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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 59 - 8 de Junho de 2008

CHRISTINA NUNES 
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Da utilidade dos romances espíritas 

Nasci em família kardecista e, por volta dos meus dezesseis anos, minha inclinação para o Espiritismo e para os assuntos que lhe são correlatos se deu fulminante e espontânea, já que não houve, da parte dos familiares, qualquer tipo de coação para que seguisse a religião que lhes era comum.

Não obstante, o que começou com o estudo entusiasmado das obras doutrinárias kardecistas, e das que compõem a série de livros do Espírito de André Luiz, só desaguaria na minha participação propriamente ativa, na publicação de textos e livros de cunho espiritualista aos meus quase quarenta anos de idade.

Até chegar a este ponto, muita água rolou por debaixo da ponte. Filiei-me à AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosacruz); estudei a maravilhosa Teosofia; atingi os cumes de consciência com os discursos de Osho; e não tenho mais a conta de todas as obras do gênero que constituíram e constituem, até hoje, o meu acervo de estudos, e que fazem parte da minha biblioteca, nem do que já assisti de palestras e de vídeos sobre o tema. De modo que, a par deste autêntico desenvolvimento acadêmico – paulatinamente – paralelo às vivências pessoais que compuseram até aqui a minha trajetória e sedimentaram todo o conjunto de circunstâncias propícias, a mediunidade da psicografia em si, aflorada cedo, houve que ser burilada e seguir um percurso gradativo. E o que de início se apresentava apenas nas mensagens curtas do meu guia espiritual acabou evoluindo para uma manifestação ostensiva da assistência espiritual, com a transmissão de recados de parentes falecidos e de companheiros outros da vida invisível.

Somente no decorrer da última década começaram a vir os romances psicografados –"uma didática leve e cativante de comunicação aos reencarnados dos acontecimentos ligados à continuidade da vida, que a todos nós aguarda”, como define Fábio, o meu Amparador espiritual e autor dos nossos livros.

Recebi, portanto, cinco obras seguidas; e, como acontece dentro do mecanismo da psicografia semi-mecânica, grande critério e reflexão se fizeram necessários no momento de me decidir a publicá-los. De forma que, somente na fase inesquecível em que se conjugaram os pareceres imprescindíveis e favoráveis de pessoas idôneas e lúcidas dentro da atividade espírita a respeito do trabalho desenvolvido, com a sinalização inequívoca da assistência espiritual que me assessorava, no sentido de me arrastar, literalmente, à entrega decisiva a esta nova fase de tarefa conjunta com a invisibilidade, me decidi, afinal, a sair em busca de editoras dispostas a acolher o nosso trabalho.

Como nos explica Fábio, "Tais como as parábolas de Jesus, utilizadas noutros tempos para a conscientização das massas acerca das realidades maiores da Vida, hoje em dia o romance espírita idôneo, psicografado ou não, funciona à semelhança daquela forma leve e cativante de lucificação das almas. Porque, diferentemente do livro doutrinário, que no mais das vezes requer elaboração de raciocínios desenvolvida do leitor e do estudioso – o que não se há de exigir de todos, em respeito às idiossincrasias individuais –, este gênero agradável de leitura nos remete, imperceptivelmente, à assimilação espontânea de noções importantes e vitais ao trajeto evolutivo comum a todos (como o funcionamento das engrenagens das leis de Causa e Efeito e do Carma individual e coletivo) – na medida em que nos interessamos pelo desenrolar do enredo de vida dos personagens, verídicos ou não, de uma trama, assim como acontece nos insights que nos eclodem, naturalmente, a partir da mera assistência de uma novela diária ou de algum filme cinematográfico.


“Trata-se, portanto, o romance psicografado, desde há muito, de importante, inequívoco e sutil método de auxílio às populações reencarnadas, que instintivamente lhe buscam, nas fontes pródigas da literatura espírita, a luz do despertar íntimo para as Verdades Maiores da existência".


Quem conhece assim, e de fato, a história do nascimento de um livro espírita deste gênero – a exemplo do que se deu com o nosso O Pretoriano, transmitido via psicografia por um antigo legado de Júlio César a uma médium que, em absoluto, lhe desconhecia por completo a existência no passado milenar (consulte "Comentários das Guerras Gálicas", Ediouro, do próprio Júlio César, à venda nas livrarias) –, entenderá melhor da autenticidade e do valor inestimável desta preciosa ferramenta do mundo espiritual usada nos cenários materiais, com a finalidade de integrar mais rápido o ser humano de boa vontade com as gratas realidades vindouras e com o sentido maior de nossa fugaz passagem por este mundo físico.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita