Damos início à apresentação do texto condensado da obra
“Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier e
publicada pela editora da Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que representa a existência corpórea para nós?
R.: A existência corpórea
é indispensável ao progresso humano. A Terra
é oficina sagrada, e ninguém a menosprezará,
sem conhecer o preço do terrível engano a que
houver submetido o próprio coração. A experiência
de André Luiz diz bem alto que não basta à
criatura apegar-se à existência humana, mas
precisa saber aproveitá-la dignamente. (Nosso
Lar, prefácio de Emmanuel, pág. 11.)
B. Como André conceitua a vida e a morte?
R.: A vida não cessa, a
vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro
das ilusões.
Permutar a roupagem física não decide o
problema fundamental da iluminação. Uma existência
é um ato. Um corpo – uma veste. Um século
– um dia. Um serviço – uma experiência. Um
triunfo – uma aquisição. Uma morte – um
sopro renovador. (Nosso
Lar, págs. 13 e 14.)
C. Como André descreve o Umbral?
R.:
Silêncio implacável, cortado às vezes por
gargalhadas sinistras e uma paisagem, quando não
totalmente escura, banhada de luz alvacenta,
como que amortalhada em neblina espessa, essa
era a região
em que André
Luiz
viveu por vários anos, assediado por seres
monstruosos e vultos negros que o acordavam irônicos
e lhe dirigiam acusações impensáveis. Eis o
que André diz do chamado Umbral no capítulo
inicial de seu primeiro livro. (Nosso Lar, págs.
17 a
21.)
D. Que razões levaram André Luiz a fracassar na existência terrena?
R.:
O próprio André afirma que a filosofia do
imediatismo o absorvera no mundo. A existência
terrestre não fora assinalada de lances
diferentes da craveira comum. Ele havia
conquistado os títulos universitários sem
maior sacrifício e perseguira situações estáveis
que garantissem a tranqüilidade econômica do
seu grupo familiar, mas não desenvolvera os
germes divinos que o Senhor colocara em sua
alma; ao contrário, sufocara-os criminosamente,
no desejo incontido de bem-estar. (Nosso Lar, pág. 19.)
Texto para leitura
1. Este livro não é único. Outras
entidades já comentaram as condições da vida,
além-túmulo... Certamente que numerosos amigos
sorrirão ao contacto de determinadas passagens
das narrativas. (Prefácio de Emmanuel, pág.
10.)
2. Estava
André convicto de não mais pertencer ao número
dos encarnados no mundo e, no entanto, seus pulmões
respiravam a longos haustos. Cabelos eriçados,
coração aos saltos, medo terrível, muita vez
gritou como louco, implorou piedade e clamou
contra o doloroso desânimo que o subjugava...
Mas, quando o silêncio implacável não lhe
absorvia a voz estentórica, lamentos mais
comovedores que os seus respondiam a seus
clamores. Outras vezes, gargalhadas sinistras
rasgavam a quietude ambiente. (Cap. 1, pág.
17.)
3. A
paisagem, quando não totalmente escura, parecia
banhada de luz alvacenta, como que amortalhada
em neblina espessa. O medo de André era grande.
Onde ficaram o lar, a esposa, os filhos? Sem
qualquer noção do rumo a tomar, as lágrimas
lavavam-lhe incessantemente o rosto e apenas, em
minutos raros, felicitava-o a bênção do sono.
Bruscamente, porém, interrompia-se a sensação
de alívio, porque seres monstruosos o
acordavam, irônicos, e era imprescindível
fugir deles. (Cap. 1, pág. 18.)
4. Em
momento algum o problema religioso surgira tão
profundo a seus olhos. Os princípios puramente
filosóficos, políticos e científicos
figuravam-se-lhe agora extremamente secundários
para a vida humana. Verificava que alguma coisa
permanece acima de toda cogitação meramente
intelectual. Esse algo é a fé. Essa análise
surgia, contudo, tardiamente, porque ele nunca
procurara as letras sagradas com a luz do coração.
(Cap. 1, pág. 18.)
5. A
filosofia do imediatismo o absorvera no mundo. A
existência terrestre não fora assinalada de
lances diferentes da craveira comum. Conquistara
os títulos universitários sem maior sacrifício...
Perseguira situações estáveis que garantissem
a tranqüilidade econômica do seu grupo
familiar, mas algo o fazia experimentar a noção
de tempo perdido. Não desenvolvera os germes
divinos que o Senhor colocara em sua alma; ao
contrário, sufocara-os criminosamente, no
desejo incontido de bem-estar. (Cap. 1, pág.
19.)
6. “Oh!
amigos da Terra! – adverte André Luiz. –
Acendei vossas luzes antes de atravessar a
grande sombra. Buscai a verdade, antes que a
verdade vos surpreenda. Suai agora para não
chorardes depois.” (Cap. 1, pág. 20.)
7.
"Suicida, criminoso, infame" –
gritos assim cercavam André de todos os lados.
Onde os sicários estavam? Quando o desespero
atingia o auge, ele atacava-os, mas em vão
esmurrava o ar nos paroxismos da cólera.
Gargalhadas sarcásticas feriam-lhe os ouvidos,
enquanto vultos negros desapareciam na sombra.
Fome e sede o torturavam. Crescera-lhe a barba,
a roupa começava a romper-se. O mais doloroso,
contudo, não era o abandono, mas o assédio
incessante de forças perversas que lhe
assomavam nos caminhos ermos e obscuros. (Cap.
2, pág. 21.)
Frases e apontamentos importantes
I. Quando o servidor está pronto, o serviço
aparece. (Frase constante do subtítulo do
livro, mas que foi pronunciada na verdade pelo
ministro Genésio; veja as págs. 5 e 143.)
II. Todo
leitor precisa analisar o que lê. (Emmanuel,
prefácio, pág. 10.)
III. O
Espiritismo ganha dilatada expressão numérica.
Milhares de criaturas interessam-se pelos seus
trabalhos, modalidades, experiências. Nesse
campo imenso de novidades, todavia, não deve o
homem descurar de si mesmo. (Emmanuel, prefácio,
pág. 10.)
IV. É
indispensável cogitar do conhecimento de nossos
infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa
vez, nos serviços do bem. (Emmanuel, prefácio,
pág. 10.)
V. O homem
terrestre não é um deserdado. É filho de
Deus, em trabalho construtivo, aluno de escola
benemérita, onde precisa aprender a elevar-se.
A luta humana é a sua oportunidade, a sua
ferramenta, o seu livro. (Emmanuel, prefácio, pág.
11.)
VI. O intercâmbio
com o invisível é um movimento sagrado... Que
ninguém, todavia, se descuide das necessidades
próprias, no lugar que ocupa pela vontade do
Senhor. (Emmanuel, prefácio, pág. 11.)
VII. A maior
surpresa da morte carnal é a de nos colocar
face a face com a própria consciência.
(Emmanuel, prefácio, pág. 11.)
VIII. A
Terra é oficina sagrada, e ninguém a
menosprezará, sem conhecer o preço do terrível
engano a que submeteu o próprio coração.
(Emmanuel, prefácio, pág. 11.)
IX. A experiência
de André Luiz diz bem alto que não basta à
criatura apegar-se à existência humana, mas
precisa saber aproveitá-la dignamente; que os
passos do cristão devem dirigir-se
verdadeiramente ao Cristo e que precisamos do
Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito
mais, de Espiritualidade. (Emmanuel, prefácio,
pág. 11.)
X. A vida não
cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o
jogo escuro das ilusões. (André Luiz, mensagem
inicial, pág. 13.)
XI. Permutar
a roupagem física não decide o problema
fundamental da iluminação. (André Luiz,
mensagem inicial, pág. 13.)
XII. Uma
existência é um ato. Um corpo – uma veste.
Um século – um dia. Um serviço – uma
experiência. Um triunfo – uma aquisição.
Uma morte – um sopro renovador. (André Luiz,
mensagem inicial, pág. 14.)
XIII. É
preciso muito esforço do homem para ingressar
na academia do Evangelho do Cristo. Muito longa,
portanto, nossa jornada laboriosa. (André Luiz,
mensagem inicial, pág. 14.)
XIV. A
humanidade não se constitui de gerações
transitórias e sim de Espíritos eternos, a
caminho de gloriosa destinação. (André Luiz,
cap. 1, pág. 18.) (Continua
no próximo número.)