Allan Kardec, o Missionário de
Jesus
Há muito tempo, numa família de
pessoas sérias e respeitáveis,
nasceu um menino. A chegada de um
bebê é um dia muito especial para
a família, por isso esse 3 de
outubro de 1804 ficaria gravado
para sempre em suas vidas. Os pais
ficaram muito felizes com a
chegada do bebê, cumulando-o de
carinho e atenções. Deram-lhe o
nome de Hippolyte Léon Denizard
Rivail.
O papai, Jean-Baptiste, e a mamãe,
Jeanne Louise, se debruçavam sobre
o bercinho, pensando: Como será
nosso bebê? O que será nosso filho
quando crescer?
Tradicionalmente, vinham de uma
família de pessoas inteligentes e
cultas. O pai ocupava o cargo de
juiz de direito. Era normal que se
preocupasse com o futuro da
criança.
Na França do século XIX a educação
era difícil, e os professores
tentavam instruir seus alunos
através de castigos, de palmadas.
Havia poucas escolas e, as
existentes, normalmente eram para
os mais privilegiados.
Por isso, o pai de Hippolyte Léon,
desde que o filho era pequenino já
procurava pensar para qual escola
o mandaria quando chegasse à hora.
Pesquisou bastante e decidiu-se
pela Escola de Pestalozzi, na
cidade de Yverdun, na Suíça.
Pestalozzi era um notável
educador, famoso em todo o mundo.
Assim, embora de família católica,
o garoto foi mandado para um país
protestante, aonde se tornou um
dos mais conhecidos discípulos de
Pestalozzi. Como professor,
divulgou o sistema educacional do
seu mestre, que veio a
revolucionar o ensino na França e
na Alemanha.
Hippolyte Léon tinha inteligência
lúcida, notável raciocínio,
sentimentos nobres, caráter reto e
bons princípios. Com quatorze anos
já dava aulas aos alunos menores,
substituindo seu mestre quando ele
precisava viajar.
Mesmo sendo um aluno brilhante,
enfrentou discriminação por ser
católico num país protestante. Os
atos de intolerância que sofreu e
que via outros sofrerem, o levaram
a desejar uma reforma religiosa,
na qual todas as pessoas fossem
unidas e iguais entre si, não
existindo diferença entre elas.
Mas ele não sabia como fazer isso!
Retornando à França, terminados os
estudos, dedicou-se a dar aulas e
fazer traduções de obras sobre
educação e moral, para o idioma
alemão, que conhecia
profundamente. Escreveu diversos
livros, fundou uma escola onde
assumiu a tarefa de educar
crianças e jovens para se tornarem
homens dignos e respeitáveis como
ele.
Por essa época, as manifestações
dos Espíritos agitavam o mundo. O
professor Rivail, como era
chamado, começou a pesquisar o
assunto e percebeu a importância
desses fenômenos.
Mente lúcida, raciocínio claro e
sempre disposto a aprender, aberto
a novas idéias, logo se tornou um
foco de luz, irradiando
luminosidade para a sociedade em
que vivia.
Pesquisou as manifestações dos
Espíritos, comparou com as
comunicações que lhe mandaram de
diversos países, selecionou por
assunto, formando um corpo de
doutrina, a que deu o nome de
Doutrina Espírita, ou
Espiritismo.
Percebeu a relevância desses
conhecimentos que vinham do Mundo
Espiritual para esclarecer os
homens na Terra. Assim, em 18 de
abril de 1857 publicou a obra “O
Livro dos Espíritos”, que contém
toda a Doutrina Espírita, sob o
pseudônimo de Allan Kardec. Como
era um nome ilustre na França,
tendo publicado vários livros, não
queria influenciar as pessoas com
seu nome.
Os fundamentos do Espiritismo são:
1) A existência de Deus. 2) A
imortalidade da alma. 3) A
comunicação entre os mundos
material e espiritual. 4) A lei da
reencarnação ou vidas sucessivas.
5) A pluralidade dos mundos
habitados.
Assim, àquela criança nascida no
início do século XIX, estava
programada uma tarefa
extraordinária: tornar-se o
Codificador da Doutrina
Espírita.
Como Mensageiro de Jesus, viria
para transformar o mundo,
auxiliado pelos Espíritos, levando
esclarecimento, consolação, fé e
esperança a todas as criaturas.
Com os ensinamentos dos Espíritos
Superiores encontrou finalmente
aquilo que buscava. Entendeu que
todos os homens são irmãos e
iguais perante a lei,
diferenciando-se entre si apenas
pelo grau de evolução e pelas
conquistas morais alcançadas.
Por isso, nesse dia 18 de abril,
quando a Doutrina Espírita
completa 150 anos, elevemos a
Allan Kardec os nossos pensamentos
cheios de gratidão pela notável
missão que tão bem desempenhou.
Certamente
aqueles que foram seus pais nesta
última existência, que o receberam
em seu lar, foram escolhidos para
essa tarefa e preparados para dar
a Allan Kardec a educação e o
respaldo necessários para a
execução da missão que iria
realizar no futuro. Os Espíritos
Jean Baptiste e Jeanne Louise
devem se sentir felizes,
realizados e gratos a Deus por
lhes dar um filho que viria a
tornar-se um dos grandes homens da
Humanidade de todos os tempos.
Allan Kardec é uma luz que
resplandece no infinito como uma
estrela de brilho intenso que
jamais se apagará. |