Diferenças monoteístas das Igrejas
cristãs
Das igrejas cristãs mais antigas, destacam-se a Católica
e a Oriental Ortodoxa separada do papa em 1054, hoje
menos separadas. Essa separação não foi só por questões
religiosas, mas também políticas entre os dois Impérios
Romanos, o do Ocidente com sua capital Roma e o do
Oriente com a capital Constantinopla.
Apesar das suas polêmicas internas, sobressai o cuidado
que sempre deram ao seu monoteísmo, estando à frente
nisso a Igreja Oriental Ortodoxa. É o que tentaremos
demonstrar no decorrer deste artigo.
É inquestionável que a Igreja Católica é monoteísta. Mas
alguns fatos criados por ela deixam seu monoteísmo
confuso. O primeiro foi o do Concílio Ecumênico de
Constantinopla de 325, que declarou que Jesus Cristo é
também Deus e da mesma substância (“homoousios” em
grego) de Deus Pai. Mas na verdade, Deus não é
substância, pois, não é matéria e sim Espírito. Nesse
equívoco, tem que se dar aos teólogos daquela época uma
tolerância, uma vez que a Ciência daquele tempo ainda
era pouco desenvolvida. Talvez, fosse melhor os teólogos
terem dito, de acordo com seu entendimento, que Jesus
Cristo era da mesma natureza de Deus Pai. Mas eu diria,
sem entrar em detalhes, que o melhor mesmo seria que
eles dissessem que Jesus Cristo tinha sintonia com Deus
Pai. Isso tem sentido, pois quando um médium recebe um
espírito, é porque tem sintonia com o espírito
comunicante. Lembremo-nos do que disse Jesus: Eu e o Pai
somos um, isto é, em sintonia dos dois espíritos. Mas
não em identidade, que de Deus Pai é uma e a de Jesus é
outra.
No sinal da cruz da Igreja Católica, como já vimos em
outros momentos, quando se fala do Filho, a mão é levada
ao lado esquerdo do peito, e quando se diz Espírito
Santo, a mão toca o lado direito do peito. Já os
ortodoxos fazem o contrário. Quando falam no Espírito
Santo, levam a mão do lado esquerdo do peito. E na
Bíblia, é dito que Jesus Cristo senta à direita de Deus
Pai. Do que demonstramos, ficou claro que os ortodoxos
valorizam menos o Espírito Santo do que os católicos.
Vamos agora à doutrina do “Filioque” do Concílio
Ecumênico de Lyon, França, em 1274. “Filioque” em latim
quer dizer “e do Filho”. Os católicos dizem, com essa
expressão, que o Espírito Santo procede do Pai e do
Filho. Mas os ortodoxos ensinam que o Espírito Santo
procede só do Pai, demonstrando aqui que Jesus Cristo
não é Deus, dando, pois, força ao monoteísmo.
Para a teologia espírita, mais ligada à da Igreja
ortodoxa, o Espírito Santo representa todos os espíritos
manifestantes, como já acontecia muito antes da Doutrina
Trinitária, defendendo, assim, o monoteísmo do único
Deus, o Deus Pai.
N.R. - Na
questão 312 do livro O Consolador, obra
psicografada pelo médium Chico Xavier, Emmanuel diz que
o termo Espírito Santo designa a legião dos Espíritos
redimidos e santificados que cooperam com o Divino
Mestre, desde os primeiros dias da organização
terrestre.
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