MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Os
Mensageiros
André Luiz
(2ª
Parte)
Continuamos
a apresentar o texto condensado da
obra Os
Mensageiros,
de André Luiz, psicografada pelo
médium Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora da Federação
Espírita Brasileira, a qual dá
seqüência à série iniciada com
o livro Nosso
Lar.
Questões
preliminares
A. Qual é a
importância do trabalho para
nós?
R.: É muito
grande. O trabalho é uma
necessidade fundamental do
Espírito. "Quem não deseje
servir, procure outros gêneros de
tarefa", advertiu o instrutor
Telésforo. "Aqui, acima de
trabalhadores, precisamos de
servidores que atendam de boa
vontade", acrescentou o
instrutor espiritual. (Os
Mensageiros, cap. 5 e 6, pp. 31 a
39.)
B. Qual era a
missão de Otávio e por que
fracassou?
R.: Otávio
preparou-se durante trinta anos
consecutivos para voltar à Terra
em tarefa mediúnica, desejoso de
saldar suas contas e elevar-se na
senda da perfeição. O
Ministério da Comunicação
favoreceu-o com todas as
facilidades e seis entidades
amigas movimentaram os maiores
recursos em benefício do seu
êxito. No início, deveria
enfrentar dificuldades crescentes;
depois viriam socorros materiais,
à medida que fosse testemunhando
renúncia, desprendimento,
desinteresse por remuneração.
Apesar disso, Otávio fracassou. E
fracassou porque lhe faltavam as
qualidades necessárias de
trabalhador e companheiro fiel,
porque nutria desconfiança com
relação aos orientadores
espirituais e porque revelava
acentuado pendor para a crítica
dos atos alheios. E ele tanto
duvidou, que os apelos espirituais
foram levados à conta de
alucinações. Um médico lhe
aconselhou, então, experiências
sexuais e, aos 19 anos, Otávio
já se entregava desenfreadamente
ao abuso do sexo, o que o afastou
gradativamente do dever espiritual
assumido. (Obra citada, cap. 7,
pp. 41 a 46.)
C. Uma pessoa
que não tem o casamento em sua
programação pode casar-se?
R.: Sim. Foi o
que se deu com Otávio. Embora
não tendo o matrimônio sido
previsto em sua programação
reencarnatória, ao abandonar os
deveres espirituais complicou seu
futuro e acabou casando-se. Desse
casamento adveio um filho, uma
entidade monstruosa ligada a sua
mulher, criatura de condição
muito inferior à sua. Seu lar
passou a ser um tormento constante
até que regressou, mal tendo
completado 40 anos, roído pela
sífilis, pelo álcool e pelos
desgostos, sem nada haver feito de
útil para seu futuro eterno.
(Obra citada, cap. 7, pp. 41 a
46.)
D. Que
ensinamento podemos colher do caso
Acelino?
R.: Esse caso é bem típico do
médium que, embora amparado pelos
benfeitores espirituais e dotado
de várias faculdades - vidência,
audição e psicografia -, decidiu
fazer da mediunidade fonte de
renda material, fato que lhe
rendeu sofrimentos acerbos depois
de sua desencarnação, quando
permaneceu algemado aos seus
consulentes criminosos por onze
anos consecutivos. (Obra
citada, cap. 8, pp. 47 a 50.)
Texto
para leitura
5. A
palestra de Telésforo -
Antigo lidador do Ministério da
Comunicação, Telésforo dirigiu
sua palavra a uma platéia
numerosa de aprendizes do trabalho
de intercâmbio entre os dois
planos. Muitos companheiros ali
presentes haviam fracassado em
suas tarefas na Terra. O
palestrante falou sobre as causas
desses fracassos e exortou a todos
a uma nova atitude diante da vida,
destacando a importância do
trabalho como necessidade
fundamental de cada espírito.
"Quem não deseje servir,
procure outros gêneros de
tarefa", advertiu Telésforo.
"Aqui, acima de
trabalhadores, precisamos de
servidores que atendam de boa
vontade", acrescentou o
instrutor espiritual. Debaixo de
profunda impressão, em face das
declarações incisivas de
Telésforo, numerosos
circunstantes choravam em
silêncio. Eram servidores que
haviam fracassado em suas tarefas
terrestres. (Cap. 5 e 6, pp. 31 a
39)
6. Conversação
sadia - Finda a preleção,
Aniceto deixou-os à vontade.
André Luiz, Vicente e outros
ficaram a palestrar, cientes de
que em "Nosso Lar"
considera-se trabalho útil toda
conversação sadia que concorra
para enriquecer os conhecimentos e
aptidões para o serviço.
"Pelas nossas palestras
construtivas, receberemos também
a remuneração devida à
cooperação normal",
esclareceu Vicente. E se a
conversa descambasse para temas
inferiores? – indagou André.
Vicente explicou que, então, o
prejuízo seria da pessoa, porque
ali a palavra define o Espírito.
