Os
Mensageiros
André Luiz
(3ª Parte)
Continuamos a apresentar
o texto condensado da
obra
Os Mensageiros,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual dá
seqüência à série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. As dificuldades no
lar podem levar um
médium ao fracasso?
R.: Sim. Dois casos de
pessoas que saíram de
"Nosso Lar" preparadas
para tarefa mediúnica no
mundo, e, no entanto,
fracassaram
inteiramente, são
exemplos disso. O caso
de Mariana é um deles:
ela sentia que deveria
aplicar-se ao trabalho,
mas Amâncio, seu esposo,
nunca se conformou. Se
os enfermos a procuravam
no receituário comum, a
neurastenia do marido se
ampliava; se
companheiros de doutrina
a convidavam aos
estudos, ele se
revoltava, ciumento, e
mobilizava as próprias
filhas contra a esposa,
que acabou se afastando
da tarefa mediúnica. Uma
outra entidade viveu
experiência semelhante:
também ela entendia
agora não haver
executado sua tarefa
mediúnica em virtude da
irritação que sentia
pela indiferença dos
familiares pelos
serviços espirituais. Se
o marido fazia
ponderações contrárias a
suas convicções, ela
refutava. Não suportava
qualquer parecer
contrário ao seu ponto
de vista em matéria de
crença, incapaz de
perceber a vaidade e a
tolice de seus gestos.
Discussões, insultos,
conflitos tornavam-se
constantes, e nesse
clima ela sentia-se
inutilizada para
qualquer trabalho de
elevação espiritual.
(Os Mensageiros, cap. 9,
pp. 52 a 54.)
B. Que faculdades tinha
Joel e por que ele
fracassou?
R.: Joel recebeu no
Ministério do
Esclarecimento um
tratamento especial que
lhe aguçou as
percepções, partindo
para a Terra com todos
os requisitos
indispensáveis ao êxito
de suas obrigações. Mas,
deixando-se empolgar
pela curiosidade
doentia, Joel aplicou
sua faculdade mediúnica
somente para dilatar
suas sensações. No
quadro de suas tarefas
mediúnicas, estava a
recordação de
existências passadas
como expressão
indispensável ao
esclarecimento coletivo
dos semelhantes.
Contudo, a excitação
psíquica, aos primeiros
contatos com o serviço,
fez rodar o mecanismo de
recordações adormecidas
e ele lembrou sua
penúltima existência,
quando fora Monsenhor
Alejandro Pizarro, nos
últimos tempos da
Inquisição Espanhola.
Passou a procurar,
então, cada um de seus
companheiros de lutas
religiosas, para
reconstituir os passos
de todos eles, por
curiosidade, sem
qualquer propósito
benfazejo. Exigia,
assim, notícias de
bispos, de autoridades
políticas e de padres
amigos que haviam errado
tanto quanto ele mesmo.
As advertências dos
amigos espirituais não
cessaram. Sofredores
batiam-lhe às portas.
Seus companheiros tinham
um abrigo de órfãos em
projeto, um ambulatório
que começava a nascer e
serviços semanais de
instruções evangélicas,
nas noites de terças e
sextas-feiras, mas Joel
só queria saber das suas
descobertas pessoais,
sem qualquer proveito
útil. Esquecia que o
Senhor lhe permitia
aquelas reminiscências,
não para satisfazer-lhe
a vaidade, mas para que
entendesse a extensão de
seus débitos e se
entregasse à obra de
esclarecimento e
conforto aos feridos do
mundo. Passou, assim, a
existência de surpresa
em surpresa, de sensação
em sensação,
transformando a
lembrança em viciação da
personalidade. Perdera a
oportunidade de redenção
e o pior era o estado de
alucinação em que agora
vivia. Com o erro, a
mente desequilibrou-se e
as perturbações
psíquicas passaram a
constituir-lhe doloroso
martírio. (Obra
citada, cap. 10, pp. 58
a 61.)
C. Que ensinamento
colhemos do caso
Belarmino?
R.: Belarmino foi um
doutrinador fracassado.
Sua tragédia é igual à
de todos os que conhecem
o bem, mas não o
praticam. Saíra de
"Nosso Lar" com tarefa
de doutrinação no campo
do Espiritismo
evangélico. Sua
companheira Elisa
acompanhou-o no serviço
laborioso. Desde criança
conhecera o Espiritismo
cristão; mais tarde
chegou à presidência de
um grande grupo
espiritista. Teve a seu
dispor o concurso de
oito médiuns dedicados.
Descambou, porém, para o
campo da experimentação
científica, à procura de
provas insofismáveis.
Por vaidade, convidou
pessoas para integrar
seu grupo, tão-somente
em virtude da falsa
posição que usufruíam na
cultura e na pesquisa
científica. Os
resultados se tornaram
pífios. A dúvida
instalou-se em seu
coração. Perdeu a
serenidade de outro
tempo. Da dúvida passou
à descrença. Debalde,
Elisa o chamava para a
esfera religiosa e
edificante, mas ele
passou a desprezar o
próprio Evangelho, que
tachava de velharia.
Largou a atividade
espírita, para
dedicar-se à política
humana e, desviado dos
seus objetivos
fundamentais, apegou-se
ao dinheiro,
transformando os
próprios sentimentos.
Quando desencarnou,
tinha uma bela situação
financeira no mundo e um
corpo crivado de
enfermidades, um palácio
confortável de pedra e
um deserto no coração.
Voltara a ligar-se a
antigos companheiros
menos dignos de
experiências carnais e
colheria agora, na vida
espiritual, tormentos,
remorsos, expiações...(Obra
citada, cap. 11, pp. 63
a 66.)
D. Que ocorreu na
erraticidade a Monteiro
e qual foi, segundo
Veneranda, a causa do
seu fracasso?
R.: Monteiro também
partiu de "Nosso Lar" em
missão de entendimento
espiritual, quase na
mesma ocasião em que
Belarmino voltou à
carne. Monteiro tivera a
própria mãe como
orientadora. Sob seu
controle, estavam alguns
médiuns de efeitos
físicos, de psicografia
e de incorporação. Mas
era tal o fascínio que o
intercâmbio mediúnico
exercia sobre ele, que
acabou se distraindo por
completo quanto à
essência moral da
doutrina. Era um
doutrinador implacável.
Chegara a estudar longos
trechos das Escrituras,
para utilizá-los na
conversa com
ex-sacerdotes católicos
que compareciam às
sessões mediúnicas em
estado de ignorância e
perturbação. Acendia
luzes para os outros,
preferindo, porém, os
caminhos escuros para
si, esquecendo a si
mesmo. Pregava a
paciência dentro do
grupo, mas era
impaciente lá fora.
Concitava os espíritos à
serenidade, mas
repreendia sem
indulgência as senhoras
humildes que não
continham o pranto de
alguma criança enferma
presente à reunião. E no
comércio era inflexível
com seus devedores.
Passava os dias no
escritório estudando a
melhor forma de
perseguir os clientes em
atraso, e à noite ia
ensinar o amor aos
semelhantes, a paciência
e a doçura, exaltando o
sofrimento e a luta como
estradas benditas de
preparação para Deus.
Seu fracasso foi
completo e, devido a
isso, voltou à vida
espiritual qual demente
necessitado de hospício.
O raciocínio pedia
socorro divino, mas o
sentimento agarrava-se a
objetivos inferiores.
Viu-se, assim, rodeado
de Espíritos malévolos
que lhe repetiam longas
frases de suas sessões
mediúnicas. Eles,
irônicos, lhe
recomendavam serenidade,
paciência e perdão e
perguntavam por que ele
não se desgarrava do
mundo, estando já
desencarnado. A revolta
tomou conta de sua alma
e, mais tarde, quando já
estava recolhido em
"Nosso Lar", exigiu
explicações para o seu
estado, visto que não se
considerava fracassado.
