A imperiosa reparação
"Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás daí
enquanto não pagares o último ceitil." (Mateus,
5:26.)
O Espírito imortal, nas suas incontáveis reencarnações,
acumula experiências de diversas ordens. O
livre-arbítrio, dádiva de Deus, faculta-lhe a escolha do
caminho a seguir. Porém, as facilidades e a lei do
menor esforço parecem influenciar-nos fortemente para o
desvirtuamento dos bons caminhos.
Então, temos nesse contexto as razões de estarmos
vivenciando no orbe terrestre as vicissitudes próprias
do nosso estado evolutivo. A instrução afasta a
ignorância que obstaculiza o nosso crescimento
espiritual. A Doutrina dos Espíritos, como revelação
consoladora, permite-nos o devido esclarecimento das
leis divinas, da imortalidade do Espírito, da
reencarnação e da lei de causa e efeito.
Contudo, o "véu da ignorância" ainda permanece
como uma sombra encobrindo o nosso discernimento, mesmo
com a clareza que temos hoje sobre as consequências das
transgressões das Leis de Deus. Fruto da nossa
teimosia, as dores e sofrimentos vão-se acumulando,
trazendo-nos os mais variados transtornos de ordem
física e psíquica. A ansiedade nos
dias de hoje supera a depressão. As incertezas se
avolumam causando um turbilhão mental que necessita de
amparo médico-psicológico.
Mas, por que vivemos nesse estado de tormenta? A causa
é a ausência de Deus! Pouco ou nenhum tempo dedicamos ao
Criador, tal quais filhos ingratos que se esquecem do
sentimento de gratidão, que, segundo o filósofo grego
Antístenes, é a memória do coração. O despertamento para
a realidade da vida é a bússola que nos servirá de guia
para seguirmos e alcançarmos os patamares do nosso
crescimento espiritual. A jornada é longa e precisamos
antes de tudo da vontade, que nos impulsionará
para esse trabalho ditoso.
Emmanuel nos diz no livro Caminho Espírita,
pg.21, obra psicografada por Chico Xavier: “Seja qual
for a experiência, convence-te de que Deus está contigo
em todos os caminhos. Isso não significa omissão de
responsabilidades ou exoneração da incumbência de que o
Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso,
como não existe dignidade sem lei”.
A par disso, tenhamos consciência de que temos deveres a
cumprir, refazendo as atitudes equivocadas do passado.
Contudo, aceitemos essa obrigação como oportunidade de
crescimento, e jamais como castigo. Quem sempre nos
cobrará as reparações será a nossa consciência lúcida e
arrependida. durante a programação reencarnatória, cuja
escolha é fruto do livre-arbítrio concedido pelo
Criador.
Ainda é Emmanuel que no livro Assim Vencerás,
pg.22, psicografado por Chico Xavier, nos propõe:
“Aproveitemos a luta e a dificuldade que a experiência
nos oferece, cada dia, e habilitar-nos-emos a converter
as sombras da antiga animalidade, que muitas vezes ainda
nos domina, em luz da espiritualidade santificante para
a nossa ascensão à vida excelsa”. (As nossas atitudes
devem ser precedidas pelo bom senso.)
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