O aborto legal e o ilegal
A prematura interrupção da gravidez é prática
cada vez mais comum, em função da humanidade
terrena ainda ser caracterizada pelo egoísmo,
orgulho, acentuados vícios morais e éticos e
amplamente voltada ao consumismo doentio.
O conjunto de Espíritos hoje vinculados ao
planeta, de modo geral, possui, em seu histórico
de existências, registros de graves delitos
perpetrados contra o próximo e contra si mesmo,
o que faz desse grupamento de Espíritos um
conjunto muito bem afinizado ao estágio de Mundo
de Provas e Expiações, ainda característico
deste orbe.
Esta condição distante dos postulados divinos,
característica da maioria da população do
planeta, cria, entre outras, uma série de
dificuldades e obstáculos ao nascimento de novos
integrantes na Terra. Uma das alegações é de que
educar dá trabalho, e os que hoje por aqui
habitam não estão bem afinizados com esta Lei de
Deus. Impedindo a reencarnação de incontáveis
Espíritos por meio do aborto, provoca situações
gravíssimas de obsessões atrozes por parte
daqueles que se sentem injustiçados diante do
recuo da mãe ou do casal em aceitar a gravidez
com alegria e júbilo, como seria o esperado.
A prática do aborto clandestino é uma das
principais causas de mortalidade materna e, além
disso, essa modalidade de aborto, realizado
muitas vezes na ausência de condições técnicas e
de higiene adequada, pode ocasionar
infertilidade e outras graves consequências
físicas e psicológicas à mulher.
Números atualizados indicam a cifra de 73
milhões de abortos induzidos anualmente no
mundo.1 Um cenário pavoroso que cobra
de todos os envolvidos nessa prática indecorosa
pesados tributos por conta de assédios
espirituais variados e continuados em qualquer
parte do globo, por meio das obsessões
espirituais.
A realidade das obsessões, desconhecida da
grande maioria, já seria motivação segura para
não se praticar o aborto ilegal ou clandestino,
mas apenas, e tão somente, do ponto de vista
moral e ético, o legal ou terapêutico, contudo,
o último, sob raras exceções, só sendo aceito
nos casos de risco de morte para a mãe, aliás o
único aceito pelas leis divinas,
consequentemente defendido pelo Espiritismo.
O tema recebe da sociedade debates acalorados,
pois para alguns se trata do direito à vida,
outros defendem o direito de a mulher decidir
sobre seu próprio corpo e há, ainda, os que
estão convencidos de que a malformação grave
deve ser eliminada a qualquer preço, porque a
sociedade teria o direito de ser constituída
apenas por indivíduos capazes e produtivos.
A posição espírita se baseia nos princípios de
Deus, ou seja, o homem não tem o direito de
impedir a vida, ainda mais de outro ser humano.
E a vida se inicia no momento em que a célula
reprodutora masculina se liga à feminina criando
o zigoto ou célula-ovo. Sendo assim, o argumento
de que não há vida propriamente dita no embrião
é improcedente.
Por outro lado, o Espírito que esteja ocupando
provisoriamente um corpo feminino não possui o
seu corpo de fato, aliás nós não temos nada,
somos apenas usufrutuários dos bens de Deus e
tudo é empréstimo de Deus; desta forma, o ser
vivo - embrião, que mais tarde se chamará feto -
tem o direito de continuar a viver, até o seu
nascimento, quando se apresentará à sociedade,
que o receberá, por meio de seus pais.
Por último, mas não que seja menos importante, a
má formação do futuro corpo do reencarnante
também não nos dá o direito de impedir que ele
prossiga em seu intento de experimentar, de
novo, as alegrias, provas, expiações ou missão
que a nova existência lhe proporcionará. Ainda
mais ao se considerar que ninguém sabe, nem
mesmo a Medicina, se ele nascerá e viverá, ou se
sucumbirá ao nascer. De qualquer forma, o
desfecho é aquele que mais atende às
necessidades dos pais e dele mesmo, visando ao
aprendizado e à evolução de todos.
Finalizamos com algumas quadras de Cornélio
Pires sobre o tema em análise:
Espíritos recusados
Na fúria louca em que estão
Promovem desequilíbrio,
Conflito, perturbação.
E a Lei que tudo corrige
Perante o aborto ilegal
Entrega o problema à dor
Extraindo o bem do mal.
Maternidade é tarefa,
Luminoso compromisso,
Um filho é bênção de Deus,
Não proteste, pense nisso
Quando o aborto é indispensável
Tem a justa explicação,
Mas fora desse caminho
Aborto é perturbação.
Minha irmã, fuja do aborto,
Se um filho é a bênção que levas...
Aborto desnecessário
É sempre cousa das trevas.2
Referências:
1 Fonte:
Organização Mundial de Saúde: para acessar,
clique em OMS
2 XAVIER,
Francisco C. Retratos da vida. Pelo
Espírito Cornélio Pires. ed. 1. Araras/SP: IDE,
1974. Cousa das trevas. cap. 13.