O Consolador
Revista Semanal de Divulgação Espírita 

 


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Chico Xavier - Coleção Completa
Obras do n° 91 ao 100


NO PORTAL DA LUZ

Espírito: Emmanuel
Livro - 091 / Ano - 1967 / Editora - CEC

 

Primeiro Passo
"Um pequeno mostruário de idéias, em torno dos princípios espíritas!..."
"Uma notícia breve que se leia rapidamente, à maneira de introdução ao conhecimento espírita evangélico!"
"Que se nos trace algum apontamento com respeito àquilo que os companheiros desencarnados estimariam dizer aos companheiros da Terra, quando se aproximam da Nova Revelação!"
"Um entendimento preparatório"...
De solicitações assim expressas - nascidas de corações confiantes - veio este singelo volume à guisa de resposta.
Certamente, estas considerações de primeiro passo, sem qualquer pretensão  de doutrinar, nada mais constituem que um esforço humilde para expor algumas das situações que se fazem comuns a quantos procuram paz e trabalho, renovação e refazimento no Cristianismo Restaurado.
Agradecemos ao Senhor a alegria da tarefa, - conquanto nos vejamos absolutamente incapaz de realizá-la com o brilho desejável. - rogando ao leitor amigo nos perdoe a pobreza da execução, mesmo porque estas páginas breves são também um convite a que outros amigos encarnados se manifestem, convencidos, quanto estamos, de que muitos deles estão plenamente habilitados a fazer muito mais e muito melhor.

Emmanuel
(Atafona, 20 de janeiro de 1967)

 


TROVAS DO OUTRO MUNDO
Espírito: Diversos
Livro - 092 / Ano - 1968 / Editora -
FEB

Convite ao Leitor
Nossos amigos poetas – autores deste livro – desejam sejamos nós quem lhes apresente as trovas do outro mundo...
Não nos encorajamos, porém, a fazê-lo com muitas palavras.
A poesia é um idioma diferente dentro do idioma e a trova é uma poesia diferente, dentro da poesia. 
Sabemos, outrossim, que as quatro linhas de uma trova encerram um mundo de imagens, vinculadas às fontes da emoção e da idéia que as produzem.
À vista disso, tão-somente diremos nesta nota simples que este volume é também a revelação de que há jogos florais na Vida Maior.
Os trovadores que se despediram ontem da experiência terrestre prosseguem hoje, no Além, mais vivos e mais inspirados que nunca, oferecendo-nos gemas preciosas de pensamento, em sínteses de consolo e esperança, beleza e ensinamento, paz e luz. 
Para que te certifiques disso, sê, pois, leitor amigo, um juiz neste livro-certame e observa por ti mesmo.

 

Emmanuel
(Uberaba, 1 de janeiro de 1968

 


E A VIDA CONTINUA
Espírito: André Luiz
Livro - 093 / Ano - 1968 / Editora - FEB

Leitor amigo
Nada te escrevemos, aqui, no intuito de apresentar ou recomendar André Luiz, o amigo que se fez credor de nossa simpatia e reconhecimento pelas páginas consoladoras e construtivas que vem formulando do Mundo Espiritual para o Mundo Físico. 
Entretanto, é razoável se te diga que neste volume, em matéria de vida "post-mortem", ele expõe notícias diferentes daquelas que ele próprio colheu em "Nosso Lar", estância a  que aportou depois da desencarnação. 
Conquanto as personagens da história aqui relacionadas – todas elas figuras autênticas cujos nomes foram naturalmente modificados para não ferir corações amigos na Terra – tenham tido, como já dissemos, experiências muito diversas daqueles que caracterizam as trilhas do próprio André Luiz, em seus primeiros tempos na Espiritualidade, é justo considerar que os graus de conhecimento e responsabilidade variam ao infinito. 
Assim é que os planos de vivência para os habitantes do Além se personalizam de múltiplos modos, e a vida para cada um se específica invariavelmente, segundo a condição mental em que se coloque. 
Compreensível que assim seja. 
Quando maior a cultura de um Espírito encarnado, mais dolorosos se lhe mostrarão os resultados da perda de tempo. Quanto mais rebelde a criatura perante a Verdade, mais aflitivas se lhe revelarão as conseqüências da própria teimosia. 
Além disso, temos a observar que a sociedade, para lá da morte, carrega consigo os reflexos  dos hábitos a que se afeiçoava no mundo.
Os desencarnados de uma cidade asiática não encontram, de imediato, os costumes e edificações de uma cidade ocidental e vice-versa. 
Nenhuma construção digna se efetua sem a cooperação do serviço e do tempo, de vez que a precipitação ou a violência não constam dos Planos Divinos que supervisionam o Universo. 
Para não nos alongarmos em apontamentos dispensáveis, reafirmamos tão-somente que, ainda aqui, encontraremos, depois da grande renovação, o retrato espiritual de nós mesmos com as situações que forjamos, a premiar-nos pelo bem que produzam ou a exigir-nos corrigida pelo mal que estabeleçam. 
Leiamos, assim, o novo livro de André Luiz, na certeza de que surpreenderemos em suas páginas muitos pedaços de nossa própria história, no tempo e no espaço, a solicitar-nos meditação e auto-exame, aprendendo que a vida continua plena de esperança e trabalho, progresso e realização, em todos os distritos da Vida Cósmica, ajustada às leis de Deus. 
HOMENAGEM 
Reverenciamos o Primeiro Centenário de “A Gênese” , de Allan Kardec.
ANDRÉ LUIZ

Emmanuel
(Uberaba, 18 de abril de 1968)

 


LUZ NO LAR
Espírito: Diversos
Livro - 094 / Ano - 1968 / Editora - FEB

Obra especialmente dedicada ao Culto do Evangelho no Lar, organizada pelo autor espiritual, em que diversos outros amigos do Além participam com edificantes considerações à luz dos fundamentos da Doutrina Espírita. São ao todo sessenta e cinco capítulos que nos oferecem judiciosos esclarecimentos e que nos ajudam a pensar, a meditar nas verdades do espírito, junto aos nossos companheiros da romagem humana que vivem sob o teto do ambiente familiar. Reúne crônicas, poesias e mensagens instrutivas sobre temas intensamente discutidos nos dias de hoje como: aborto; divórcio; família; infância e amor maternal, mostrando a necessidade da renovação do homem por meio da prática dos ensinos evangélicos.


À LUZ DA ORAÇÃO
Espírito: Diversos
Livro - 095 / Ano - 1969 / Editora -
CLARIM

Na bibliografia relacionada à prece é mais conhecido o trabalho do Rhys Davis, que recolheu textos de budismo arcaico, a compilação de Zimmern e de Gressmann para a religião assírio-babilônia, a espécie de breviário de Neumann, limitado à prece dos monges da Índia e de diversas tentativas de se recolherem às preces cristãs. Como não poderia deixar de acontecer, essa preocupação se fez sentir no espírito de Allan Kardec, que nos ofereceu o legado famoso de suas preces, cujas edições não conhecem limite.
 Mas esta é a primeira vez que se tenta reunir preces psicografadas, e, o que é melhor, devidas à atividade mediúnica deste que é reconhecido como o mais famoso psicógrafo do mundo: Francisco Cândido Xavier.
 Para quem tenha dúvidas quanto ao caráter religioso do Espiritismo, este é também um livro para afastar vacilações, já que a prece é o fenômeno central da vida religiosa. No dizer de Deissmann "a prece caracteriza uma religião, uma época religiosa, um homem religioso, de maneira mais eficaz que a mitologia, a legenda, o dogma, a moral ou a teologia".
 Ora, este livro é um vasto panorama em que os Espíritos oram. E sendo o Espiritismo a religião dos Espíritos, aqui se encontram os elementos mais válidos para caracterizá-lo, mesmo porque neste contexto não se encontram, obviamente, preces litúrgicas, porém alitúrgicas e pessoais, conservando, em ritmos sugestivos e vários, o diálogo eterno entre o homem e Deus, entre a mente fixada em seu espaço e em seu tempo e as energias cósmicas.
 Reunimos textos de poetas e escritores famosos já desencarnados, com Humberto de Campos, Ruy e João de Deus, mas, igualmente a contribuição de ignoradas Entidades, tais Aparecida e Aniceto, em expressões desde as mais singelas às mais complexas pelo sentido religioso, de sorte que, lendo estas páginas, nos sentiremos como que suspensos nos fios de um mistério infinito em meio ao qual as vozes que se erguem identificam-se por toda parte reconhecemos essa substância central do fato religioso, isto é, a forma pela qual a prece encontra sua expressão na latente confiança em uma intervenção providencial.
 Um duplo valor, documentário e poético, justifica esta antologia, um itinerário formoso e inesperado entre almas imobilizadas no instante mesmo em que estabelecem seu colóquio com Deus.
 "A prece - escreveu Heiler - é o coração, o ponto central da religião e não é nos dogmas, nas instituições, nos ritos, nas idéias morais que podemos descobrir a substância da vida religiosa, mas nesse conjunto de reações individuais da alma religiosa em face do cosmos, sentimento do infinito do espaço e do tempo, da ordem e da harmonia do cosmos, do reconhecimento ao mesmo tempo pleno de terror e de maravilha do caráter limitado da criatura".
 A caracterização e análise de tais sensações, de seu valor emocional, da aparição de elementos éticos e normativos, de elementos de devoção e de elementos racionais na consciência religiosa, a definição consequente de relações entre emotividade e racionalidade moral, tais são os elementos que podemos encontrar aqui.
 A prece abre um circuito emocional entre os dois termos fundamentais da experiência religiosa, Deus e o homem e, por tal motivo, julgamos preferível a organização dos capítulos entre "Meditações" de Emmanuel, contendo valores de movimento, de posição e de orientação da prece. 
 Esse esforço se concretiza com o apêndice em que os Espíritos exprimem forças positivas, determinadas, prestes a se efetivarem, oferecendo elementos para a observação e o estudo constante em regras de comportamento, propondo a concordância entre a intenção e a ação.
 Foi puramente ocasional que as preces reunidas nesta "Antologia" se distingam pelo caráter verbal e poético. Comentando o poder comunicativo da palavra, de que a prece se serve, já Di Nola dizia, concordando com os Evangelhos que os logos, verbum, é energia oculta de onde o mundo tira sua forma harmônica, constituindo, ao mesmo tempo, imploração que persuade e se insinua, injunção indiscutível, pranto aflitivo, exuberância de um grito de alegria e glória.
 Uma pesquisa linguística, ainda que limitada, nos leva à uma confirmação da função da prece, pois que prece é pedido nas palavras prex, precor, da raiz indo-européia perek (pedir), representativa do conceito de pedir com palavras para obter, comum no sânscrito prât (prece), no úmbrio persuinu alemão fraga (pedido), no irlandês arco (eu oro). Outras vezes representa-se o conceito de prece supplicatio correspondente ao grego proschineo, que vem da raiz pel (dobrar), evidente na palavra supplice - subplico, do grego ichesia que, segundo a conjectura etimológica mais provável, vem do radical seich (estender a mão).
 A prece espírita é pessoal, individual, alitúrgica. É evidente que a relação homem-Deus está toda inteira contida na intimidade da alma individual, é uma predisposição, uma inclinação do espírito a solicitar, a glorificar, a se abandonar, é, no dizer de Agostinho, a sede que só encontra alívio na paz da fonte divina. Assim sendo, considerar a prece nesse estado de intimidade, tal como a inexprimível. As experiências contidas neste livro auxiliam, porém, a 
 compreender como é possível passar de uma forma preliminar de prece elaborada à prece pessoal propriamente dita, emocional e mental. A própria necessidade vital de se extravasar, de se manifestar, leva o indivíduo a dar expressão ao seu impulso interior, na tentativa de defini-lo.
 O apêndice deste livro, no qual abnegadas Entidades assinam estudos diversos sobre a prece, leva-nos a concebe-la como uma pura condição espiritual do exercício, de atos de pacificação e passividade numa sucessão gradual de aperfeiçoamento e de conquistas interiores.
 No que concerne aos Espíritos que assinam as diferentes páginas, interessa-nos sobretudo a compreensão do processo de formação de uma consciência inteiramente livre e marcada pelos caracteres de personalidades altamente religiosas. De sorte que, como contexto, esta obra concerne particularmente à psicologia religiosa, à história de grandes consciências que se sublimaram e passam a exercer decisiva influência no desenvolvimento do movimento espírita, que deve levar de volta ao Cristianismo à sua verdadeira perspectiva. O estudo de cada uma das preces aqui contidas, sob os recursos de compreensão oferecidos pelo Espiritismo, esclarece todos os mecanismos psicológicos nos quais ela tem sua origem, no quadro de experiências nitidamente espirituais e que promove o impulso à prece como uma manifestação puramente interior.
 Por outro lado revela aqui que a prece não pode assumir caráter estático e tradiconal se quiser manter seu poder natural de sugestão. Neste sentido é lícito considerar que a Prece Dominical, proposta por Jesus, é uma eficácia inicial, determinando, no exercício da prece, condições de emoção e contacto com os níveis superiores da realidade, com a finalidade, entretanto, de que, de tal esforço, resulte a centelha inicial da prece pessoal e, conforme o próprio Cristo propõe, individual.
 Enquanto as liturgias oficiais entram em decadência, o Espiritismo esforça-se, por um novo caminho, a motivar a predisposição religiosa natural do espírito humano. Eis o que nos levou a realizar esta "Antologia" na qual o leitor poderá, através de fácil leitura, estabelecer relação com a carga emotiva de inteligências realmente voltadas para uma "re-ligação" e dispostas, conforme a passagem de Paulo, o Apóstolo, a vivificar a letra pelo espírito.
 Eis que porque nestas páginas agita-se a labareda, em mais puro estado, da grande religião do Consolador Prometido, elaborada na divina ambição de fazer com que se comunique o Eu e o Outro, o Sujeito e o Objeto, o Ser Humano e o Ser Cósmico.

