Recente decisão de
um ministro do Supremo
Tribunal Federal
autoriza o abortamento
de anencéfalos, fetos
desprovidos de cérebro.
Ou seja: mulheres
grávidas de fetos sem
nenhuma possibilidade de
vida fora do útero podem
abortar sem pedir
autorização judicial.
Segundo o ministro não
há argumento razoável
para obrigar uma mulher
a manter uma gravidez de
um feto sem cérebro,
pois a ausência de
cérebro mata o feto
durante a gravidez ou,
no máximo nos primeiros
minutos após o parto.
Não existe cura nem
tratamento. O risco de
morte é de 100%. Qual o
sentido de obrigar uma
mulher a manter uma
gestação assim? Qual o
sentido de forçar uma
mulher a levar no
útero, por nove meses,
um feto que chegado a
sala de parto, em vez de
proporcionar a festa da
vida, será protagonista
de um funeral
hospitalar?
Efetivamente, sem as
premissas espíritas da
existência da alma e da
reencarnação esta medida
parece lógica e
razoável.
Os Espíritas,
todavia, sabem que unido
aquele corpo lesionado
de forma irreversível
pode estar ligado um ser
espiritual, que pensa,
que sente e que ali se
encontra motivado por
uma razão sólida e
justa. A anencefalia
nunca é completa, existe
sempre um pequeno
aglomerado se células
nervosas, que não são
suficientes para manter
a vida biológica após o
parto, mas que podem ser
suficientes para a
ligação do psiquismo de
um Espírito em fase de
reorganização de seu
corpo espiritual,
certamente lesionado por
ele mesmo em existência
pretérita.
É verdade que pode
não existir ali Espírito
algum. Ensina-nos o
Livro dos Espíritos
(item 356) que há
crianças natimortas que
não foram destinadas à
encarnação de um
Espírito. Segundo o
autor André Luiz
(Evolução em Dois
Mundos, parte II,
capítulo XIII) nos casos
em que há formação
fetal, sem que haja a
presença da entidade
reencarnante, o fenômeno
obedece aos moldes
mentais maternos. Essas
situações configuram
expiações para os pais.
No entanto, nós não
dispomos de técnicas
que identifiquem a
presença ou não de um
Espírito reencarnante,
assim sendo, indica-nos
a razão, baseada no
conhecimento espírita,
que o correto é deixar
seguir a gestação,
conscientes de que tal
fato tem uma
inquestionável razão de
ser. No futuro, quando
os envolvidos nessa
eventualidade dolorosa
retornarem ao mundo
espiritual tudo lhes
será esclarecido.