Acautela-te a respeito de qualquer tipo de
apego. Aprende a despojar-te de tudo quanto
pese negativamente na tua economia
espiritual.
Existem valores que têm o significado que
lhes atribuis, não passando de carga
demasiado pesada para ser conduzida.
Da mesma forma, sentimentos perturbadores e
paixões dissolventes que te preenchem os
espaços emocionais, aturdindo-te e
impossibilitando-te o crescimento interior,
vigem enquanto são sustentados pela mente
em desalinho. Se
forem considerados como peso injustificável,
logo se diluem cedendo campo a idéias
felizes e a aspirações libertadoras.
Nestes dias de exagerada cultura física, em
que homens e mulheres entregam-se ao
desenvolvimento das formas em disputa pelos
campeonatos de beleza, conforme os vigentes
padrões estabelecidos, muitos tormentos
emocionais são acrescentados ao
comportamento pessoal, desviando-lhes o
pensamento e o interesse pela aquisição de
significados existenciais profundos.
A forma exterior sempre está sujeita às
alterações do processo transformador imposto
pelas células no transcurso do tempo.
Cirurgias corretoras e implantes, ginástica
modeladora e anabolizantes, dietas rigorosas
e técnicas de rejuvenescimento, embora
postergando por breve tempo o fenômeno do
desgaste orgânico e da aparência, não
conseguem impedi-lo, às vezes, criando
situações mais aflitivas em razão da
ansiedade e do estresse que produzem.
O corpo físico é máquina sublime que a
Divindade empresta ao Espírito, que a
organiza conforme as necessidades de
evolução, a fim de desenvolver os preciosos
recursos morais que lhe dormem no imo.
Beleza ou feiúra, saúde ou enfermidade,
inteligência ou idiotia, são decorrências
naturais das conquistas e prejuízos
conseguidos nas experiências anteriores,
ensejando reparação ou aprimoramento
interior, a fim de que a vida estue em
plenitude.
Sendo o planeta terrestre uma escola de
bênçãos, tudo quanto oferece é transitório
nas suas expressões materiais, de modo que
se possam transformar em tesouros
imperecíveis que acompanharão o seu
possuidor para sempre.
A ânsia, porém, que domina as criaturas
humanas, em favor da posse, do destaque
político ou social, religioso ou artístico,
científico ou cultural, estético ou afetivo,
responde por verdadeiros desastres
interiores, que se apresentam como
depressões, agressividade, violência, lutas
contínuas, homicídios e suicídios
lamentáveis.
Fossem consideradas essas ambições de
maneira tranqüila, como sendo recursos
utilizáveis quando oportuno, direcionando-as
para metas verdadeiras e valeria o esforço
envidado.
Nada obstante, em face da impermanência de
que se constituem, envolvem o ser humano em
uma sofreguidão que o alucina, empurrando-o,
de maneira devastadora, a querer mais, a
permanecer inviolado, perene conquistador...
Apesar disso, a sucessão inevitável dos
acontecimentos apresenta sempre os que os
substituirão, aqueles que alcançarão o pódio
deixando-os no esquecimento, na sombra...
*
Inicia a tua experiência de despojamento
abrindo mão de disputas inúteis, muitas
vezes, mesquinhas, que arrastam multidões a
incessantes disparates. Com esta atitude
emocional superarás questiúnculas e desafios
infantis, caprichos e sentimentos de mágoas,
de inferioridade ou de superioridade, aos
quais te aprisionas por orgulho ou
presunção, descobrindo a felicidade de viver
com equilíbrio.
Logo depois, revisa armários e depósitos,
onde acumulas tudo quanto não te serve no
momento, de modo que retires os excessos que
aguardam ocasião para serem utilizáveis,
passando-os a outros que têm necessidades
imediatas. Roupas, calçados e objetos
acumulados, além de tomarem precioso espaço,
amontoam poeira e perdem-se no turbilhão do
esquecimento.
Há muita coisa que parece importante somente
em decorrência do apego a que se lhe aferram
os indivíduos, transformando-se-lhes em
escravos espontâneos. Iludem-se, esperando
que, em algum dia, poderá ser aproveitada
até dar-se conta da sua ilusão.
Oferece imediatamente os medicamentos que
irão perder a validade, mas que permanecem
nos móveis, esperando a chegada da
enfermidade para serem usados, quando
existem pessoas doentes que os não podem
adquirir, às quais, serão de imediata
utilidade. Quase sempre, quando as doenças
se te apresentam e buscas o atendimento
médico, recebes orientação terapêutica
diferente, sem que te possas aproveitar dos
remédios guardados ou sequer lembrados no
momento da aflição.
Assim agindo, com segurança irás aprendendo
a doar os pertences, que são sempre
transitórios, para poder doar-te em favor do
próximo.
A existência somente tem sentido profundo
quando o indivíduo descobre a arte de
auxiliar, tornando-se célula pulsante e
valiosa do conjunto social.
A dor do próximo que te espia e a sua
miséria que te observa são oportunidades
preciosas para o teu aprendizado moral e
fraternal, através do qual encontrarás a
inevitável presença do serviço.
Desse modo, perceberás melhor que os teus
são problemas de pequena monta diante dos
inabordáveis desafios que se apresentam para
outras pessoas, algumas das quais lutam sem
descanso, confiando e mantendo alto padrão
de harmonia interior. Outras, no entanto,
que não têm a mesma resistência moral, sob
tais conjunturas, derrapam no crime e na
loucura.
Constatarás, então, que a violência em
muitos indivíduos, sempre resultado da
ignorância e do abandono a que se encontram
atirados, seja de natureza física, econômica
ou moral, pode ser minimizada, quando não
resolvida, se as pessoas generosas
procurarem ajudar aqueles que a padecem,
desnorteados ou perseguidos.
Se não podes apagar um incêndio devorador,
diminui-lhe a voracidade com pequena porção
de água, enquanto não chegam os bombeiros.
Fazendo a tua parte, estarás tornando a vida
mais digna de ser vivida e o mundo melhor no
seu aspecto físico e moral.
Nunca te escuses de contribuir em favor de
outrem, considerando sempre que dispões de
mais do que podes necessitar.
*
Despojando-te de opiniões caprichosas, de
conduta vaidosa e infeliz, de objetos e
pertences que podes dispensar, descobrirás
que o teu corpo transitório será também
abandonado quando a desencarnação retirar-te
dele.
Com visão fraternal desenvolvida constatarás
que alguns dos órgãos que hoje constituem
apoio para o teu crescimento espiritual,
depois de utilizados e em perfeito estado,
quando não mais necessitando deles, poderás
doá-los desde já a outros companheiros de
jornada que os carecem, a fim de ensejarem
continuidade ao processo iluminativo da
reencarnação, que te bendirão mesmo
ignorando o teu gesto. Não poderão
desconhecer que continuam a marcha evolutiva
porque alguém deles se recordou,
oferecendo-lhes os recursos indispensáveis
para a sobrevivência orgânica.
Despojando-te de tudo e oferecendo quanto te
seja possível
doa
também o teu coração a Jesus, a fim de que
Ele insufle-lhe amor e paz para todo o
sempre.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia
15 de janeiro de 2004, em Miami, Flórida,
USA.)
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