Ele veio para
ensinar, exemplificar. Vida
simples, mas cheia de grandeza, de
abnegação e sacrifício, e
deixou traços que não se apagam.
Sua figura
ultrapassa todas as concepções
do pensamento. Eis por que não
pode ela ter sido criada pela
imaginação. De serenidade
incomparável, não se nota
mácula nenhuma, nenhuma sombra,
deixando claro que todas as
perfeições se fundem, com uma
harmonia tão perfeita que se nos
afigura o ideal realizado.
Sua doutrina,
toda luz e amor, dirige-se
sobretudo aos humildes e aos
pobres, a essas mulheres e homens
curvados sobre o planeta, a
inteligências esmagadas ao peso
da provação e do sofrimento, em
palavra de vida que as deve
reanimar e consolar.
E essa palavra
lhes é prodigalizada com tão
penetrante doçura, exprime uma
fé tão comunicativa, que lhes
dissipa todas as dúvidas e os
arrasta a seguir em tais pegadas.
Na verdade sua
finalidade era colocar ao alcance
de todos o conhecimento da
imortalidade e da paternidade
comum, cuja voz se faz ouvir na
serenidade da consciência e na
paz do coração.
Pouco a pouco
tais ensinos, transmitidos
verbalmente nos primeiros tempos,
se alteram e sofrem adulterações
sob influência de correntes
opostas, que agitam a sociedade
através do tempo.
Seus
continuadores, escolhidos por Ele
mesmo, muito bem o tinham sabido
compreender; haviam recebido o
impulso de sua vontade e de sua
fé. Mas seus recursos
intelectuais eram restritos à
época em que viveram e não
puderam senão conservar, pela
memória do coração, as
tradições, os pensamentos morais
e o desejo de regeneração que
lhes havia Ele depositado no
íntimo. Na jornada que
empreenderam, através do tempo,
formaram, de cidade em cidade,
grupos de cristãos, aos quais
revelaram os princípios
essenciais; depois alcançaram
outras regiões.
Nestes momentos
difíceis para a humanidade, a
ÚNICA solução está Nele mesmo:
Jesus de Nazaré! Não há
alternativa de construção, ou
reconstrução, da dignidade, do
caráter, da solidariedade e da
fé autêntica.
Mais que
títulos que dividem a
compreensão da fé, de
incomparável autenticidade –
desde que devidamente a
conheçamos –, do exemplo de
vida, dos ensinos e da potente
força oriunda de sua doutrina,
alcançamos uma época tal de
maturidade intelectual que nos
convida a estendermos as mãos uns
aos outros, ao invés de nos
debatermos em idéias localizadas
ou motivadas por tolo egoísmo.
A clareza de
sua doutrina, exaltando a
imortalidade, apresentando o Pai
comum e convidando ao amor (em
toda a sua extensão), deve ser a
alavanca de nosso ideal de vida;
deverá constituir nossa maior
motivação, será a fonte de
orientação, consolo e coragem
diante dos desafios naturais da
vida humana. É luz, brilhante
farol, a iluminar nossos caminhos;
orientação segura que nos
dirige, para nos reerguermos de
nossos fracassos e limitações e
exaltarmos o valor extraordinário
da vida e de suas experiências.
Isto tudo
convida à conjugação de verbos
essenciais para a felicidade e paz
que desejamos construir: trabalhar,
solidarizar-se, tolerar. Sim,
trabalho, solidariedade e
tolerância. No alto sentido
de compreendermo-nos uns aos
outros, de estendermos nossas
mãos. Afinal, todos, mas todos
mesmo, precisamos muito uns dos
outros...
E, por sermos
tão iguais e tão diferentes, ao
mesmo tempo, em todas as
situações e circunstâncias, é
que nos cabe o dever da mútua
compreensão, mútua tolerância,
mútuo trabalho e mútua
solidariedade. Há outro caminho?
Ele é o modelo
e guia para a Humanidade.
Esforcemo-nos para segui-lo, mais
que a rótulos ou divisões
humanas.