88. Quais são
os Espíritos que produzem os fenômenos
de efeitos físicos?
Os Espíritos que produzem
estas espécies de manifestações
são sempre Espíritos inferiores
que não estão ainda inteiramente
libertos da influência material.
Contudo, tais fenômenos, embora
executados por entidades
inferiores, são freqüentemente
provocados por Espíritos de uma
ordem mais elevada, com o fito de
convencer os homens da existência
de seres incorpóreos e de uma potência
superior a eles. (Itens 74 e 91)
89. Como saber
se as pancadas são produzidas por
Espíritos?
É preciso primeiramente
excluir todas as causas naturais
que podem estar por trás das
manifestações: o vento,
brincadeiras, ação de animais
etc. O ruído espírita demonstra
sinais de inteligência com sua
obediência à vontade e ocorrência
do fato no lugar designado pelo
observador. Se o fenômeno é
realmente produzido por Espírito,
quer ele significar alguma coisa.
Se responde até ao pensamento dos
circunstantes, não se lhe pode
negar uma causa inteligente. (Item
83)
90. As comunicações
não poderiam ser reflexo da mente
do médium ou dos assistentes?
A experiência demonstrou o
erro desta tese. Eis um exemplo da
independência do pensamento do
Espírito comunicante em relação
ao médium e às pessoas
presentes. Num navio da marinha
imperial francesa, em serviço nos
mares da China, todos se ocupavam
em fazer as mesas falarem. Tiveram
então a idéia de evocar o Espírito
de um primeiro tenente do mesmo
navio, morto havia dois anos. A
entidade espiritual compareceu e,
depois de diversas comunicações
que provocaram o espanto em todos,
disse o que se segue por meio de
pancadas: "Eu lhes rogo
insistentemente que paguem ao
capitão a quantia de ... (indicava
a quantia) que lhe devo e que
sinto não ter podido reembolsá-lo
antes de minha morte". Ninguém
sabia do caso; o próprio capitão
tinha esquecido essa dívida, aliás
bem pequena, mas procurando em
seus apontamentos encontrou a menção
do débito do primeiro tenente,
cujo valor conferia com a
mensagem. As comunicações
psicográficas recebidas pelo médium
Chico Xavier, que dão informações
pormenorizadas sobre nomes e
endereços, especialmente por
parte de jovens recém-desencarnados,
são uma prova incontestável de
que as comunicações autênticas
nada têm a ver com o pensamento
do médium ou dos assistentes.
(Itens 69 e 70)
91. Nas sessões
mediúnicas é preciso alternar-se
os sexos, dar-se as mãos,
ambiente sem claridade, locais e
horas certas?
Não; a única prescrição
que é rigorosamente obrigatória
é o recolhimento, um silêncio
absoluto e sobretudo a paciência,
se o efeito tarda a produzir-se. A
escolha de dias e horas certas
favorece o comparecimento dos Espíritos,
que têm também suas ocupações
e não podem ficar à disposição
das preferências dos encarnados.
Um lugar consagrado à atividade
mediúnica facilita a concentração,
embora o momento mais propício à
atividade mediúnica seja aquele
em que os participantes da tarefa
estejam mais calmos e menos distraídos
por suas obrigações habituais.
(Itens 62, 63 e 282)
92. Que é
preciso para que uma comunicação
mediúnica seja boa?
Para que uma comunicação
seja boa é preciso que ela
proceda de um Espírito bom; para
que esse Espírito bom possa
transmiti-la, necessita de um bom
instrumento; para que ele queira
transmiti-la, é preciso que o fim
lhe convenha. (Item 186)
93. Em que
consiste a mediunidade de cura?
Este gênero de mediunidade
consiste principalmente no dom que
certas pessoas possuem de curar
pelo simples toque, pelo olhar,
mesmo por um gesto, sem o recurso
de nenhum medicamento. O fluido
magnético desempenha aí um
grande papel: o poder magnético
reside no homem, mas é aumentado
pela ação dos Espíritos que ele
chama em seu auxílio. O Espírito
que se interessa pelo doente
aumenta a força e a vontade do médium,
dirige seu fluido e lhe dá as
qualidades necessárias. (Itens
175 e 176)
94. Qual a
importância da escala espírita e
do quadro sinóptico dos médiuns?
O quadro sinóptico das
diferentes variedades de médiuns
e a escala espírita deveriam
estar sob os olhos de todos
aqueles que se ocupam das
manifestações espíritas. Esses
dois quadros resumem todos os
princípios da doutrina e
contribuirão para reconduzir o
Espiritismo ao seu verdadeiro
caminho. (Item 197)
95. Deve-se
aceitar, sem exame, todas as
comunicações espíritas?
É preciso discernir as
comunicações autênticas
daquelas que não o são. "Na
dúvida, abstém-te", diz um
provérbio conhecido. Não admitamos,
portanto, senão o que for de uma
evidência certa. O que a razão e
o bom-senso desaprovam, rejeitemos
corajosamente. Mais vale repelir
dez verdades do que admitir uma única
mentira, uma única teoria falsa.
(Item 230)(Continua
no próximo número.)