Foi no dia 30
de junho de 2002, portanto há
cinco anos, que o Brasil
conquistou mais um título da
conhecida Copa do Mundo.
Apesar dos interesses vergonhosos
que culminaram com a perda do
título em 1998 e a eliminação
em 2006, as alegrias e
expectativas do futebol conseguem fechar
o comércio e parar o país
por ocasião das Copas.
Um lustro,
cinco anos. Naquele mesmo dia de
alegrias, logo no início da
noite, despedia-se do sofrido
corpo o médium Chico Xavier, em
Uberaba, Minas Gerais.
Estive na
cidade, como repórter e
fotógrafo, na segunda-feira, dia
1º de julho, que virou feriado
municipal e trouxe para o velório
uma multidão incalculável,
provinda de todos os locais do
país e mesmo do exterior.
Chico, assim
como o Papa João Paulo II, Madre
Teresa, Irmã Dulce e outros
vultos – muitas vezes anônimos,
mas nem por isso diferentes ou
menores –, pautaram a vida pelo
amor ao próximo. Daí o carinho
merecido que recebem da
população. Ainda que em
memória, como ocorre com todos
eles, na atualidade. Tais
personalidades, caracterizadas
pelo desprendimento, pela
renúncia e pelo acendrado
sentimento de amor pelos irmãos
de humanidade, marcaram
profundamente a história e os
caminhos do sofrido planeta.
Todos eles
caracterizam o que podemos
denominar de Homens de Bem.
São criaturas, homem ou mulher,
que, compreendendo a finalidade de
viver, aplicam no próprio
comportamento a lei de justiça,
amor e caridade. Sempre colocando
em primeiro lugar os interesses e
a felicidade do próximo.
Renunciam, por isso, a sentimentos
de vaidade, orgulho e egoísmo.
Demonstrando
sempre uma confiança em Deus, que
nunca se abala, e extremada fé no
futuro, agem esparzindo luzes de
esperança por onde passam e a
todos que com eles se relacionam.
Compreendem que as dificuldades
passam e que elas possuem um
sentido didático de aprendizado
que não devemos desprezar. Ao
mesmo tempo não demonstram
irritação, não alimentam
rancor, nem desejo de vingança,
respeitando diferentes crenças e
opiniões, comportamentos e
posturas.
Ao invés de se
promoverem, tornam-se alicerces
para que outras pessoas brilhem,
estudando as próprias
imperfeições que ainda trazem
para continuamente se corrigirem,
como Gandhi, Santo Agostinho,
Sócrates, para ficar apenas
nesses exemplos.
Respeitando
direitos, agindo continuamente com
bondade, perseverando no bem,
confiando em Deus e sempre
trabalhando pelo bem do semelhante
tornam-se verdadeiros sóis,
autênticas estrelas brilhantes no
caminho humano. São exemplos
vivos que dignificam a condição
humana.
Nunca perdem a
oportunidade de promover o
próximo, de estimular o bem
geral, de promover a paz. Agem
assim porque são assim,
pacificados interiormente,
bondosos, indulgentes; nunca
evidenciam as fraquezas alheias e
estão distantes de quaisquer
posições de vaidade ou orgulho
pessoal.
Como também já venceram o
egoísmo, ou disso já estão
muito próximos, pela própria
disciplina que se impõem a si
mesmos, tornam-se faróis de
orientação coletiva. Suas
palavras, suas vidas, as obras que
realizaram e as causas pelas quais
lutaram contagiam grupos e pessoas
e, mesmo depois da morte
biológica, eles permanecem
perfumando o planeta.
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