Partiu Ananias e entrou na
casa e, impondo-lhe as mãos, disse:
Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te
apareceu no caminho
por onde vinhas, enviou-me para que tornes
a ver e sejas
cheio do Espírito Santo. - Atos dos
Apóstolos, 9:17.
Quando nos debruçamos na
leitura do livro Paulo e Estevão
(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier),
impressiona-nos o encontro do orgulhoso
doutor de Tarso, Saulo, com Jesus, na
estrada de Damasco. A cena é emblemática por
si mesma. Jesus viera apontar uma mudança de
rota, uma correção no caminho que o rabino
vinha trilhando.
Saulo era um homem de
muita força interior e muita fé. Apenas
desconhecia até aquele momento a grandeza do
Cristo. Foi preciso que este lhe aparecesse
em pessoa para recrutá-lo para as suas
fileiras.
Sabia que a sua
fidelidade aos julgamentos e pensamentos do
que acreditava ser certo e correto, eram
firmes e impecáveis. Conhecendo, como
conheceria posteriormente, a Boa Nova, seria
um dos principais artesãos da propaganda
cristã em todo o mundo.
E foi justamente o que
aconteceu e o que a história registra,
assumindo o convertido do Sinédrio novo nome
(Paulo), nova postura (o amor e a caridade),
novas lutas (vivenciar o Evangelho de Jesus)
e novos compromissos (expandir a Boa Nova)
para defender o Messias e sua grandiosa obra
de evangelização de toda a humanidade.
Paulo não é uma figura à
parte, um mártir isolado na história do
Cristianismo. O apelo que Jesus lhe fez no
deserto é estendido a todos do planeta. Se
atualmente não estamos ostensivamente
perseguindo o Cristo, quem está isento de
afirmar que não o esquece de tempos em
tempos, sem falar daqueles que tentam
ignorá-lo por completo ainda hoje.
A história da estrada de
Damasco e a trajetória pessoal do apóstolo
dos gentios são compromissos do Cristo com
toda a humanidade. Convite que ele estendera
desde o início de sua obra evangelizadora ao
alertar que era o caminho, a verdade, e a
vida; e que ninguém iria ao Pai, senão por
ele (O Evangelho, segundo João, 14:6).
Jesus é um Espírito puro,
sem nenhuma mácula em sua alma celestial.
Quando ele se coloca como intermediário, o
caminho, diz-nos claramente que somente
aquele que vivenciar o Evangelho (os mansos
e os pacíficos do sermão do Monte) chegarão
a Deus.
Pois assim quer O Pai,
que deseja a nossa perfeição, uma vez que
somente ela traz a felicidade. E Deus,
mentor e criador do Universo, o Amor Maior,
só deseja o bem aos seus filhos, porque
toda casa é edificada por alguém, mas quem
edificou todas as coisas é Deus (Carta
de Paulo, aos Hebreus, 3:4).
Hoje, através do
Espiritismo, com o espírito emancipado para
as verdades celestiais que povoam mundos e
preenchem o Universo, devemos rememorar os
caminhos trilhados, tirando as conclusões da
necessidade ou não de uma nova rota.
A nossa imperfeição atual
certamente exige um novo roteiro, uma
mudança de rumo que nos levará a novos
caminhos. Não percamos tempo em lamentações
dos erros realizados, mas saibamos tirar de
tudo as lições necessárias para que amanhã a
trilha realizada seja mais iluminada e mais
fácil de ser percorrida.
Busquemos ao Pai de
coração sincero e com fervor na alma.
Saibamos chamar o Mestre para a nossa vida,
instruindo-nos tal qual fez com Paulo. O
carinho e o amor de Jesus estão por todo
Evangelho e ele espera somente que nós, os
irmãos menores, permitamos que ele nos ajude
e nos inspire nas realizações da vida.
Eis o remédio para todos os males, todas
as angústias, todas as desorientações
humanas. Receita prescrita há mais de dois
mil anos e sem nenhuma contra-indicação, e
muito menos qualquer efeito colateral que
não seja a emancipação de nosso ser para o
Reino de Deus.