 


ORVALHO DE LUZ
Espírito: Diversos
Livro - 096 / Ano - 1969 / Editora -
CEC

Orvalho de Luz - O título escolhido para a coleção de gemas espirituais, em forma de trovas, que os poetas amigos derramam da Imortalidade por oferta de amor aos homens, nossos irmãos.

A nosso ver, nenhum nome mais adequado e mais feliz, porque os pensamentos aqui entesourados semelham sorrisos e lágrimas, diamantes e estrelas de paz e alegria. instrução e beleza que se destinam, - conforme os elevados propósitos dos autores -, a consolar a bendizer os nossos companheiros de experiência nas trilhas da humanidade.

Gotas de emoção e sabedoria possam elas envolver as almas nas sublimes irradiações da Vida Superior; e pepitas de inteligência que venham a enriquecer o caminho das criaturas, são nossos votos veementes.

Entregando-te assim, leitor amigo, as páginas sinceras e despretenciosas daqueles que comungam conosco o aprendizado da Vida Maior, esperamos que as sementes de luz aqui enceleiradas consigam produzir o máximo de reconforto e esperança. ensinamento e reflexão, no solo do espírito , ao mesmo tempo que rogamos ao Senhor abençõe e inspire sempre os trovadores amigos - a eles e a nós.

