MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Nosso
Lar
André Luiz
(Parte 11)
Damos
seqüência ao texto condensado do
livro "Nosso Lar", de
André Luiz, psicografado pelo médium
Francisco Cândido Xavier e
publicado pela editora da Federação
Espírita Brasileira, o qual deu
início à Série André Luiz.
Questões
preliminares
A. Qual era o
cenário invisível da guerra na
Polônia?
R.: Foi o
Ministro Benevenuto, da
Regeneração, que havia chegado
dois dias antes da Polônia, quem
descreveu o quadro doloroso que
ele viu nos campos daquela
nação, invadida pelos soldados
alemães. Tudo obscuro, tudo
difícil. As vítimas
entregavam-se totalmente a
pavorosas impressões e não
ajudavam, apenas consumiam as
forças dos diligentes assistentes
espirituais que ali atuavam. O
campo invisível da batalha era
verdadeiro inferno de
indescritíveis proporções. Aos
fluidos venenosos das metralha,
casavam-se as emanações
pestilentas do ódio, e isso
tornava quase impossível qualquer
auxílio. Quando algum militar
agressor desencarnava, era logo
dominado por forças tenebrosas e
fugia dos Espíritos
missionários. A falta de
preparação religiosa
constituía, no seu entendimento,
a causa de semelhante calamidade. (Nosso
Lar, cap. 43, págs. 238 a 241.)
B. Em que
consistem as Trevas?
R.: É de
Lísias esta frase: "Chamamos
Trevas às regiões mais
inferiores que conhecemos".
Há também princípios de
gravitação para os Espíritos,
como ocorre com os corpos
materiais. A alma esmagada de
culpas não pode subir à tona do
lago maravilhoso da vida. As aves
livres ascendem às alturas; as
que se embaraçam no cipoal
sentem-se tolhidas no vôo, e as
que se prendem a peso
considerável são meras escravas
do desconhecido. O abismo atrai o
abismo e cada um de nós chegará
ao local para onde esteja
dirigindo os próprios passos. (Obra
citada, cap. 44, págs. 244 a
246.)
C. Há noivado
no plano espiritual?
R.: Sim. Existe
noivado nos círculos espirituais
e ele é muito mais belo do que na
Terra, onde os desejos e os
estados inferiores abafam as
belezas do amor puro. (Obra
citada, cap. 45, págs. 248 e
249.)
D. Que música
se podia ouvir no Campo da
Música?
R.: Nas
extremidades do Campo havia
músicas para todos os gostos.
Imperava, porém, no centro a
música universal e divina, a arte
santificada por excelência, que
atrai multidões de Espíritos, ao
contrário do que se verifica na
Terra. (Obra citada, cap. 45,
págs. 249 a 252.)
Texto para
leitura
81. O receio
de uma esposa insegura – O
medo da guerra era generalizado, e
uma jovem mulher estava preocupada
com a possibilidade de seu marido
Everardo desencarnar. Ela receava
que ele a procurasse na qualidade
de esposa, porque não mais
poderia suportá-lo. Sendo muito
ignorante, ele com certeza a
submeteria a novas crueldades.
(Cap. 41, pág. 229)
82. A
palavra do Governador –
Grande multidão reuniu-se no
domingo de manhã para ouvir a
palavra do Governador. O Grande
Coro do Templo da Governadoria,
aliando-se aos meninos cantores
das escolas do Esclarecimento,
iniciou a festividade com o hino
"Sempre Contigo, Senhor
Jesus", cantado por duas mil
vozes ao mesmo tempo. Alto, magro,
envergando uma túnica muito alva,
cabelos de neve, olhos penetrantes
e lúcidos, o Governador
apoiava-se num bordão, embora
caminhasse com aprumo juvenil. Ele
abriu um livro luminoso, folheou-o
atento e, depois, leu em voz
pausada: "E ouvireis falar de
guerras e de rumores de guerras;
olhai, não vos assusteis, porque
é mister que isso tudo aconteça,
mas ainda não é o fim"
(Mateus, 24:6). Suas palavras
foram de encorajamento e de apelo
para que trinta mil servidores se
alistassem no trabalho de defesa
da cidade, em face da guerra
européia. (Cap. 42, pp. 232 a
235)
83. Dificuldades
na Polônia – O Ministro
Benevenuto, da Regeneração, que
havia chegado dois dias antes da
Polônia, descreveu o quadro
doloroso que ele viu nos campos
daquela nação, invadida pelos
soldados alemães. Tudo obscuro,
tudo difícil. As vítimas
entregavam-se totalmente a
pavorosas impressões e não
ajudavam, apenas consumiam as
forças dos diligentes assistentes
espirituais que ali atuavam.
Apesar disso, as tarefas de
assistência imediata funcionavam
perfeitamente, a despeito do ar
asfixiante, saturado de
vibrações destruidoras. O campo
invisível da batalha era
verdadeiro inferno de
indescritíveis proporções,
esclareceu o Ministro. Aos fluidos
venenosos das metralha, casavam-se
as emanações pestilentas do
ódio, e isso tornava quase
impossível qualquer auxílio.
Quando algum militar agressor
desencarnava, era logo dominado
por forças tenebrosas e fugia dos
Espíritos missionários. A falta
de preparação religiosa
constituía, no seu entendimento,
a causa de semelhante calamidade.
(Cap. 43, pp. 238 a 241)
84. As
Trevas – "Chamamos
Trevas às regiões mais
inferiores que conhecemos",
explicou Lísias. Há Espíritos
que, preferindo caminhar às
escuras, pela excessiva
preocupação egoística que os
absorve, costumam cair em
precipícios. Há também
princípios de gravitação para
os Espíritos, como ocorre com os
corpos materiais. A alma esmagada
de culpas não pode subir à tona
do lago maravilhoso da vida. As
aves livres ascendem às alturas;
as que se embaraçam no cipoal
sentem-se tolhidas no vôo, e as
que se prendem a peso
considerável são meras escravas
do desconhecido. O abismo atrai o
abismo e cada um de nós chegará
ao local para onde esteja
dirigindo os próprios passos.
(Cap. 44, pp. 244 a 246)
85. Noivado
espiritual – André ficou
sabendo que existe noivado nos
círculos espirituais e ele é
muito mais belo do que na Terra,
onde os desejos e os estados
inferiores abafam as belezas do
amor puro. Lísias e Lascínia
estavam noivos e pretendiam, em
breve, unir-se em matrimônio. O
casal já experimentara muitos
fracassos nas experiências
materiais, mas Lísias esclareceu
que todos os desastres do passado
tiveram origem na sua
imprevidência e absoluta falta de
autodomínio. (Cap. 45, pp. 248 e
249)
86. Campo da
Música – Luzes de
indescritível beleza banhavam
extenso parque, onde se ostentavam
encantamentos de verdadeiro conto
de fadas. Era o Campo da Música,
cujo ingresso foi pago por Lísias.
Grande número de passeantes, em
torno de gracioso coreto, ouvia
uma orquestra de reduzidas figuras
executar música ligeira. Nas
extremidades do Campo havia
músicas para todos os gostos.
Imperava, porém, no centro a
música universal e divina, a arte
santificada por excelência, que
atrai multidões de Espíritos, ao
contrário do que se verifica na
Terra. O elemento feminino
aparecia na paisagem revelando
extremo apuro de gosto individual,
sem desperdício de adornos.
Grandes árvores, diferentes das
que se conhecem na Terra,
guarneciam belos recintos,
iluminados e acolhedores. Nas
palestras, nada de malícia ou de
acusações. Discutia-se o amor, a
cultura intelectual, a pesquisa
científica, a filosofia
edificante, mas todos os
comentários tendiam à esfera
elevada do auxílio mútuo, sem
qualquer atrito de opinião. Em
palestras numerosas, viam-se
referências a Jesus e ao
Evangelho. Aquela sociedade
otimista encantou André Luiz.
Lísias explicou, então, que os
orientadores em harmonia da
colônia absorviam raios de
inspiração nos planos mais altos
e os grandes compositores
terrestres são, por vezes,
levados a esferas como "Nosso
Lar", onde recebem algumas
expressões melódicas, para
depois transmiti-las, por sua vez,
aos ouvidos humanos. (Cap. 45, pp.
249 a 252)
87. Saudades
do lar terreno – Um ano
havia-se passado em trabalhos
construtivos. André aprendera a
ser útil, encontrara o prazer do
serviço, experimentara crescente
júbilo e confiança, mas ainda
não voltara ao lar terrestre. A
saudade, evidentemente, doía-lhe
muito. Por isso, à medida que se
consolidava seu equilíbrio
emocional, intensificava-se nele a
ansiedade de rever os seus. (Cap.
46, pp. 253 e 254)
Frases e
apontamentos importantes
CXLIX. Será
sempre possível atender aos
loucos pacíficos, no lar; mas que
remédio se reservará aos loucos
furiosos, senão o hospício?
(...) É razoável, portanto, que
as missões de auxílio recolham
apenas os predispostos a receber o
socorro elevado. (Benevenuto, cap.
43, pág. 240)
CL. Não basta
ao homem a inteligência apurada,
é-lhe necessário iluminar
raciocínios para a vida eterna.
As igrejas são sempre santas em
seus fundamentos e o sacerdócio
será sempre divino, quando cuide
essencialmente da Verdade de Deus;
mas o sacerdócio político jamais
atenderá a sede espiritual da
civilização. Sem o sopro divino,
as personalidades religiosas
poderão inspirar respeito e
admiração, não, porém, a fé e
a confiança. (Benevenuto, cap.
43, pág. 240)
CLI. O
Espiritismo é a nossa grande
esperança e, por todos os
títulos, é o Consolador da
humanidade encarnada; mas a nossa
marcha é ainda muito lenta.
