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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 11 - 27 de Junho de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
(Parte 11) 

Continuamos a apresentar o estudo de O Livro dos Médiuns, segunda das cinco obras que constituem o chamado Pentateuco Kardequiano, que Allan Kardec lançou em Paris no ano de 1861, o qual está sendo aqui apresentado na forma de 175 questões objetivas.

Questões objetivas

80. Como são os bons médiuns?
Podem classificar-se em médiuns sérios, modestos, devotados e seguros. Os médiuns sérios não se servem de sua faculdade senão para o bem e para as coisas verdadeiramente úteis. Os médiuns modestos não se atribuem nenhum mérito pelas comunicações que recebem e não se julgam ao abrigo das mistificações; longe de fugir dos avisos acerca de sua faculdade, eles o solicitam. Os médiuns devotados compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar seus gostos, seus hábitos, seus prazeres, seu tempo e mesmo seus interesses materiais, para o bem dos outros. Os médiuns seguros são os que, além de facilidade de execução, merecem maior confiança por seu caráter e pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem, e são menos expostos a serem enganados. (Item 197)

81. Se um médium possui várias aptidões mediúnicas, qual deve procurar cultivar?
É raro que a faculdade de um médium seja rigorosamente circunscrita num só gênero; o médium poderá ter, pois, várias aptidões, mas há sempre uma predominante e é esta que ele deve esforçar-se por cultivar, se ela é útil. Constitui grave erro querer forçar de qualquer forma o desenvolvimento de uma faculdade que não se possui; é preciso desenvolver aquelas das quais se reconhecem os germens, até que, evidenciando-se a faculdade predominante, deve o médium aplicar-se a ela de um modo especial. Limitando-se à sua especialidade, o médium pode tornar-se excelente intérprete e obter grandes e belas coisas, ao passo que, ocupando-se de tudo, não obterá nada de bom. (Item 198)

82. Que precauções deve o médium tomar para uma boa educação mediúnica?
É um ponto indiscutível: sem as devidas precauções pode perder-se o fruto das mais belas faculdades. A primeira medida consiste em se colocar o médium, com uma fé sincera, sob a proteção de Deus, pedindo-lhe a assistência de um Espírito guardião. Este é sempre bom, enquanto que os Espíritos familiares podem ser levianos ou mesmo maus. A segunda precaução é aplicar-se em reconhecer, por todos os indícios que a experiência fornece, a natureza dos primeiros Espíritos que se comunicam e dos quais é sempre prudente desconfiar. Se estes indícios forem suspeitos, é preciso fazer um apelo fervoroso ao Espírito guardião e repelir com todas as forças o mau Espírito, provando-lhe que não se é seu joguete, a fim de o desencorajar. O estudo prévio da teoria é indispensável, se se quer evitar os inconvenientes inseparáveis da inexperiência; a tal respeito, deve o médium examinar com redobrada atenção os capítulos sobre Obsessão e Identidade dos Espíritos de O Livro do Médiuns. Além da linguagem, podemos tomar como provas infalíveis da inferioridade dos Espíritos todos os sinais, figuras, emblemas inúteis ou pueris e toda escrita esquisita, irregular, torcida a propósito, de tamanho exagerado, ou afetando formas ridículas e inusitadas. Uma vez desenvolvida a faculdade, é essencial que o médium não a transforme em abuso; assim, é necessário servir-se dela apenas nos momentos oportunos e não a cada instante. Não estando os bons Espíritos constantemente às suas ordens, corre o médium o risco de ser iludido por Espíritos mistificadores. Deve-se, portanto, determinar para esse efeito dias e horas certas, porque então o médium terá disposições mais concentradas e os Espíritos que quiserem vir achar-se-ão prevenidos. (Itens 211 e 217)

83. Que é psicografia?
É o nome que se dá à comunicação espírita através da escrita, que pode se dar direta ou indiretamente, mas sempre com a intervenção de um médium. De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples, o mais cômodo e, sobretudo, o mais completo. Além disso, é a faculdade mais suscetível de se desenvolver pelo exercício. (Itens 152 a 156, e 178)

84. Que vem a ser psicografia indireta?
Chamamos psicografia indireta à escrita assim obtida, por oposição à psicografia direta ou manual obtida pelo próprio médium. O fenômeno se passa da seguinte forma: o Espírito estranho que se comunica age sobre o médium; este, sob essa influência, dirige maquinalmente o braço e a mão para escrever; a mão age sobre a cestinha e a cestinha, sobre o lápis. Assim, não é a cestinha que se torna inteligente; ela é um instrumento dirigido por uma inteligência e não é mais, na verdade, do que um porta-lápis, um apêndice da mão, um intermediário entre a mão e o lápis. Neste processo, o meio mais cômodo imaginado pelos homens foi a chamada cestinha de bico, na qual um lápis era fixado. Mais tarde, suprimiu-se esse apêndice e o médium passou a escrever tomando o lápis diretamente à mão. Por ser o meio mais simples e o mais cômodo, dado que não exige nenhum preparo material anterior, a escrita manual, também chamada involuntária ou automática, é a forma usual adotada pelos médiuns psicógrafos dos tempos modernos. (Itens 154 e 157)