Emmanuel

(Uberaba, 1 de fevereiro de 1969)

 


PASSOS DA VIDA
Espírito: Diversos
Livro - 097 / Ano - 1969 / Editora - CEC

Efetivamente, a vida na Terra assemelha-se à longa série de veículos, avançando pelas estradas do tempo.
Por fora, nas estâncias do mundo externo, as paisagens se caracterizam por toques sempre novos de progresso e beleza.
Máquinas vencendo distâncias, invenções criando facilidades técnicas incentivando a produção.
Cada cidade parece um comboio resfolegante, destilando calor, atividade, avanço. movimento e cada lar são um vagão constrangido a obedecer aos impulsos da frente. Por dentro, porém, na intimidade doméstica, as lutas morais são quase as mesmas de século passados.
Os homens, viajares da evolução, se comunicam de pólo a pólo, mas encontram extremada dificuldade para se harmonizarem uns com outros: constituíram-se parques de diversões, onde milhares de pessoas se acotovelam, entusiasmáticas e distraídas, no entanto, a solidão tornou-se enfermidade moral nos centros mais cultos.
A peregrinação continua, enfeitada nas aparências, mas atormentada, no fundo . . As angústias e os enigmas da afeição e do ódio, o racismo, o espírito belicista, as desilusões de toda espécie, as moléstias mentais de etiologia obscura, a obsessão, o suicídio sem atenuantes plausíveis, o aborto delituoso, a criminalidade, o lenocínio, o tédio, os fenômenos da crueldade, a insegurança, a insatisfação, a irresponsabilidade, as tragédias passionais, o abuso de entorpecentes e as lágrimas da separação e da morte são flagelados de sempre que solapam a vida no cerne . . .
Para aliviar semelhante carga de provações, a Doutrina Espírita revive hoje os ensinamentos de Jesus que, devidamente aplicados, descortinarão novos horizontes para as criaturas humanas, garantindo-lhes a marcha sem acidentes.
Daí, leitor amigo, a razão de havermos organizado este livro despretensiosa, a que denominamos “Passos da Vida”, destinado a observações e reflexões, em torno de nossa ramagem na Terra.
Cada pequeno capítulo - uma jornada simples.
Cada trecho - um passo convidando à paz e à renovação.
Oferecendo-te, assim, este singelo epítome de avisos, lembranças, solicitações e pensamentos, agradecemos a atenção com que et situarás conosco nestas páginas, - na condição de vivos da Terra e vivos da Espiritualidade, - a fim de estudarmos juntos os nossos problemas, ao mesmo tempo que rogamos ao Senhor nos ilumine e nos abençoe, em nossa viagem para o Mundo Maior.

Emmanuel
(Uberaba, 31 de março de 1969)
 


ESTANTE DA VIDA
Espírito: Irmão X
Livro 098 / Ano - 1969 / Editora - FEB

Preito de amor
Senhor Jesus!
Em teu louvor, apóstolos de tua causa homenageiam-te, em toda parte. E vemos, por toda a parte, os que et ofertam : 
a riquesa do exemplo; 
a oficina do lar; o brilho da cultura; 
o ouro da palavra; 
a luz da fé viva; 
as fontes da compreensão; 
os sonhos da arte; 
os lauréis da poesia; 
as obras-primas da bondade; 
os tesouros do afeto.
Perdoa, Mestre, se nada mais possuímos, a fim de honorificar-te, senão estas páginas singelas que colocamos, em teu nome, na estante da vida que, fundamentalmente, não são nossas. Constituem migalhas de tua glória, humildes reflexos de teus próprios ensinamentos que recolhemos na estrada, em que tentamos, de algum modo, admirar-te e seguir-te.
E se assim procedemos, Senhor, trazendo-te em restituição aquilo que te pertence é que nós todos - os espíritos ainda vinculados à Terra - precisamos de ti.

Irmâo  X
(Uberaba, 31 de março de 1969)

 


ALMA E CORAÇÃO
Espírito: Emmanuel
Livro 099 / Ano - 1969 / Editora - PENS

Nesta hora, em que tantos povos têm a sua paz conturbada e inúmeros lares se debatem, desajustam e dissolvem para agravar as aflições  da humanidade, o mundo está mais do que nunca necessitado e ansioso por um lenitivo, uma luz que brote da alma e do coração, e não mais do cérebro frio e nebuloso. Daí a oportunidade deste livro, cujo título condiz muito com o seu contexto, tão ameno e acolhedor que se nos afigura um prado florido e risonho, aberto ao cansado viajor que ali busque passar horas de descanso e reflexões.
Acode ainda a circunstância de haverem  suas linhas fluidas da pena de alguém que, tendo feito do sadio Espiritualismo o seu sacerdócio mais sagrado, tem dedicado toda a sua vida a aliviar as agruras morais e físicas de seus semelhantes, tanto por seus atos como por suas palavras. Isto porque ele não é um simples teórico, mas um praticante vivo e sempre ativo do bem.
Assim é que o leitor terá aqui, à sua frente, uma estimuladora mensagem, distribuída em sessenta curtos e bem concatenados capítulos sobre variados temas confluindo todos, qual regatos de luz, para o mesmo oceano da Verdade, que é Deus, e sedenta as almas peregrinas provenientes de todas a origens.
Em cada capítulo poderá o interessado ter um tema para meditação. Se em cada um deles meditar, e o praticar até o fim, logrará construir dentro de si um mundo feliz, que o ajudará, nesta existência, a aproximar-se um pouco mais da fonte da tão sonhada e decantada felicidade, porém realmente buscada por tão poucos.
Publicando esta obra, cremos estar contribuindo para que sua mensagem logre alcançar todas as almas, iluminar seus corações e harmonizar suas mentes, e desta  sorte levá-las a trilhar nobremente a senda da espiritualidade, a única capaz de lhes aliviar  as amarguras da vida e conduzi-las ao “Reino de Deus”, que está mais dentro do que fora de cada um de nós.
Oxalá se confirme e concretize nossa crença, para que tanto o autor como os editores se sintam compensados em seu intento e esforços.

Os Editores

 


POETAS REDIVIVOS
Espírito: Diversos
Livro - 100 / Ano - 1969 / Editora - FEB

Ante-Sala
Eles, os poetas, voltam do País da Luz, cantando outra vez.
Muitos deles, nos escuros labirintos de ontem, mergulhavam o tesouro da inspiração nas correntes espessas do pessimismo e da angústia; hoje, porém, redivivos no Mundo Maior, acendem a flama do próprio estro,  clareando-nos o caminho.
Bastas vezes, agora, se referem à dor, mas unicamente para nomeá-la por trilha ascendente no rumo da perfeita alegria. Falam de saudade e sonho, provação lágrima, mostrando-lhes a função de cinzéis no burilamento do espírito.
Pássaros da inteligência, cindidos o espaço da grande libertação, voltam a reconfortar os irmãos que ainda se debatem no visco das paixões terrenas, arrastando o pesado lastro do sofrimento reparador, restaurando-lhes a esperança. E, nessa faina bendita de esparzir compreensão e alegria, ensinamento e consolo, expressam-se no enciúma que lhes é peculiar, comunicando vida nova a quantos lhes respirem a faixa de ideal e beleza.
Efetivamente, dispensaria qualquer apresentação no limiar deste livro que lhes consubstancia a mensagem de paz e amor; entretanto, calasse-nos a voz, diante dos lavores artísticos em que se lhes vazam, nestas páginas, a idéia e a emoção, para que lhes identifiquemos tão-somente o anseio de espalhar sobre a Terra as sementes do progresso espiritual.
Irmãos da Luz, esquecem a senda de sombras que atravessaram no mundo e, convertidos todos eles, em vexilários da alvorada, reúnem-se aqui para proclamarem às criaturas irmãs da Terra que, além da morte, a vida não cessa, tanto quanto, para lá da noite, desabrochará sempre o fulgor de 
novo dia.
Ao contemplá-las, emergindo de novas Castálias da Imortalidade Triunfante, saudamos neles - companheiros beneméritos - toda uma legião de construtores da Era Nova, rogando ao Senhor da Vida, não só para que nos predisponha a receber-lhes proveitosamente a visita edificante e renovadora, mas também para que os enalteça e abençoe.

Emmanuel
(Uberaba, 1 de agosto de 1969)

 


 
 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita