talvez seja a única chance dessas sementes. Pelo menos dou uma oportunidade a elas. Não me custa nada – respondeu Alberto, determinado.

E, assim, vários anos se passaram. Houve períodos em que Alberto semeou bastante. Houve fases em que ele ficou um bom tempo sem semear. Mas ele sempre manteve sua atividade de propagar as boas sementes, mesmo sem ver a maioria delas crescer.

Certo dia, o ônibus quebrou. O motorista teve que encostar o veículo no acostamento e avisou os passageiros que teriam que esperar até que outro ônibus da empresa pudesse vir buscá-los.

Os passageiros se incomodaram, mas, sem ter alternativa, tiveram que esperar. Depois de alguns minutos, o motorista abriu a porta e alguns desceram para caminhar um pouco.

Alberto foi um deles. Ele gostava de observar a paisagem. Desceu do ônibus e, caminhando um pouco, conseguiu enxergar o vale abaixo da estrada.

Estava cheio de flores coloridas e árvores de todos os tamanhos. Além das plantas, havia passarinhos e borboletas. Todo o vale era um ambiente de natureza rica e agradável.

Alberto sentiu uma felicidade enorme. Ele conseguia identificar várias espécies de plantas que eram das sementes que ele costumava jogar. Percebeu que aquela linda paisagem era fruto da sua semeadura e sentiu-se muito realizado.

O vento havia levado a maioria das sementes que ele jogava, e só mais adiante é que elas conseguiram germinar. E não eram somente elas. O crescimento dessas plantas, criava condições para que outras sementes, trazidas de outros locais pelo vento, pela água da chuva ou pelos animais, conseguissem se desenvolver ali também, aumentando a diversidade de espécies vegetais e animais daquele local.

Outros passageiros do ônibus viram a mesma coisa e, também percebendo a situação, vieram abraçar Alberto, cumprimentando-o. Todos ficaram felizes com aquele momento tão especial!

A alegria de todos era por constatarem que vale a pena persistirmos nas boas ações, mesmo que os resultados não sejam imediatos, ou que não aconteçam próximo de nós.

As boas ações são como boas sementes e, mesmo que leve algum tempo, de alguma forma, florescem em algum lugar!  

 


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