E depois da morte?
Meu avô paterno, Astolfo Olegário de Oliveira,
instantes antes da desencarnação, junto de quase
todos os filhos, descreveu, muito emocionado, o
ambiente espiritual que o cercava. Não era
médium, mas a proximidade da morte lhe dilatou a
visão espiritual. Viu minha avó paterna, Anita
Borela, um grande amigo das lides espíritas,
Abel Gomes, e outros amigos desencarnados.
Trata-se de um fenômeno relativamente comum.
Muitas pessoas, de diferentes religiões, se
interessam por esse assunto: o que acontece
depois da morte?
Conta-se que um padre residente em Juiz de Fora
(MG), muito preparado, inteligente e
espirituoso, dirigia um seminário de final de
semana para jovens católicos. No momento das
perguntas, um rapaz apresentou-lhe essa
questão: o que se dá depois da morte?
Sua resposta surpreendeu a todos:
- Meus amigos, vamos deixar que os espíritas
estudem sobre a morte. A nós cabe estudarmos
sobre a vida.
Dentre os espíritas que estudaram sobre a morte,
destaca-se o filósofo italiano, Ernesto Bozzano.
Ele estudou o assunto em um livro denominado A
crise da morte. Segundo ele, grande parte dos
Espíritos que se comunicaram através dos médiuns
afirmam:
1º) se terem encontrado novamente com a forma
humana;
2º) terem ignorado, durante algum tempo, que
estavam mortos;
3º) haverem passado, no curso da crise
pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da
reminiscência sintética de todos os
acontecimentos da existência que se lhes acabava
(“visão panorâmica”);
4º) terem sido acolhidos no mundo espiritual
pelos Espíritos das pessoas de suas famílias e
de seus amigos mortos;
5º) haverem passado, quase todos, por uma fase
mais ou menos longa de “sono reparador”;
6º) terem-se achado num meio espiritual radioso
e maravilhoso (no caso de mortos moralmente
normais) e num meio tenebroso e opressivo (no
caso de mortos moralmente depravados);
7º) terem reconhecido que o meio espiritual era
um novo mundo objetivo, substancial, real,
análogo ao meio terrestre espiritualizado;
8º) haverem aprendido que isso era devido ao
fato de que, no mundo espiritual o pensamento
constitui uma força criadora, por meio da qual
todo Espírito existente no “plano astral” pode
reproduzir em torno de si o meio de suas
recordações;
9º) não terem tardado a saber que a transmissão
do pensamento é a forma da linguagem espiritual,
se bem certos Espíritos recém-chegados se iludam
e julguem conversar por meio da palavra;
10º) terem verificado que, graças à faculdade da
visão espiritual, se achavam em estado de
perceber os objetos de um lado e outro, pelo seu
interior e através deles;
11º) haverem comprovado que os Espíritos se
podem transferir temporariamente de um lugar
para outro, ainda que muito distante, por efeito
apenas de um ato da vontade, o que não impede
também possam passear no meio espiritual, ou
voejar a alguma distância do solo;
12º) terem aprendido que os Espíritos dos mortos
gravitam fatalmente e automaticamente para a
esfera espiritual que lhes convém, por virtude
da “lei de afinidade”.