Fugindo à palestra instrutiva,
sua presença se tornaria
desagradável e seu rosto se
cobriria de sombra indefinível,
de tal modo que os orientadores
conheceriam sua atitude
imediatamente. (Cap. 6, pág. 40)
7. O caso
Otávio - De absoluto
fracasso foi a experiência que
Otávio teve em sua última
romagem terrena. Após contrair
dívidas enormes em outro tempo,
ele fora recolhido por irmãos
dedicados de "Nosso
Lar", que se revelaram
incansáveis para com ele.
Preparou-se, então, durante
trinta anos consecutivos, para
voltar à Terra em tarefa
mediúnica, desejoso de saldar
suas contas e elevar-se na senda
da perfeição. O Ministério da
Comunicação favoreceu-o com
todas as facilidades e, sobretudo,
seis entidades amigas movimentaram
os maiores recursos em benefício
do seu êxito. O matrimônio não
estava nas suas cogitações; seu
caso particular assim o exigia.
Não obstante solteiro, deveria
receber aos vinte anos os seis
amigos que muito trabalharam por
ele em "Nosso Lar", que
chegariam ao seu círculo como
órfãos. No início, deveria
enfrentar dificuldades crescentes;
depois viriam socorros materiais,
à medida que fosse testemunhando
renúncia, desprendimento,
desinteresse por remuneração...
Sua mãe era espiritista desde
moça. Aos treze anos de idade,
Otávio ficou órfão de mãe e
aos quinze começaram os primeiros
chamados da esfera superior. O pai
casou-se segunda vez e, apesar da
bondade e cooperação que a
madrasta lhe oferecia, Otávio se
colocava num plano de falsa
superioridade em relação a ela,
passando a viver revoltado, entre
queixas e lamentações
descabidas. Levado a um grupo
espírita de excelente
orientação evangélica,
faltavam-lhe as qualidades de
trabalhador e companheiro fiel.
Nutria desconfiança com relação
aos orientadores espirituais e
revelava acentuado pendor para a
crítica dos atos alheios. E tanto
duvidou, que os apelos espirituais
foram levados à conta de
alucinações. Um médico lhe
aconselhou experiências sexuais
e, aos 19 anos, Otávio
entregava-se desenfreadamente ao
abuso do sexo. Isso afastou-o
gradativamente do dever
espiritual. O pai desencarnou
quando ele contava pouco mais de
vinte anos. Dois anos depois, a
madrasta foi recolhida a um
leprosário, deixando na orfandade
seis crianças. Otávio afastou-se
dos pequenos, tomado de horror,
abandonando-os definitivamente,
sem refletir que lançava seus
credores generosos de "Nosso
Lar" a destino incerto. Mais
tarde, casou-se e recebeu como
filho uma entidade monstruosa
ligada a sua mulher, criatura de
condição muito inferior à sua.
Seu lar passou a ser um tormento
constante até que regressou, mal
tendo completado 40 anos, roído
pela sífilis, pelo álcool e
pelos desgostos, sem nada haver
feito de útil para seu futuro
eterno. (Cap. 7, pp. 41 a 46)
8. O caso Acelino -
Ouvindo o relato feito por
Otávio, estava Acelino, que
também partira de "Nosso
Lar", no século passado,
após cuidadosa preparação no
Ministério da Comunicação. Uma
das ministras da Comunicação
presidiu pessoalmente as medidas
atinentes à sua tarefa na Crosta.
Tudo correra bem. Aos vinte anos,
Acelino foi chamado à tarefa
mediúnica, recebendo enorme
amparo dos benfeitores
espirituais. Dotado das faculdades
de vidência, audição e
psicografia, ele decidiu –
apesar dos apelos dos benfeitores
espirituais – fazer da
mediunidade fonte de renda
material, sem esperar os
abundantes recursos que o Senhor
lhe enviaria mais tarde, após
seus testemunhos no trabalho. Não
mais a escola da virtude, do amor
fraternal, da edificação
superior, e sim a concorrência
comercial, as ligações humanas,
os caprichos apaixonados, os casos
de polícia e todo um cortejo de
misérias da Humanidade.
Transformara-se completamente a
paisagem espiritual que o rodeava.
Ao desencarnar, Acelino ficou
algemado aos seus consulentes
criminosos, também desencarnados,
por sinistros elos mentais, em
virtude da imprevidência na
defesa do seu próprio patrimônio
espiritual. Durante onze anos
consecutivos, expiou a falta entre
eles, em meio ao remorso e à
amargura. (Cap. 8, pp. 47 a 50)
Frases
e apontamentos importantes
14. Raros
triunfam, porque quase todos
estamos ainda ligados a extenso
pretérito de erros criminosos,
que nos deformaram a
personalidade. Em cada novo ciclo
de empreendimentos carnais,
acreditamos muito mais em nossas
tendências inferiores do passado,
que nas possibilidades divinas do
presente, complicando sempre o
futuro. É desse modo que
prosseguimos, por lá, agarrados
ao mal e esquecidos do bem,
chegando, por vezes, ao disparate
de interpretar dificuldades como
punições, quando todo obstáculo
traduz oportunidade
verdadeiramente preciosa aos que
já tenham "olhos de
ver". (Tobias, cap. 3, pág.
