ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas
Gerais (Brasil)
"O sentimento cristão
dá a esperança de melhor
futuro;
o Espiritismo dá a certeza desse futuro."
Allan Kardec
(1)
Reconhece o mestre
Lionês que (2)
"(...)
impacientemente
suportamos as
tribulações da Vida. Tão
intoleráveis nos
parecem, que não
compreendemos possamos
sofre-las. Entretanto,
se as tivermos suportado
corajosamente, se
soubermos impor silêncio
às nossas murmurações,
felicitar-nos-emos,
quando fora desta prisão
terrena, como o doente
que sofre se felicita,
quando curado, por se
haver submetido a um
tratamento doloroso.
(...) Pelas provas
patentes, que ministra,
da Vida Futura, da
presença, em torno de
nós, daqueles a quem
amamos, da continuidade
da afeição e da
solicitude que nos
dispensavam; pelas
relações que nos faculta
manter com eles, a
Doutrina Espírita nos
oferece suprema
consolação, por ocasião
de uma das mais
legítimas dores, que é a
perda de um desses seres
queridos."
Sem a esperança e a
certeza da Vida Futura,
as promessas do Cristo
não passariam de engodo
e utopia, quando, por
exemplo, Ele proclamava:
"Bem-aventurados os
aflitos, pois que serão
consolados." Mas,
para quem tem "olhos
de ver" não fica
difícil entender que o
verbo ser está no
futuro, e isso,
implicitamente indica a
conseqüência que virá no
futuro para os aflitos
de hoje, isto é: a
consolação!...
Destrinçando o sentido
dessa frase de Jesus,
Allan Kardec esclarece
(3):
"A criatura que encara a
Vida terrena pelo prisma
da Vida Espiritual
apanha, num golpe de
vista, a Vida corpórea.
Ela a vê como um ponto
no Infinito,
compreende-lhe a curteza
e reconhece que esse
penoso momento terá
presto passado. A
certeza de um próximo
futuro mais ditoso a
sustenta e anima e,
longe de se queixar,
agradece ao Céu as dores
que a fazem avançar. Daí
tira ela uma calma e uma
resignação tão úteis à
saúde do corpo quanto à
da Alma."
As virtudes teologais
são vistas pelos
Espíritas sob um ângulo
singular, impossível de
ser vislumbrado por quem
ignora os conhecimentos
dados pelos Espíritos a
Kardec. Destarte, a
Esperança recebe a
nutrição do exato e
perfeito conhecimento do
verdadeiro sentido das
palavras do Cristo, a Fé
cega e mística cede
lugar à Fé
raciocinada e a
Caridade revela-se
não como simples serviço
de assistência social,
mas como o caminho
único da salvação.
A ignorância bate em
retirada sob os fortes "spotligths"
do Espiritismo que lança
claridades novas na
inteligência humana,
facultando a compreensão
do porquê da dor, e
melhor, mostra-nos como
erradicá-la.
Ensina Lacordaire
(4):
"Bem-aventurados os
aflitos pode então
traduzir-se assim:
Bem-aventurados os que
têm ocasião de provar
sua fé, sua firmeza, sua
perseverança e sua
submissão à vontade de
Deus, porque terão
centuplicada a alegria
que lhes faltava na
Terra, porque depois do
labor virá o repouso."
François-Nicolas-Madeleine,
cardeal Morlot, conclama
(5):
“Deveis todos
consagrar-vos à
propagação desse
Espiritismo que já deu
começo à vossa própria
regeneração. Corre-vos o
dever de fazer que os
vossos irmãos participem
da sagrada luz. Mãos,
portanto, à obra, meus
muito queridos filhos!
Que os vossos corações
aspirem a esse grandioso
objetivo de preparar
para as gerações
porvindouras um mundo
onde não seja vã a
palavra felicidade."
Referências:
1 -
KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos.
83.ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 2002, q. 933.
2 - Idem, ibidem, q.
936.
3 - KARDEC, Allan. O
Evangelho segundo o
Espiritismo. 121.ed.
Rio [de Janeiro]: FEB,
2003, cap. V, item 13.
4 - KARDEC, Allan. O
Evangelho segundo o
Espiritismo. 121.ed.
Rio [de Janeiro]: FEB,
2003, cap. V, item 18.
5 - Idem, ibidem,
capítulo V, item 20.