Veneranda explicou-lhe a
causa do seu fracasso:
"Monteiro, meu amigo, a
causa da sua derrota não
é complexa, nem difícil
de explicar. Entregou-se
você excessivamente ao
Espiritismo prático,
junto dos homens, nossos
irmãos, mas nunca se
interessou pela
verdadeira prática do
Espiritismo junto de
Jesus, nosso Mestre".
(Obra citada, cap. 12,
pp. 67 a 71.)
Texto
para leitura
9. Fracassos por
dificuldades no lar
- Dois casos de pessoas
que saíram de "Nosso
Lar" preparadas para
tarefa mediúnica no
mundo e, no entanto,
fracassaram
inteiramente, são
apresentados por André.
O caso de Mariana é um
deles: ela sentia que
deveria aplicar-se ao
trabalho, mas Amâncio,
seu esposo, nunca se
conformou. Se os
enfermos a procuravam no
receituário comum, a
neurastenia do marido se
ampliava; se
companheiros de doutrina
a convidavam aos
estudos, ele se
revoltava, ciumento, e
mobilizava as próprias
filhas contra a esposa.
Daí o seu afastamento da
tarefa mediúnica e
Mariana nunca deixou de
reclamar quando era
incompreendida pelos
seus familiares. Uma
outra entidade viveu
experiência semelhante:
também ela entendia
agora não haver
executado sua tarefa
mediúnica em virtude da
irritação que sentia
pela indiferença dos
familiares pelos
serviços espirituais. Se
o marido fazia
ponderações contrárias a
suas convicções, ela
refutava. Não suportava
qualquer parecer
contrário ao seu ponto
de vista, em matéria de
crença, incapaz de
perceber a vaidade e a
tolice de seus gestos.
Discussões, insultos,
conflitos tornavam-se
constantes, e nesse
clima ela sentia-se
inutilizada para
qualquer trabalho de
elevação espiritual.
(Cap. 9, pp. 52 a 54)
10. O caso
Ernestina - O
medo foi a causa do
fracasso de Ernestina,
que se preparara
convenientemente em
"Nosso Lar" para a
tarefa da mediunidade no
mundo. As instrutoras do
Esclarecimento confiavam
extraordinariamente
nela, mas Ernestina não
vigiou como devia.
Apesar dos incentivos
recebidos do plano
espiritual, desconfiou
de tudo e de todos. Nos
estudiosos encarnados,
só via pessoas de má fé;
nos instrutores
desencarnados, enxergava
apenas mistificadores, e
em si mesma receava as
tendências nocivas. O
receio das mistificações
prejudicou a
oportunidade recebida.
(Cap. 9, pp. 54 e 55)
11. A
falta de amparo da
esposa
- Outra entidade
atribuía seu fracasso à
falta de amparo da
esposa. Enquanto a teve
a seu lado,
verificava-se profundo
equilíbrio em suas
forças psíquicas. A
companhia dela
compensava-lhe todo
gasto de energia
mediúnica. Quando a
morte a arrebatou,
amedrontou-se por
sentir-se em
desequilíbrio. Não havia
aprendido a ciência da
conformação, nem a
percorrer sozinho as
estradas humanas.
Casou-se segunda vez e
deu-se mal. Sua segunda
mulher, extremamente
ligada a entidades
malfazejas, arrastou-o a
inúmeros desvarios e ele
se perdeu, voltando ao
convívio de criaturas
perversas. Agora,
entendia que o triunfo
no mundo, mesmo no
futuro, ser-lhe-á muito
difícil sem a
companheira amada. (Cap.
9, pp. 55 e 56)
12. O caso Joel
- Outro que saiu
preparado de "Nosso Lar"
e fracassou no mundo é
Joel. Sua tarefa
mediúnica exigia
sensibilidade mais
apurada e, por isso,
recebeu no Ministério do
Esclarecimento um
tratamento especial que
lhe aguçou as
percepções, partindo
para a Terra com todos
os requisitos
indispensáveis ao êxito
de suas obrigações. Mas,
Joel, deixando-se
empolgar pela
curiosidade doentia,
aplicou sua faculdade
mediúnica somente para
dilatar suas sensações.
