Tema: Boas maneiras
Danilo e o passageiro do ônibus
Logo que o pequeno Danilo aprendeu a falar, sua mãe
começou a ensinar-lhe boas maneiras. Aos poucos, o
menino foi-se familiarizando com as expressões “por
favor”, “obrigado”, “com licença”, “desculpe” e outras,
que tornam a vida bem mais agradável.
Um dia a mãe de Danilo convidou-o para um passeio a um
lugar muito bonito, que ele sempre quis conhecer. O
menino ia fazer aniversário dentro de alguns dias e esse
passeio era o presente que ele queria ganhar. Entraram
num ônibus e ao caminharem pelo corredor procurando
lugar, o motorista deu partida bruscamente, o que fez
Danilo cambalear e pisar o pé de um senhor.
Imediatamente, o senhor puxou o pé, contrariado.
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— Desculpe, senhor... Foi sem querer... — disse Danilo.
O senhor logo sorriu. Os demais passageiros olharam para
o garotinho e sorriram também.
Todos estavam
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admirados de ver uma criança tão pequena falar
com tanta delicadeza. Ao vagar dois lugares,
Danilo e o senhor se acomodaram. |
— Como é seu nome? perguntou, sorrindo.
— Danilo Monaro — foi a resposta do menininho.
— Que idade você tem?
— Cinco anos! Mas vou completar seis anos dentro de
algumas semanas.
— Em que dia você faz aniversário? - tornou o senhor.
Danilo deu-lhe a data.
— Onde é que você mora?
Danilo deu-lhe o endereço.
Todos os passageiros do ônibus prestavam atenção àquela
curiosa conversa e sorriam ao olhar aquele menininho
educado e risonho.
Alguns dias se passaram. No dia de seu aniversário,
Danilo recebeu, surpreendido, um pacote com um
cartãozinho escrito com letra forte: “Do seu amigo do
ônibus”. O pacote continha um presente, mas o cartão não
tinha nenhuma assinatura.
Os anos se foram passando e, por incrível que pareça,
Danilo continuou recebendo em cada ano um presente de
aniversário, “De seu amigo do ônibus”, até completar 18
anos.
Era então um bonito jovem, muito gentil, mas continuava
ainda sem saber quem era o “amigo desconhecido”, que
havia conquistado num ônibus, há quase doze anos. Foi
nessa época que houve grande escassez de leite na cidade
onde morava Danilo. O jovem tinha de levantar muito cedo
para comprar leite para a mamadeira do irmãozinho e
voltava, muitas vezes, de mãos abanando.
Naquele dia havia sido assim e, preocupado com a
situação, Danilo telefonou para a indústria de
laticínios:
— Por favor, tenho um irmãozinho de colo que precisa de
leite, com urgência! O senhor pode fazer alguma coisa?
— Lamento muito — respondeu —, o leite está muito
escasso. Nosso caminhão entregará só dentro de três
dias.
— Três dias?!... Meu irmãozinho não pode esperar tanto,
senhor.
— Lamento... — tornou a voz — está difícil... Em todo o
caso, qual é o seu nome?
— Danilo Monaro. Por favor, ajude-nos!
Uma hora mais tarde, um automóvel parou em frente à casa
de Danilo. O motorista bateu à porta e perguntou:
— É aqui que mora Danilo Monaro?
— Sim, sou eu mesmo.
— Trouxe-lhe três litros de leite.
— Quem mandou?
O motorista entregou-lhe um envelope.
Danilo abriu-o rapidamente e encontrou um cartão com as
palavras: “De seu amigo do ônibus”. Danilo quase não
podia acreditar. Então o seu desconhecido amigo de
tantos anos era o dono da indústria de laticínios! E
sorriu, feliz. Agora poderia agradecer-lhe todos os
presentes que havia recebido, desde o dia em que, ainda
garotinho, ao entrar em um ônibus, havia dito ao senhor
cujo pé pisara:
— Desculpe, senhor... Foi sem querer...
(Texto de autor desconhecido, do site Passatempo
Espírita.)