Natural de Uberlândia (MG), onde também reside,
César Augusto Queiroz Ferreira (foto) é
médico psiquiatra e, nas lides espíritas,
participa como colaborador das atividades do
Grupo Espírita Léon Denis, de sua cidade.
Entrevistamo-lo sobre sua vivência espírita:
Como e quando conheceu o Espiritismo?
Nasci em um lar espírita. Desde criança minha
mãe e meu pai nos deu a ciência da existência de
Deus, da governança de Jesus em nossas vidas e
da realidade de uma vida espiritual além desta.
Me recordo de nos almoços de domingo, na casa de
minha avó materna, buscar livros espíritas para
ler e folhear, naquelas tardes saudosas de minha
infância.
O que mais lhe chama atenção no conteúdo
doutrinário e cultural do Espiritismo?
O que mais me chama a atenção, na doutrina
espírita, é a certeza de que ninguém morre e que
esta existência é passageira, necessária para o
nosso desenvolvimento espiritual, mas
passageira.
Como foi esse encontro com o conhecimento
espírita, em termos de repercussões individuais?
O conhecimento espírita me dá a certeza da
necessidade de me preparar para a vida
espiritual. Sair desta vida melhor do que
cheguei, detectando onde estão as minhas más
inclinações e como domá-las e mitigá-las, em
nome de uma evolução espiritual.
No exercício da profissão médica, como o
conhecimento o favorece ou que tipo de reflexão
mais abrangente lhe proporciona?
Enquanto médico psiquiatra eu trabalho com o
sofrimento humano, e a doutrina dos espíritos me
traz a possibilidade de exercer uma medicina
mais humanizada, buscando entender o sofrimento
humano em uma dimensão física,
psicológica, social e principalmente espiritual.
No contato com os enfermos, como avalia as
diversas posturas emocionais?
É importante entender a doença mental como um
quadro complexo e multifatorial. É muito comum,
no meio espírita, o reducionismo de entender o
sofrimento psíquico como fruto de um quadro
obsessivo e muitas vezes tratando o obsessor
como algoz e o obsidiado como vítima, muitas
vezes esquecendo-se da responsabilidade que cada
um tem nesse processo e levando o doente a uma
postura passiva diante do próprio padecimento.
Devemos entender os transtornos mentais como
patologias que envolvem a esfera física,
psicológica, social e espiritual. Em todas essas
esferas o doente precisa ter uma atitude ativa,
buscando o seu melhoramento. Na parte física e
psicológica, buscar tratamento médico e
psicológico adequado e tornar-se
responsável pelo seu melhoramento; na parte
social, buscar apoio intra e extrafamiliar,
ampliando a rede de apoio psicossocial, e na
parte espiritual, buscar dentro da religiosidade
de cada um a postura ética e moral a fim de
melhorar-se intimamente e, por consequência,
melhorar o seu entorno.
O que você gostaria de dizer sobre a experiência
da live semanal Emmanuel entre amigos?
A máxima "Diz-me com quem andas e direi quem tu
és" responde essa pergunta com primor. Como é
bom ter amigos mais evoluídos que a gente para
nos auxiliar na caminhada diária. Estar no Emmanuel
entre amigos faz parte da
misericórdia divina para auxiliar na minha
caminhada evolutiva.
De suas vivências ao longo do tempo, o que o
marcou mais?
Ao longo dessa caminhada e da dádiva de
envelhecer aprimorando os conhecimentos
espíritas, me causa bastante alegria a
possibilidade de ver os ímpetos e arroubos da
juventude passar e a madureza se aproximar,
pautado em uma doutrina que nos dá tranquilidade
de entender que a vida continua e a evolução
espiritual é uma dádiva que nos aguarda
inexoravelmente.
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Gostaria de agradecer pela oportunidade por este
colóquio e agradecer a Jesus e a Kardec pela
dádiva do Espiritismo em nossas vidas que, entre
tantas alegrias concedidas, nos aproximou.
Suas palavras finais.
Gratidão a todos e que Jesus nos abençoe.

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