Trata-se de uma dádiva sublime,
para a qual a maioria dos homens
ainda não possui "olhos de
ver". Esmagadora porcentagem
dos aprendizes novos aproxima-se
dessa fonte divina a copiar
antigos vícios religiosos. Querem
receber proveitos, mas não se
dispõem a dar coisa alguma de si
mesmos. Invocam a verdade, mas
não caminham ao encontro dela.
(...) Enfim, procuram-se, por lá,
os Espíritos materializados para
o fenomenismo passageiro, ao passo
que nós outros vivemos à procura
de homens espiritualizados para o
trabalho sério. (Benevenuto, cap.
43, pág. 241)
CLII. Não
esqueçamos que todo homem é
semente da divindade. Ataquemos a
execução de nossos deveres com
esperança e otimismo, e estejamos
sempre convictos de que, se bem
fizermos a nossa parte, podemos
permanecer em paz, porque o Senhor
fará o resto. (Benevenuto, cap.
43, pág. 241)
CLIII. Quando
nos reunimos àqueles a quem
amamos, ocorre algo de confortador
e construtivo em nosso íntimo. É
o alimento do amor. Quando
numerosas almas se congregam no
círculo de tal ou qual atividade,
seus pensamentos se entrelaçam,
formando núcleos de força viva,
através dos quais cada um recebe
seu quinhão de alegria ou
sofrimento, da vibração geral. (Lísias,
cap. 44, pág. 242)
CLIV. No
planeta, o problema do ambiente é
sempre fator ponderável no
caminho de cada homem. Cada
criatura viverá daquilo que
cultiva. Quem se oferece
diariamente à tristeza, nela se
movimentará. (...) Das Reuniões
de fraternidade, de esperança, de
amor e de alegria, sairemos com a
fraternidade, a esperança, o amor
e a alegria de todos; mas, de toda
assembléia de tendências
inferiores, em que predominam o
egoísmo, a vaidade ou o crime,
sairemos envenenados com as
vibrações destrutivas desses
sentimentos. (Lísias, cap. 44,
pp. 242 e 243)
CLV. Quando há
compreensão recíproca, vivemos
na antecâmara da ventura celeste,
e, se permanecemos em
desentendimento e maldade, temos o
inferno vivo. (André Luiz, cap.
44, pág. 243)
CLVI. Considere
as criaturas como itinerantes da
vida. Alguns poucos seguem
resolutos, visando ao objetivo
essencial da jornada. São os
Espíritos nobilíssimos, que
descobriram a essência divina em
si mesmos, marchando para o alvo
sublime, sem vacilações. A
maioria, no entanto, estaciona. (Lísias,
cap. 44, pág. 244)
CLVII. Os
primeiros seguem por linhas retas.
Os segundos caminham descrevendo
grandes curvas. (...) Repetindo
marchas e refazendo velhos
esforços, ficam à mercê de
inúmeras vicissitudes. Assim é
que muitos costumam perder-se em
plena floresta da vida...
Classificam-se aí os milhões de
seres que perambulam no Umbral. (Lísias,
cap. 44, pág. 244)
CLVIII. Outros,
preferindo caminhar às escuras,
pela preocupação egoística que
os absorve, costumam cair em
precipícios, estacionando no
fundo do abismo por tempo
indeterminado. É a essas regiões
mais inferiores que chamamos
Trevas. (Lísias, cap. 44, pág.
244)
CLIX. Em
qualquer lugar, o Espírito pode
precipitar-se nas furnas do mal,
salientando-se, porém, que nas
esferas superiores as defesas são
mais fortes, imprimindo-se,
conseqüentemente, mais
intensidade de culpa na falta
cometida. (Lísias, cap. 44, pág.
244)
CLX. A vida
palpita nas profundezas dos mares
e no âmago da terra. Além disso,
há princípios de gravitação
para o Espírito, como se dá com
os corpos materiais. (...) É
claro que a alma esmagada de
culpas não poderá subir à tona
do lago maravilhoso da vida. (Lísias,
cap. 44, pág. 246)
CLXI. Quem
estime viver exclusivamente nas
sombras, embotará o sentido
divino da direção. Não será
demais, portanto, que se precipite
nas Trevas, porque o abismo atrai
o abismo e cada um de nós
chegará ao local para onde esteja
dirigindo os próprios passos. (Lísias,
cap. 44, pág. 246)
CLXII. O amor
sublime vive no corpo mortal, ou
na alma eterna? No círculo
terrestre, o amor é uma espécie
de ouro abafado nas pedras brutas.
Tanto o misturam os homens com as
necessidades, os desejos e estados
inferiores, que raramente se
diferenciará a ganga do precioso
metal. (Lísias, cap. 45, pp. 248
e 249)
CLXIII. O noivado é muito mais
belo na espiritualidade. Não
existem véus de ilusão a
obscurecer-nos o olhar. Somos o
que somos. (Lísias, cap. 45,
pág. 249) (Continua
no próximo número.)
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