85. Quais são as diversas modalidades de médiuns psicógrafos?
Sem considerar aqui a categoria dos médiuns inspirados, que é uma variedade da mediunidade intuitiva, os médiuns psicógrafos podem ser mecânicos, intuitivos ou semimecânicos.

O que caracteriza o médium mecânico é o fato de o Espírito agir diretamente sobre sua mão, completamente independente da vontade do médium. A mão escreve sem interrupção e só pára quando o Espírito termina a comunicação. O médium mecânico não tem a menor consciência do que escreve: é isso que deu origem ao nome da faculdade – mediunidade mecânica ou passiva. Esta modalidade é preciosa, visto que não deixa dúvidas sobre a independência do pensamento de quem escreve.

O médium intuitivo recebe o pensamento do Espírito comunicante e o transmite pela escrita. Nesta situação, o médium tem consciência do que escreve, conquanto não seja o seu próprio pensamento. O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o intuitivo, todavia, age como o faria um intermediário ou intérprete e sabe que as idéias não são preconcebidas e surgem à medida que são registradas no papel. Freqüentemente o pensamento formulado é contrário ao seu e pode estar fora dos seus conhecimentos e capacidade.

O médium semimecânico sente o impulso dado à sua mão sem que o queira, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve à medida que as palavras se formam. Participa, assim, um pouco das duas modalidades examinadas. Os médiuns semimecânicos formam o maior número da categoria dos psicógrafos. (Itens 179 a 181)

86. Qual é o verdadeiro ponto de partida para o entendimento do Espiritismo?
Crê-se geralmente que para convencer alguém é bastante mostrar fatos; contudo a experiência demonstra que isto nem sempre é o melhor método, porque se vêem freqüentemente pessoas a quem os fatos mais patentes não convencem de modo algum. Ora, no Espiritismo a questão do Espírito é secundária e consecutiva; este não é o ponto de partida e precisamente aí está o erro no qual se cai muitas vezes diante de certas pessoas. Não sendo os Espíritos outra coisa senão as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida é, assim, a existência da alma.

De fato, como pode o materialista admitir que existam seres fora do mundo material, quando crê que ele mesmo não é mais que matéria? Como poderá crer em Espíritos fora dele, se não acreditar ter um em si? Em vão acumular-se-ão provas diante de seus olhos: ele contestará todas, porque não admite o princípio.

Todo ensino metódico deve partir do conhecido para o desconhecido. Para o materialista, o conhecido é a matéria; partamos, pois, da matéria e esforcemo-nos, antes de tudo, fazendo-o observar, em convencê-lo de que nele há alguma coisa que escapa às leis da matéria. Em uma palavra, antes de torná-lo espírita, cuidemos de torná-lo espiritualista. Antes, pois, de empreender convencer um incrédulo, mesmo pelos fatos, convém assegurar-se de sua opinião com relação à alma, isto é, se crê em sua existência, em sua sobrevivência ao corpo, em sua individualidade depois da morte. Se sua resposta for negativa, será trabalho perdido falar-lhe de Espíritos. (Itens 18 e 19)

87. Que dizer dos que atribuem ao diabo as manifestações espíritas?
Ao tempo de Jesus o clero também dizia que as curas e os chamados milagres produzidos pelo Mestre eram "coisa" do demônio. Aqueles que espalham tais idéias não sabem a responsabilidade que assumem: elas podem matar! Com efeito, o perigo não é só para a pessoa, mas também para aqueles que a cercam e que podem ser aterrorizados pelo pensamento de que sua casa é um abrigo de demônios. Foi esta crença que causou tantos atos de atrocidades nos tempos da ignorância. Conhecemos os acidentes que o medo pode causar e seríamos, certamente, menos imprudentes se conhecêssemos todos os casos de loucura e de epilepsia que têm sua origem nos contos de lobisomem e bichos-papões. A Doutrina Espírita, esclarecendo-nos sobre a verdadeira causa de todos estes fenômenos, desfere a essa teoria o golpe de misericórdia. Não existem demônios: longe, pois, de cultivar tal pensamento sombrio, devemos, e é este um dever de moralidade e de humanidade, combatê-lo onde ele existir. (Item 162) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita