O planeta
precisa de
“homens-seara”
Embora já tenha sido
apresentada ao Evangelho
redentor de Jesus há
mais de 2.000 anos,
instrumento celestial
que nos aproxima de Deus
e que concomitantemente
nos dá alicerce e
diretrizes para
profundas transformações
pessoais, a humanidade
ainda hesita, preferindo
vagar pelas densas
sombras existenciais que
moldam o mundo hodierno
no qual vivemos. Com
efeito, os Maiorais da
Espiritualidade, quando
indagados a respeito da
diferença entre o homem
contemporâneo e o do
tempo de Jesus, deixam
entrever que é
praticamente
inexistente, pois ainda
não avançamos moralmente
para um patamar de
criaturas civilizadas
inspiradas pelo amor do
Cristo. Definitivamente,
falta-nos ainda
suficiente inteligência
espiritual para fazermos
escolhas mais sadias em
nossos passos e
decisões. E ao optar
pela escuridão, entramos
e saímos de sucessivas
reencarnações com pouco
ou nenhum proveito para
os nossos Espíritos.
Posto isto, ao analisar
o campo da vida, na
obra Palavras da Vida
Eterna (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), o
ínclito Espírito
Emmanuel, ofereceu uma
ampla taxonomia das
criaturas humanas,
metaforicamente calcada
na ideia do cultivo do
próprio “solo” no qual
expressam os seus
pensamentos, valores
intrínsecos, feitos e
ações na vida,
constituída de
homens-calhaus,
homens-espinheiros,
homens-milhafres,
homens-parasitas,
homens-charcos,
homens-furnas,
homens-superfícies,
homens-obstáculos,
homens-venenos,
homens-palhas,
homens-sorvedouro,
homens-erosões e
homens-abismos.
A respeitosa entidade
não se deteve em definir
as características e
perfil de cada um dos
tipos acima enumerados.
Tal tarefa, aliás, seria
desnecessária, pois
nossa imaginação
consegue, sem grande
esforço, vislumbrar o
que cada um dos tipos
listados abarca na vida
real. Indo um pouco
além, também não teremos
dificuldades em encaixar
muitas pessoas que nos
rodeiam ou influenciam
as nossas vidas na
citada descrição, pois
estão situadas em todos
os segmentos da
sociedade. O traço comum
entre elas, no entanto,
é a acentuada
imperfeição de que são
dotadas, com especial
pendor, obviamente, para
um ou outro aspecto
comportamental.
Talvez a maior diferença
entre os que anseiam
pela luz e elas seja o
fato de que os primeiros
pelo menos já se
autoexaminam com maior
severidade. Dito de
outra forma, talvez já
sejam agora mais
críticos consigo, não
disfarçando suas
deficiências morais e
vibracionais. Já
identificam suas mazelas
interiores e se dispõem
a enfrentá-las com
coragem e sem ilusões.
Dessa forma, portanto,
gradualmente caminham na
trilha dos homens-searas,
conforme expressão
também cunhada pelo
referido mentor.
Ou seja, Emmanuel
refere-se aos indivíduos
“... que reunindo
consigo o solo produtivo
do caráter reto, a água
pura dos sentimentos
nobres, o adubo da
abnegação, a charrua do
esforço próprio e o suor
do trabalho constante,
sabem albergar as
sementes divinas do
conhecimento superior,
produzindo as colheitas
do bem para os
semelhantes”.
Posto isso, ele
aconselha-nos a prestar
atenção na vasta
paisagem que nos
circunda, e através da
meditação conseguiremos
reconhecer, sem
dificuldade, que tipo de
terreno estamos sendo
nós. Tal conselho é
muito bem-vindo,
considerando que grande
parte da humanidade não
é afeita ao imperativo
do autoexame. Creio que
todos temos consciência
dos defeitos alheios,
mas, não raro, tratamos
os nossos com excessiva
complacência, não
enfrentando-os
decisivamente.
Certamente há, na
esmagadora maioria de
nós, o desejo
compreensível de viver
em paz e em harmonia.
Assim sendo, a hora
atual requer o labor
intenso dos
“homens-seara”, como nos
tempos do Cristo, para
enfrentar as crenças
obtusas, as ideias
estapafúrdias, os
valores mesquinhos e a
impiedade que ainda
grassam em nosso
mundo.
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