Amorterapia
Há um inter-relacionamento entre mente e corpo
mais sério do que parece.
"Não existe saúde que suporte a defasagem
entre o que se vive e o que se exterioriza." -
Joanna de Ângelis1
A “parábola da figueira que secou” traduz
imorredoura e sempre atual lição... Ao narrá-la,
Jesus enfatizou a necessidade de procurarmos
estabelecer uma perfeita simetria entre a nossa
realidade íntima e a externa, jamais aparentando
ser o que na verdade não somos.
Aprendemos com Joanna de Ângelis:
"(...)
quando se vive de forma diversa à que se
exterioriza, isto é, quando se fala e aparenta
algo que se não faz, há uma tendência a contrair
algum tipo de enfermidade, porque a saúde não
suporta essa duplicidade, que é geradora de
infortúnio.
Há um inter-relacionamento entre mente e corpo
mais sério do que parece. Os tecidos orgânicos
interagem por intermédio de substâncias químicas
que se movimentam na corrente sanguínea e pelos
hormônios do aparelho endócrino. Todo esse
mecanismo ocorre através de fibras nervosas,
procedentes do cérebro, que as comanda sob as
ordens da mente, consciente ou
inconscientemente”.
De posse desse conhecimento, passamos a entender
com mais amplitude "o ensinamento evangélico,
proposto por Jesus, quando estabeleceu: ─ amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
si mesmo”.
Não podemos confundir "como a si mesmo" com
egoísmo. Há que se traduzir tal frase como
respeito e direito à vida, à felicidade que o
indivíduo tem e merece.
Quem não se equilibra nas manifestações do amor
não pode transferir para o próximo senão a
sombra da própria imagem desfocada das
diretrizes sublimes propostas por Jesus.
Ao contrário de ser um referencial ao gozo
pessoal, "amar ao próximo como a si mesmo" é
recurso terapêutico que recompõe a harmonia do
organismo e restaura-lhe as deficiências; e,
mesmo quando há ocorrência de enfermidade, o
autoamor continua sua função terapêutica ao
proporcionar que se considere a doença como mero
acidente de percurso, não alterando, portanto, o
conceito de realidade.
Por oportuno, lembra-nos ainda Joanna de Ângelis1: "(...)
a tensão nervosa é um dos tiranos destruidores
do corpo e dos seus equipamentos, no entanto, a
forma como é enfrentada, tem muito a ver com os
seus prejuízos: na amorterapia a tensão cede
lugar à confiança e amortece-se face à entrega
do ser a Deus, relaxando os focos de
desespero e ansiedade, que são os compressores
dos nervos, geradores de tensão; no autoamor,
a confiança irrestrita na realidade, da qual
ninguém foge, faculta o equilíbrio propiciador
da saúde. Esse sentimento produz otimismo, que é
fator preponderante para restabelecimento do
campo de energia afetado pelo transtorno, já que
favorece com uma mudança de comportamento
mental, portanto, agindo no fulcro gerador de
vibrações”.
Psicoterapeuta por excelência, já aconselhava
Jesus a não nos assemelharmos a túmulos caiados,
limpos por fora, porém, contendo podridões na
intimidade. Vemos agora que Ele tinha lá Seus
motivos para enunciar tais palavras.
Já dizia Simão Pedro que "o amor cobre
multidões de pecados". Portanto, a
amorterapia alteia-se como a mais excelente
providência profilática e ao mesmo tempo
mantenedora da saúde da Alma e do corpo. De
igual modo, é também uma vacina contra os
conflitos gerados pela inabilidade em praticar o
que teoricamente já faz parte de nosso acervo de
conhecimentos que são as informações veiculadas
por Jesus há mais de dois mil anos... Atentemos,
pois, na importância da essência contida no
postulado maior: "amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo”.