24)
15. Tudo vem a
seu tempo, tanto no bem quanto no
mal, Primeiro, a semente, depois
os frutos. (...) A árvore, para
produzir, não reclama as folhas
mortas. Para nós, atualmente, meu
amigo, o mal é simples resultado
da ignorância e nada mais.
(Vicente, cap. 4, pág. 30)
16. As
transições essenciais da
existência na Terra encontram a
maioria dos homens absolutamente
distraídos das realidades
eternas. A mente humana abre-se,
cada vez mais, para o contacto com
as expressões invisíveis, dentro
das quais funciona e se movimenta.
Isto é uma fatalidade evolutiva.
(Telésforo, cap. 5, pág. 32)
17. Toda
expressão religiosa é sagrada,
todo movimento superior de
educação espiritual é santo em
si mesmo. (...) Sacerdotes e
intérpretes dos núcleos
organizados da religião e da
filosofia não percebem ainda que
o espírito da Revelação é
progressivo, como a alma do homem.
As concepções religiosas se
elevam com a mente da criatura. (Telésforo,
cap. 5, pág. 33)
18. A Ciência
progride vertiginosamente no
planeta e, no entanto, à medida
que se suprimem sofrimentos do
corpo, multiplicam-se aflições
da alma. (...) a estatística dos
crimes humanos é espantosa. Os
assassínios da guerra apresentam
requintes de perversidade muito
além dos que foram conhecidos em
épocas anteriores. (...) Não
existe em país algum preparação
espiritual bastante para o
conforto físico. (Telésforo,
cap. 5, pp. 33 e 34)
19. Concordamos
que a reverência ao Pai, a fé e
a vontade são expressões
básicas da realização divina no
homem, mas não podemos esquecer
que o trabalho é necessidade
fundamental de cada espírito.
(...) Precisamos oferecer, no
mundo, os instrumentos
necessários às retificações
espirituais, habilitando nossos
irmãos encarnados a um maior
entendimento do Espírito do
Cristo. (Telésforo, cap. 5, pp.
34 e 35)
20. Raríssimos
conquistam algum êxito nos
delicados misteres da mediunidade
e da doutrinação. (...)
pouquíssimos são os que se
lembram das realidades eternas, no
"outro lado do véu"...
A ignorância domina a maioria das
consciências encarnadas. E a
ignorância é mãe das misérias,
das fraquezas, dos crimes. (Telésforo,
cap. 6, pág. 36)
21. Cesse, para
nós outros, a concepção de que
a Terra é o vale tenebroso,
destinado a quedas lamentáveis, e
agasalhemos a certeza de que a
esfera carnal é uma grande
oficina de trabalho redentor.
Preparemo-nos para a cooperação
eficiente e indispensável.
Esqueçamos os erros do passado e
lembremo-nos de nossas
obrigações fundamentais. A causa
geral dos desastres mediúnicos é
a ausência da noção de
responsabilidade e da recordação
do dever a cumprir. (Telésforo,
cap. 6, pág. 37)
22. Quando o
Senhor vos enviava possibilidades
materiais para o necessário,
regressáveis à ambição
desmedida; ante o acréscimo de
misericórdia do labor
intensificado, agarrastes a idéia
da existência cômoda; junto às
experiências afetivas,
preferistes os desvios sexuais; ao
lado da família, voltastes à
tirania doméstica, e aos
interesses da vida eterna
sobrepusestes as sugestões
inferiores da preguiça e da
vaidade. Destes-vos, na maioria,
à palavra sem responsabilidade e
à indagação sem discernimento,
amontoando atividades inúteis.
Como médiuns, muitos de vós
preferíeis a inconsciência de
vós mesmos; como doutrinadores,
formuláveis conceitos para
exportação, jamais para uso
próprio. (Telésforo, cap. 6,
pág. 38)
23. Grandes
massas batem às fontes do
Espiritismo sagrado, tão só no
propósito de lhe mancharem as
águas. (...) São os sequiosos da
facilidade, os amigos do menor
esforço, os preguiçosos e
delinqüentes de todas as
situações, que desejam ouvir os
Espíritos desencarnados, receosos
da acusação que lhes dirige a
própria consciência. (...) Tudo
por quê, meus irmãos? Por termos
esquecido, em nossos labores
carnais, que Espiritismo é
revelação divina para a
renovação fundamental dos
homens. (Telésforo, cap. 6, pág.
38)
24. O Senhor
renova diariamente nossas benditas
oportunidades de trabalho, mas,
para atingirmos os resultados
precisos, é imprescindível
sejamos seguidores da
renunciação ao inferior. (...) E
ninguém espere subir,
espiritualmente, sem esforço, sem
suor e sem lágrimas!... (Telésforo,
cap. 6, pág. 39)
25. As tarefas espirituais
ocupam-se de interesses eternos...
Os mordomos de bens da alma estão
investidos de responsabilidades
pesadíssimas. (Otávio, cap. 7,
pág. 42) (Continua
no próximo número.)
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