Tema: Espiritismo
Nascimento da religião espírita
Luana e sua mãe estavam voltando do centro espírita.
Vinham caminhando pela calçada, de mãos dadas, numa
tarde muito agradável.
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A menina tinha acabado de frequentar sua aula de
evangelização infantil. Curiosa e observadora,
aproveitava o momento para indagar à mãe:
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– Mamãe, a nossa religião é meio diferente, não é? |
– Diferente do quê? O que você quer dizer, filha?
– Ah, não sei. Meio diferente das outras.
– Cada religião tem suas características. Se fossem
iguais, não seriam várias e sim uma só! – respondeu
Sofia, a mãe de Luana.
– Eu sei, mas minhas amigas vão à Igreja e perguntam em
qual igreja eu vou e eu respondo “ao centro espírita”.
– Muito bem, é isso mesmo, você responde certo. Nós não
chamamos o centro espírita de igreja, talvez porque o
Espiritismo não se tenha iniciado para ser uma religião.
Mas ele faz o mesmo papel de uma igreja, pois lá nós nos
reunimos para lembrarmos os ensinamentos de Jesus,
estudarmos as leis da vida, orarmos e nos religarmos a
Deus. Mas no início, os estudos de Allan Kardec eram
apenas para compreender melhor os fenômenos mediúnicos
produzidos pelos espíritos.
– É mesmo? Como foi isso, mamãe? – quis saber Luana,
interessada.
A mãe sorriu e a abraçou, começando a explicar:
– Allan Kardec era um homem muito inteligente. Ele era
professor e pesquisador de várias coisas, como ciência e
filosofia. Um dia, ele ouviu falar de algo muito
curioso: durante reuniões de amigos, na casa de um
deles, pequenas mesas se mexiam e até giravam sozinhas,
sem que ninguém mexesse nelas.
– Depois de algum tempo – continuou ela – as mesas não
só se mexiam, mas respondiam as perguntas através de
pancadas e de um código estabelecido. Muitas pessoas
ficavam surpresas e até se divertiam com isso, mas Allan
Kardec, sendo muito curioso, resolveu estudar esse
fenômeno de uma forma científica. Ele sabia que mesas e
outros objetos não poderiam dar respostas sozinhos.
Deveria haver uma inteligência responsável por aquilo.
– E o que ele descobriu? perguntou Luana, ansiosa.
– Ao longo de muitos anos de estudo – disse Sofia –
Kardec descobriu que eram os espíritos que davam as
mensagens e moviam os objetos. Descobriu também que
existem pessoas que percebem os espíritos, a quem ele
chamou de médiuns. E descobriu mais tantas coisas boas,
que ele precisou organizar seus conhecimentos em livros,
que nós estudamos e que nos ensinam até hoje.
Luana ficou pensativa por um momento e então perguntou:
– E como isso se tornou uma religião, mamãe?
A mãe respondeu:
– As mensagens que os espíritos davam a Allan Kardec
ensinavam também sobre Deus, Jesus, amor, justiça e
evolução moral. Assim, surgiu o Espiritismo como uma
religião, com o objetivo de nos ajudar a sermos melhores
a cada dia, para evoluirmos nas nossas virtudes e sermos
pessoas de bem.
Luana olhou para Sofia, satisfeita. A menina abraçou a
mãe e, com um sorriso, disse:
– Obrigada, mamãe. Agora entendi como o Espiritismo
surgiu e como ele pode nos ajudar a sermos melhores a
cada dia.
E assim, em uma tarde tranquila, mãe e filha ficaram
juntas, conversando e refletindo sobre os ensinamentos
que o Espiritismo traz, com a certeza de que o amor e o
cuidado com o próximo são os caminhos para a verdadeira
evolução.