ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
No momento em que o Ministro da Saúde de
nosso país propõe abertamente a liberação do
aborto, alguém nos pergunta: Como devemos
encarar essa prática?
O aborto é, segundo o Espiritismo, um
doloroso crime. Arrancar
uma criança ao seio materno é infanticídio
confesso. Uma mãe ou quem quer que seja
cometerá crime sempre que tirar a vida a uma
criança antes do seu nascimento, porque
impede ao reencarnante passar pelas provas a
que serviria de instrumento o corpo que se
estava formando.
Podem-se destacar três erros no procedimento
dessas mães.
Primeiro: Impedir que um Espírito reencarne
e, por conseguinte, progrida.
Segundo: Recusar a chegada de um filho que
talvez represente o instrumento que Deus
tenha dado aos pais para ajudá-los na
jornada evolutiva, através dos cuidados, das
renúncias, das preocupações e trabalhos que
teriam.
Terceiro: Transgredir o mandamento divino
“Não matarás”, sem dar à vítima a menor
chance de defesa.
O aborto delituoso é, como se vê, a negação
do amor. Esmagar uma vida que desponta,
plena de esperança; impedir a alma de
reingressar no mundo corpóreo; negar ao
Espírito o ensejo do reajuste representa, em
qualquer lugar, situação e tempo, uma
prática inominável, de prolongadas e
dolorosas conseqüências para o psiquismo
humano.
Em muitos países, o aborto sem causa justa
– e por causa justa devemos considerar
tão-somente o chamado aborto terapêutico,
que objetiva salvar a vida da gestante –
encontra amparo na lei, mas, de acordo com a
Doutrina Espírita, ele jamais encontrará
justificativa perante Deus, a não ser em
casos especialíssimos, como o citado, em que
o médico honrado, sincero e consciente
entende que a continuação da gravidez põe em
perigo a vida da gestante.
Devido às suas inúmeras implicações, o
aborto delituoso é um dos grandes
fornecedores das moléstias de etiologia
obscura e das obsessões catalogáveis na
patologia da mente, que ocupam vastos
departamentos de hospitais e prisões da
Terra.
Diz Joanna de Ângelis que a mulher que o
promove ou que venha a coonestar semelhante
delito é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer alterações
deprimentes no centro genésico de sua alma,
predispondo-se a dolorosas enfermidades,
como a metrite, o vaginismo, a metralgia, o
enfarte uterino ou a tumoração cancerosa,
flagelos esses com os quais, muita vez,
desencarna, demandando o Além para responder
perante a Justiça divina pelo crime
praticado.