Aventura extraconjugal numa perspectiva
emmanuelina
A infidelidade conjugal é uma característica que
atravessa culturas e gerações, suscitando reflexões
profundas sobre relações afetivas, confiança e as
complexas emoções humanas.
Frequentemente motivada por insatisfações emocionais,
falta de conexão ou mera busca por novidade, essa
experiência pode trazer para alguém.
A questão adultério para comentarmos doutrinariamente
importa recorrermos à sentença do Cristo que diz:
“atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de
pecado”.
Esta sentença faz da indulgência um dever para nós
outros, porque ninguém há que não necessite, para si
próprio, de indulgência.
“Ela nos ensina que não devemos julgar com mais
severidade os outros do que nos julgamos a nós mesmos,
nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos.
Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a
mesma censura não nos pode ser feita.”
O Espírito Emmanuel diz que é curioso notar que Jesus,
em se tratando de faltas e quedas nos domínios do
espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do
sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença.
Porém sem sombra de dúvida, dos milenares e tristes
episódios afetivos que reverberam na consciência humana,
ainda resta, por ferida sangrenta no organismo da
coletividade, o adultério que, futuramente, será
classificado na patologia da doença da alma,
extinguindo-se, por fim, com remédio adequado.
Quando cada criatura é respeitada em sua essência, e o
amor se consagra como um vínculo divino — mais de alma
para alma do que de corpo para corpo —, com a dignidade
do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal iluminando suas
vidas, o conceito de adultério se torna distante do
cotidiano.
A compreensão da paz ao coração humano, e a chamada
desventura afetiva perderá sentido.
Sobre o equívoco de quem se desvia na aventura
extraconjugal não dispomos de recursos e de juízos para
examinar as consciências alheias e cada um de nós, ante
a Sabedoria Divina, é um caso particular em matéria de
amor, reclamando compreensão.
À vista disso, segundo Emmanuel no livro Vida e Sexo,
“muitos de nossos erros imaginários no mundo são
caminhos certos para o bem, ao passo que muitos de
nossos acertos hipotéticos são trilhas para o mal de que
nos desvencilharemos, um dia!”
Por essas razões, auscultemos nos recessos profundos da
consciência a oportuna advertência do Benfeitor que diz:
“diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo,
seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em
pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas
tendências mais íntimas e, após verificarmos se estamos
em condições de censurar alguém, escutemos, no âmago da
consciência, o apelo inolvidável do Cristo:
‘Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’”.
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