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por Jorge Hessen

 

Aventura extraconjugal numa perspectiva emmanuelina


A infidelidade conjugal é uma característica que atravessa culturas e gerações, suscitando reflexões profundas sobre relações afetivas, confiança e as complexas emoções humanas.

Frequentemente motivada por insatisfações emocionais, falta de conexão ou mera busca por novidade, essa experiência pode trazer para alguém.

A questão adultério para comentarmos doutrinariamente importa recorrermos à sentença do Cristo que diz: “atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”.

Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência.

“Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos.

Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.”

O Espírito Emmanuel diz que é curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença.

Porém sem sombra de dúvida, dos milenares e tristes episódios afetivos que reverberam na consciência humana, ainda resta, por ferida sangrenta no organismo da coletividade, o adultério que, futuramente, será classificado na patologia da doença da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado.

Quando cada criatura é respeitada em sua essência, e o amor se consagra como um vínculo divino — mais de alma para alma do que de corpo para corpo —, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal iluminando suas vidas, o conceito de adultério se torna distante do cotidiano.

A compreensão da paz ao coração humano, e a chamada desventura afetiva perderá sentido.

Sobre o equívoco de quem se desvia na aventura extraconjugal não dispomos de recursos e de juízos para examinar as consciências alheias e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um caso particular em matéria de amor, reclamando compreensão.

À vista disso, segundo Emmanuel no livro Vida e Sexo, “muitos de nossos erros imaginários no mundo são caminhos certos para o bem, ao passo que muitos de nossos acertos hipotéticos são trilhas para o mal de que nos desvencilharemos, um dia!”

Por essas razões, auscultemos nos recessos profundos da consciência a oportuna advertência do Benfeitor que diz:

“diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas e, após verificarmos se estamos em condições de censurar alguém, escutemos, no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo:

 ‘Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’”.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita