ROGÉRIO
COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Profilaxia
contra o personalismo
"Aquele que quiser ser maior no Reino de
Deus
seja
servidor
de todos."
- Jesus
(Mt., 20:26)
A
humildade esteve sempre
regaladíssima
na Vida de quantos - realmente -
foram os Benfeitores da Humanidade.
João Batista não se
considerava digno de atar as
sandálias
d`Aquele
que verdadeiramente é a
Luz
do
Mundo, reconhecendo,
mesmo, publicamente, que deveria
diminuir-se
para que Ele crescesse.
Paulo de Tarso, acostumado às
bajulações e ao destaque social,
humildemente perguntou ao Mestre, ajoelhado
nas escaldantes
areias
do
deserto
sírio,
às
porta
de
Damasco: "Senhor,
que queres que eu faça."
O
próprio
Cristo,
vexilário
maior
da humildade
disse que "Bom é o Pai Celestial", não
admitindo
tal adjetivo para Si.
O
exemplo
dessas criaturas e de
Jesus,
em particular, é um verdadeiro e
cristalino libelo à humildade!...
Por
que, então, encontramos
(inclusive
nos arraiais
espiritistas)
algumas criaturas afeitas
ao
culto
da própria personalidade?
Quem
cultua
a
si
mesmo,
isto
é,
possui
acentuado personalismo,
está
na
mesma
posição
daquele
empregado que enterrou o talento.
Paulo recomendou certa feita
aos Filipenses: (Fil., 2:3)
"Cada
um considere os outros superiores a
si mesmo."
Através
da psicografia de
Carlos A. Baccelli, irmão José
afirma:
“
A recomendação
de
que
cada
um considere
os
outros
superiores
a
si
mesmo
é,
sem
dúvida, profilaxia
contra o personalismo, que, onde
aparece, destrói
as melhores intenções."
Não raro - e com muita
tristeza -
observamos o deplorável espetáculo
oferecido por criaturas que, levadas
por seus ancestrais e equivocados
atavismos, acoroçoados pelo orgulho e
vaidade,
se
deixam
emaranhar nas
tredas
malhas
da
falsa modéstia e de mal disfarçada
soberba à cata de elogios fáceis.
É incompreensível que seguidores da
Doutrina de Jesus se entreguem a
atitudes tais que, via de regra,
eclodem em
danosas cizânias, tão prejudiciais
aos trabalhos da Seara
do Mestre.
Paulo
recomenda
também aos
filipenses
que todas as tarefas sejam feitas por
humildade e não por espírito de contenda.
Para lograr tal desiderato, faz-se
mister que
todos estejamos
imbuídos da sinceridade de
sentimentos, "de
sorte que
haja em nós o mesmo sentimento que houve
em Jesus Cristo.
"
É ainda Irmão José quem
aconselha:
"Questionemo-nos
acerca de nossos reais interesses
em
abraçando
a
Terceira
Revelação. Estaremos
interessados
em nossa redenção espiritual diante
de Deus
ou
em nossa
projeção
social
aos olhos
dos
homens?!...
Estaremos sinceramente empenhados em
nossa renovação íntima, como
devemos, ou em somente na mudança
exterior que nos convém?!...
Porque,
infelizmente, contam-se aos
milhares os
que
ludibriam
a si mesmos,
imaginando
iludir
os
outros, perdendo
a
valiosa oportunidade de crescimento
interior
que
a presente
reencarnação
lhes
faculta, entregando-se
no
Além
a infindas lamentações sobre o
desperdício do tempo.”
Paulo aconselha aos Coríntios
(I Cor., 10:7.):
"Não vos façais idólatras."
Não
se
justifica,
pois,
a
tentativa
de substituição dos antigos ídolos
inertes pela auto-idolatria.
Aconselha Emmanuel:
"Proscreve
do
teu
caminho
qualquer prurido idolátrico em torno
de objetos ou pessoas (incluída aí
a própria pessoa, acrescentamos),
reafirmando a própria emancipação das
seculares
algemas
que
vêm
cerceando
o
intercâmbio
das criaturas encarnadas com o Reino
do Espírito.
Recebemos
hoje a incumbência de
aplicar
na edificação do bem
desinteressado, o tempo e a energia
que outrora desperdiçávamos,
à
frente
dos
ídolos
mortos,
de
maneira
a substancializarmos
o ideal religioso, no progresso e na
educação, prelibando as realidades da
Vida Gloriosa."
1
- XAVIER, Francisco Cândido Xavier e
VIEIRA, Waldo. O
Espírito da Verdade. 3a ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1977, Cap. 72, p. 167.
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