Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Evolução


O Falcão e a Coruja


Era uma vez um jovem falcão que voava muito rápido. Ele era mais rápido do que todos os outros pássaros da sua idade e se orgulhava disso.

Ele vivia se exercitando para voar cada vez melhor. Isso era muito bom, pois seu empenho o fazia ser cada vez mais habilidoso.

Porém, quanto mais ele se aperfeiçoava, mais orgulhoso ficava. Além disso, o falcão não tinha a menor preocupação em usar sua capacidade para ajudar alguém ou para ser útil aos outros.

Pelo contrário. Muitas vezes ele atrapalhava as outras aves, aparecendo de repente, assustando ou até desequilibrando seus companheiros, só para se divertir.

Vários pássaros começaram a reclamar da sua conduta e não o queriam mais por perto. Mas o orgulhoso jovem nem ligava. Achava-se superior a todos eles e com o direito de fazer o que quisesse.

Um dia, a coruja, que era respeitada na floresta pela sua grande sabedoria, foi chamada pelos pássaros da região para conversar com o falcão e pedir-lhe que parasse de agir daquela forma.

Mas não adiantou. Ele mal escutou os conselhos da coruja e ainda respondeu, faltando com a educação:

- Eu vou continuar voando como eu quiser! Eles que se esforcem para tentar ser melhores do que eu. Duvido que consigam!

A coruja ficou triste. Não pelo falcão não ter considerado seus conselhos, mas por perceber que ele estava fazendo escolhas erradas. A coruja sabia que o mecanismo da vida, para nos corrigir, é muitas vezes doloroso. Mas ela não podia fazer nada a não ser esperar e rezar por aquele jovem que ainda tinha muito o que aprender.

O tempo passou. Algumas coisas mudaram: O falcão não era mais tão jovem, mas continuava muito rápido, voando cada vez melhor.  Suas asas eram fortes e ele tinha uma linda aparência. Não tinha, porém, nenhum amigo. Vivia solitário. Não se divertia mais atrapalhando o voo dos outros, como antes. Mesmo assim, todos conheciam bem o orgulhoso falcão e não queriam proximidade com ele.

Um dia, porém, o falcão não se sentiu bem durante o voo. Tentou pousar em um galho e quase não conseguiu. Ficou meio tonto, desequilibrado.

O falcão se assustou. Ele nunca havia sentido qualquer fraqueza. Ele ficou assim pelo resto do dia. E no dia seguinte também. O falcão estava doente, com uma doença grave que o abateu muito.

Ele sentia-se fraco. Percebia que suas asas não conseguiriam sustentá-lo. Sua cabeça doía. Suas asas e pernas não o sustentavam bem. Ele, que se orgulhava de ser rápido como um raio, estava tendo que se mover lentamente, para não piorar suas dores.

O falcão, com medo de cair de um galho, resolveu descer da árvore em que morava e ficar no chão.

Ele precisava de ajuda. Mas não tinha coragem de pedir. Sabia que não gostavam dele. E não podia culpar ninguém. Ele sempre havia agido com arrogância e desprezo. Agora via, lá de baixo, outras aves voando no céu e sentia-se humilhado.

O mal-estar do falcão foi ficando tão grande que ele teve que pedir para um esquilo ir chamar a coruja. Ela era sábia e bondosa. Nunca recusava ajudar ninguém, quando ela podia.   Ela ouviu com atenção os sintomas do falcão e fez recomendações gerais para ele repousar e beber bastante água. Além disso, trouxe comida para ele.

O falcão sentiu enorme reconforto com a atitude da coruja. Seu coração encheu-se de respeito e gratidão por ela.

A coruja passou a visitar o falcão todos os dias para levar-lhe comida e ervas medicinais. Além disso, ela fazia companhia para ele e eles conversavam sobre vários assuntos, inclusive sobre Deus e Suas leis.

Vários dias se passaram e o falcão foi, finalmente, melhorando.

Um dia, quando a coruja chegou, o falcão estava no galho da árvore. E no dia seguinte, ela já o encontrou voando.

O falcão pousou ao seu lado e deu um grande abraço em sua amiga.

- Minha cara amiga, sinto-me muito melhor. Graças a Deus! E à sua bondade! Como posso retribuí-la?

A coruja sorriu satisfeita ao ver o falcão feliz e sadio, novamente.

- Não precisa me agradecer. Agradeça a Deus! – respondeu a coruja. -Tudo ocorre pela permissão dele.

O falcão e a coruja bateram as asas e foram voar juntos. Voaram e conversaram amistosamente, num passeio muito agradável. O falcão não se preocupava mais em voar tão rápido, nem tão alto, e nem em ser o melhor.

Sem perceber, agora sim, ele estava aprendendo a ser um pássaro diferenciado. A coruja estava ensinando para ele, com palavras e atitudes, que a sabedoria e a bondade são como asas e são com elas que se pode voar para o alto (na escalada evolutiva) e se tornar melhor que si mesmo, cada vez mais.

 


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O Consolador
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