LEONARDO
MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e
www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)
Imortalidade
em Jesus
Logo no início
de seus escritos, considerados
apócrifos pela teologia oficial,
anotando os ensinos de Jesus,
Tomé escreveu: "quem
descobrir o sentido destas
palavras não provará a
morte". (1) Também
João anotou: "quem guardar a
minha palavra não verá a morte
eternamente". (2)
Provavelmente,
para aqueles que interpretam tudo
ao sabor dos seus egoísmos e de
suas pretensões, tal enunciado do
Cristo poderá soar como um
inequívoco
"salvo-conduto" pessoal
para as terras encantadas do
paraíso, de uma salvação fácil
que exige, única e
exclusivamente, a mudança de
crença sem o modificar do agir.
Não seria
possível pretender que Jesus
houvesse ensinado que somente
aqueles oficialmente cristãos
seriam abençoados. Até porque,
dentro das plagas do Cristianismo
oficial, há um bom número de
pessoas que não conseguiram,
ainda hoje, compreender em
essência os ensinos do Mestre.
Quantos não existem, outrossim,
anônimos do mundo, muitas vezes
tidos como ateus pela crítica
imperfeita dos homens, que, em
suas atitudes cotidianas, provam
ser verdadeiros cristãos, mesmo
sem o saberem, bem mais do que
tantos outros cristãos, de toda
ordem, bem imperfeitos, já que
não se esforçam na prática?
Sendo assim,
necessário se faz meditar em
Jesus...
O culto é
aquele que conhece. O sábio é
aquele que sabe.
O culto,
apenas, encaixotou conhecimentos e
os entendeu. O sábio, no entanto,
compreendeu-os e, por isso mesmo,
pratica-os e os praticou.
O
culto poderá um dia ser sábio. O
sábio já foi anteriormente,
somente, um culto.
Desse modo,
aquele que descobrir o sentido
profundo das palavras ditas por
Jesus, quer seja através de seus
lábios, quer seja por meio da
anunciação de seus enviados,
quais Buda, Krishna e Sócrates, e
as guarda no esforço contínuo
das ações cotidianas, semelhante
ao sábio, consegue estar,
paulatinamente, em faixa
vibratória superior. E, assim,
pela evolução constante,
empreende novos passos rumo à
plenitude, guardando, pouco a
pouco, a imortalidade de
bênçãos destinada àqueles que
souberam viver.
O Mestre deseja
que tenhamos não só a
imortalidade, mas sobretudo a
imortalidade plena. Eis por que
dissera que viria dar a vida, mas
a vida em abundância. (3) Eis
por que, de igual maneira, falara
que aquele que perdesse a vida
pelo amor ao Evangelho, na
verdade, ganhá-la-ia.
Foi por isso
que, na alegoria de suas palavras,
simbolizou no pão e no vinho da
última ceia o seu desejo que nós
o guardássemos dentro de nós.
Mas não em corpo e não
exteriormente em rituais, antes em
"espírito e em verdade"
de compromissos de transformação
pessoal através da realização
de suas recomendações.
Assim sendo,
quando conseguirmos entender
profundamente Jesus, colocando-o,
realmente, dentro de nossas vidas,
conseguiremos, através dos
caminhos evolutivos, ser de fato
deuses (4) e luzes (5);
poderemos, então, conhecer o
sentido de Deus. (6) E,
nestes dias, estaremos ao lado do
Mestre, e Ele não mais falará
conosco por parábolas, mas
falará abertamente de seu Pai. (7)
Procuremos,
então, neste sentido, como dizia
Buda, fugindo do ciclo da vida e
da morte, por meio das
encarnações expiatórias, a
plenitude na nossa imortalidade.
Procuremos,
portanto, a imortalidade em Jesus,
pois nestes dias, como falou o
Mestre, não mais veremos a morte,
porque estaremos na vida real.
Referências:
1. Tomé, ponto 1.
2. São João 8: 51.
3. São João 10:10.
4. São João 10: 34; Sl 82 (81)
6.
5. São Mateus 5.
6. São João 14: 7.
7. São João 16: 25.
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