Perseverança e evolução espiritual
“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo
próprio colheremos, se não desanimarmos.” Paulo
(Gálatas 6:9.)
No dicionário Caldas Aulete, temos a definição de
perseverança: “continuar
esforçando-se para alcançar (algo)”. O
ímpeto da vontade sedimenta o
caminho que a perseverança nos fará palmilhar. Nisso
encontramos, também a fé e a esperança, sem as quais,
iremos desaguar no vazio que podemos chamar de frustação...Na
busca dos nossos objetivos o trabalho pode ser
cansativo, mas a meta que esperamos atingir deverá ser
mais forte. Tudo isso é um processo que demanda tempo
e paciência. Quantas invenções surgiram depois de
muitas horas de pesquisa e experiências não bem
sucedidas no seu início?
Em nossa evolução espiritual não é diferente. Trazemos
ao longo dos tempos incontáveis experiências que
repercutem nos caminhos de hoje. Nosso passado está
muito mais presente do que possamos imaginar.
Assim sendo, vivenciamos essas influências advindas de
nós mesmos, que dificultam a melhor escolha daquilo de
que possamos nos servir para o plantio da semente do
bem. A cada encarnação reeducamos o Espírito, depurando
tudo que nos foi prejudicial e ainda hoje, nos
importuna. O esforço é grande para que essas mazelas
sejam expurgadas, dependendo do nosso nível de consciência para
a mudança necessária.
Em Romanos 5:1-3-4, encontramos:” Tendo sido,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo. Não só isso, mas também nos
gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a
tribulação produz perseverança; a
perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado,
esperança”. Depreende-se nessa citação, que é preciso o
encadeamento de várias virtudes, para superarmos os
obstáculos que se nos apresentam como provas para nossa
perseverança. Os desafios deverão servir de estímulo
para palmilharmos esse percurso na infinitude do tempo,
sempre imbuídos do sentimento de fé e esperança que nos
fortalecem.
Do livro Bezerra, Chico e Você, pg.48,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito
Bezerra de Menezes, colhemos: “...somos
uma grande família com responsabilidades definidas e
compromissos graves, solicitando-nos entendimento e
dedicação. Obra de sacrifício pessoal e devotamente
incessante que não podemos esquecer”. “...as tarefas
programadas para a quadra presente do estágio humano são
estas de fato – as tarefas da Humanidade em que
naturalmente vos distinguireis pelo espírito de
consagração à Causa do Bem”.
É nesse trabalho que precisamos ter consciência do dever
pessoal, que não prescinde da convivência com nossos
semelhantes, pois estamos inseridos no coletivo social. Somos
Espíritos perfectíveis e como tal, o processo evolutivo
impõem-se pela Lei do Progresso. Isto posto, os degraus
do nosso aprimoramento estão em nossas mãos e, cedo ou
tarde, conseguiremos essa melhora, já que as Leis
Divinas são imutáveis.
Pela psicografia de Carlos A. Baccelli, no livro A
Coragem da Fé, pg.18, pelo Espírito Bezerra de
Menezes consta: “Não vos contenteis com apenas ler:
estudai e meditai, não olvidando que a Verdade não é
propriedade exclusiva de ninguém. Fácil manifestar a Fé
diante daqueles que vos observam os movimentos; difícil
é o testemunho da Fé perante o altar da própria
consciência, quando as provas da Vida vos conclamam à
anônima exemplificação”. Temos, também no livro O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 11,
pg.86: “(...) Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus,
precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz
da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do
que nos seria prejudicial.
Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce
qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de
partida (...). Assim, podemos dizer que somos o somatório de
tudo que já fomos e o resultado estampa-se na presente
existência. O crivo da consciência nos apontará o
percurso, tendo sempre a luz da razão que constantemente
nos cobrará, segundo a nossa escolha. (Perseverar
é cultivar o caminho para o esperado êxito.)
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