O
primeiro passo da
caminhada que nos falta
O que imagina que
acontecerá para
chegarmos a espíritos
evoluídos e vivermos
felizes?
Já alguma vez pensou
nisso?
Já olhou para o planeta
e fez esta pergunta: O
que será que irá
acontecer para podermos
viver em paz e em
felicidade? Como é um
espírito evoluído aqui
na Terra?
Será que podemos afirmar
que, se a Terra fosse um
conjunto de Cristos, ou
Budas, ou Madres
Teresas, ou tantos
outros seres evoluídos
que nos dão belos
exemplos, seria um mundo
feliz?
Eu penso que sim, o que
nos leva a uma nova
questão: O que eles têm
que nós não temos?
A resposta rápida e
lógica é: Amor. Pelo
menos, todos os
ensinamentos desses
seres extraordinários,
em comparação connosco,
levam a esta estrela
luminosa que é o Amor.
O que nos falta para
amar como eles amaram?
Já alguma vez ponderou
nestas perguntas? Como
vamos crescer
espiritualmente se não
questionarmos como o
fazer? Se não
questionarmos por que
não o fazemos? O que nos
impede?
Será que a intenção do
ser humano é realmente
chegar à felicidade?
Será uma intenção
verdadeira ou apenas de
lábios? Quando temos a
intenção de chegar a
algum lado, perguntamos
e esforçamo-nos para
chegarmos lá, seja a
conclusão de um curso ou
a determinado destino.
O que nos falta para
amar como eles amaram?
Nada, porque de vez em
quando o fazemos, embora
em muito poucas vezes.
Um amor sem escolha, sem
objetivos, sem retorno,
um amor pelo que somos,
que nasce em nossa mais
pura essência, no
silêncio da mente.
Infelizmente, são muito
poucas vezes, então, o
que fazemos na maioria
do tempo?
Vivemos guiados pelos
nossos desejos, pelas
nossas opiniões, pelas
emoções egoicas, como o
egoísmo, o orgulho etc.
Vivemos presos em nossos
certos e errados, na
tentativa de encontrar a
felicidade na construção
da vida terrena através
da aquisição da matéria,
uma casa maior, um carro
melhor e tudo o resto.
Aonde nos levará essa
forma de viver?
Podemos afirmar que é
uma forma de viver muito
individualizada. Os
hábitos, os desejos, os
vícios, os certos e
errados, as aquisições,
a conquista da
felicidade pela matéria
são uma forma de
individualização e esta
separa-nos do próximo,
porque toda essa
constituição, que tem
sido comum à maioria da
humanidade, forma a
enorme diferença e
separa o ser humano um
do outro.
Quanto maior o apego aos
hábitos, aos certos e
errados, aos desejos, às
opiniões, maior o
esforço para a imposição
destes, querendo levar
os outros a viverem da
forma como achamos
melhor, causando o
choque com os outros
porque todos querem ter
direito aos seus certos
e errados, aos seus
hábitos e desejos.
A raiz do psiquismo
humano é a causa dos
conflitos, dos grandes e
dos pequenos, dos
conflitos com os outros
e com nós próprios.
Somos comandados
cegamente por essa raiz,
onde se inicia a
formação do Ego. As
crenças da humanidade e
não me refiro apenas às
religiosas, toda a forma
com que olhamos para a
vida, em que usamos como
verdade para viver, é
uma crença individual, e
as mais cimentadas são
as que formam o caráter.
A maioria delas, no ser
humano, são
generalizadas e existem
na constituição do ser
humano psíquico, fazendo
a ilusão parecer uma
verdade, levando-nos a
ser fiéis e crentes
dedicados a esta forma
de viver, sem nunca a
colocarmos em questão.
Achamos que a forma pela
qual vivemos, que cria a
individualização
psíquica, que nos leva à
destruição do planeta e
de nós próprios, é a
única que existe e que é
natural que aconteça.
Passa-nos despercebido
que esta é a raiz da
destruição, que não
somos nós e que a
podemos arrancar e
existiremos em
plenitude, na paz, na
felicidade e no amor.
Como somos crentes cegos
nesta forma de
funcionamento,
transmitimos de uns para
os outros, conforme
vamos nascendo, criando
ciclos de ilusão e
puxamos as crianças do
Reino de Deus para o
“inferno” da destruição
adulta.
Há dois mil anos, o
primeiro e maior
psicólogo da história
diz-nos que o
medicamento para o
conflito e atribulação
entre nós é a
indulgencia e esta, é o
“herbicida” da raiz do
Ego pela abstinência da
imposição da nossa
ideia, dos nossos
desejos, perante os
outros.
Diz-nos que o
“herbicida” para a raiz
do Ego que nos leva à
indignação perante a
vida é a resignação.
O Mestre Jesus diz-nos
que o “herbicida” para a
raiz do Ego que nos leva
à maldade, à
agressividade, ao
conflito é o amor.
Diz-nos ainda que a
força motivadora a
aquisição destas
virtudes é a Fé, pois
esta nos faz confiar em
tudo o que acontece,
sabendo que algo maior
que está no controle e
que a nós, cabe-nos
confiar, que nada
acontece por acaso. A Fé
é o que faz a balança
pesar mais, onde o outro
lado, o outro prato está
o Ego e todos os seus
desejos.
Tudo isto nos parece tão
longe e impossível, mas
é uma ilusão enorme que
a mente nos transmite,
porque na verdade está
tão próximo que somos
nós.
Pergunte a si próprio,
neste momento que está a
ler o texto, se sente
falta de paz, caso
contrário está em paz,
se se sente infeliz,
caso contrário está em
um determinado grau de
felicidade, se sente
maus sentimentos, caso
contrário está em um
determinado grau de
amor. Percebe como a
nossa simplicidade é o
caminho à essência do
ser, sendo, em
simultâneo, o abandono
do Ego?
Logo chegarão milhares
de pensamentos para o
fazerem acreditar em
muitas outras coisas,
como a necessidade de
lutar com a vida, com os
outros, como sabe tudo
sobre viver e medir
todos os outros em seus
atos, etc. etc.
Desenvolva o silêncio, o
“herbicida” para toda a
raiz do mal terreno,
pois nele não existe
maldade e coloque em
causa a estrutura de que
você é feito,
transmitida pelos seus
antepassados, que o
levam a todas as suas
más tendências.
O que acha que destrói o
planeta? Acredita no “eu
serei uma pessoa melhor
e crescerei
espiritualmente”? Tem
resultado para o ser
humano? E se o erro for
precisamente esse “eu”,
já pensou nisso?
Jesus nunca disse “Fui
“eu” que te curei”, pelo
contrário,
aconselhou-nos a
abandonarmo-nos, a
abandonar esse eu, se o
queríamos seguir.
Enquanto não colocar em
causa a formação do “eu”
que fabrica a
individualidade, o
indivíduo continuará a
lutar para crescer
espiritualmente após o
que o mantém preso na
ignorância.
É como cortar a parte de
cima da erva daninha
para a eliminar.
Bruno
Abreu reside em Lisboa,
Portugal.
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