Divaldo P. Franco - 60 anos de oratória a
serviço
do Espiritismo
LUDUVICE JOSÉ
luduvicejose@terra.com.br
Aracaju, Sergipe (Brasil)
A noite de 27 de março de 2007, em Aracaju,
teve um significado especial, pois o tribuno
e médium Divaldo Pereira Franco comemorou 60
anos de oratória espírita, proferindo
palestra pública na capital sergipana, mais
precisamente no Espaço Emes, que abrigou
cerca de três mil pessoas (fotos). Na
mesma oportunidade e no mesmo local
aconteceu o I Feirão do Livro Espírita da
Mansão do Caminho, quando o público
sergipano teve acesso a todas as publicações
psicografadas pelo renomado médium.
A noite foi cheia de emoções, desde a
apresentação do grupo Canarinhos de Aracaju
à entrega de placas comemorativas a Divaldo
Franco. Uma pela Federação Espírita de
Sergipe e outra pela União Espírita
Sergipana, instituição onde em 27 de março
de 1947, ainda localizada na Rua de Santa
Luzia, Divaldo Franco proferiu sua primeira
palestra pública, então com apenas 19 anos
de idade.
O presidente da Federativa Sergipana, Júlio
César Freitas Góis, abriu oficialmente os
trabalhos da noite, agradecendo a Divaldo
Franco os inestimáveis serviços prestados à
divulgação do Espiritismo no mundo, onde já
visitou inúmeros países em quatro
continentes e já proferiu em torno de 12 mil
conferências, sempre requisitado para os
megaeventos espíritas nacionais e
internacionais.
Sob o aplauso do público, Divaldo Franco
proferiu sua palestra agradecendo a Deus por
ali estar comemorando com irmãos de ideal e
com pessoas das mais diversas religiões seis
décadas de pregação da mensagem do Cristo, o
que o levava diuturnamente ao estudo, para
se tornar mais claro e prático falar para o
povo, nas diversas circunstâncias.
Na sua fala o tribuno baiano fez uma
digressão de sua vida, falando da sua
mediunidade que lhe permitia desde a tenra
idade ver e conversar com os Espíritos e
repassar às pessoas o que eles lhe diziam,
sendo alvo de algumas surras da parte do
pai, constrangido pelas conversas que lhe
chegavam das pessoas da cidade de Feira de
Santana, espantadas com as revelações do
menino. Discorreu sobre como um católico,
freqüentador assíduo da Igreja e ligado ao
pároco, transformou-se em espírita,
levando-o em 1945 a trocar de cidade, indo
residir em Salvador, onde fundou o Centro
Espírita Caminho da Redenção e
posteriormente, atrelado a este, a megaobra
Mansão do Caminho, onde atende mais de três
mil crianças e jovens, além de doentes
incuráveis, fornecendo cerca de quatro mil
refeições diárias.
Um espaço
de sua palestra Divaldo Franco dedicou a
Aracaju, afirmando a representatividade da
capital sergipana em sua vida e narrando aos
presentes as circunstâncias que o levaram a
proferir na noite de 27 de março de 1947 sua
primeira palestra pública, quando,
emocionado, teve sérias dificuldades para
transmitir elementares mensagens. Frisou que
a ocasião de desespero lhe toldou o
raciocínio, levando-o a desistir de sua
exposição. Assinalando, porém, que seu gesto
foi reprovado por um Espírito que adentrou a
sala da União Espírita Sergipana –
posteriormente veio a saber ser Humberto de
Campos --, que lhe ordenou: “Levante-se,
pois todo o trabalhador do Cristo tem de
ficar de pé para o serviço”, e o ajudou na
pregação, que fluiu tranqüila e sem
interrupções. “Foi aí que tudo começou e até
hoje vivo pelo mundo procurando passar a
mensagem de Jesus ao público, como roteiro
de paz e mudanças, pois uma crença que não
se baseia numa transformação moral é morta.”
De acordo
com os registros da Federação Espírita de
Sergipe, a segunda palestra da vida de
Divaldo Franco também foi proferida em
Aracaju. Aconteceu no dia 29 de março de
1947, dois dias após a primeira, numa
palhoça, sede do canteiro de obras do Grupo
Espírita Irmão Fêgo, na Rua Sergipe, no
bairro Siqueira Campos. (As fotos que
ilustram esta reportagem foram feitas por
Luiz Carlos Lopes Moreira.) |
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