No quadro de suas
tarefas mediúnicas,
estava a recordação de
existências passadas
como expressão
indispensável ao
esclarecimento coletivo
dos semelhantes. Existe,
porém, uma ciência de
recordar que ele não
respeitou como devia.
Sentia, intuitivamente,
a vívida lembrança de
suas promessas em "Nosso
Lar". O coração estava
repleto de propósitos
sagrados. Ele
trabalharia. Espalharia
muito longe a vibração
das verdades eternas...
Contudo, a excitação
psíquica, aos primeiros
contatos com o serviço,
fez rodar o mecanismo de
recordações adormecidas
e ele lembrou sua
penúltima existência,
quando fora Monsenhor
Alejandro Pizarro, nos
últimos tempos da
Inquisição Espanhola.
Passou a procurar,
então, cada um de seus
companheiros de lutas
religiosas, para
reconstituir os passos
de todos eles, por
curiosidade, sem
qualquer propósito
benfazejo. Exigia,
assim, notícias de
bispos, de autoridades
políticas e de padres
amigos que haviam errado
tanto quanto ele mesmo.
As advertências dos
amigos espirituais não
cessaram. Sofredores
batiam-lhe às portas.
Seus companheiros tinham
um abrigo de órfãos em
projeto, um ambulatório
que começava a nascer e
serviços semanais de
instruções evangélicas,
nas noites de terças e
sextas-feiras, mas Joel
só queria saber das suas
descobertas pessoais,
sem qualquer proveito
útil. Esquecia que o
Senhor lhe permitia
aquelas reminiscências,
não por satisfazer-lhe a
vaidade, mas para que
entendesse a extensão de
seus débitos e se
entregasse à obra de
esclarecimento e
conforto aos feridos do
mundo. Passou, assim, a
existência de surpresa
em surpresa, de sensação
em sensação,
transformando a
lembrança em viciação da
personalidade. Perdera a
oportunidade de redenção
e o pior era o estado de
alucinação em que agora
vivia. Com o erro, a
mente desequilibrou-se e
as perturbações
psíquicas passaram a
constituir-lhe doloroso
martírio. (Cap. 10, pp.
58 a 61)
13.
Reflorescimento da
esperança -
Muitos dos que ali se
encontravam haviam
atravessado zonas
purgatoriais de sombra e
tormento íntimo. Uns
mais, outros menos.
Bastara, contudo, o
reconhecimento de sua
pequenez, a compreensão
de seus débitos, e ali
estavam eles em "Nosso
Lar", reanimando
energias desfalecidas e
reconstituindo programas
de trabalho. Via-se em
todos os companheiros o
reflorescimento da
esperança. (Cap. 11,
pág. 62)
14. O caso
Belarmino -
Fisionomia grave, gestos
lentos, Belarmino
Ferreira deixava
transparecer grande
tristeza no olhar
humilde. Fora um
doutrinador fracassado.
Sua tragédia é igual à
de todos os que conhecem
o bem, mas não o
praticam. Saíra de
"Nosso Lar" com tarefa
de doutrinação no campo
do Espiritismo
evangélico. Sua
companheira Elisa
acompanhou-o no serviço
laborioso. Desde criança
conhecera o Espiritismo
cristão; mais tarde
chegou à presidência de
um grande grupo
espiritista. Teve a seu
dispor o concurso de
oito médiuns dedicados.
Descambou, porém, para o
campo da experimentação
científica, à procura de
provas insofismáveis.
Por vaidade, convidou
pessoas para integrar
seu grupo, tão-somente
em virtude da falsa
posição que usufruíam na
cultura e na pesquisa
científica. Os
resultados se tornaram
pífios. A dúvida
instalou-se em seu
coração. Perdeu a
serenidade de outro
tempo. Da dúvida passou
à descrença. Debalde,
Elisa o chamava para a
esfera religiosa e
edificante, mas ele
passou a desprezar o
próprio Evangelho, que
tachava de velharia.
Largou a atividade
espírita, para
dedicar-se à política
humana e, desviado dos
seus objetivos
fundamentais, apegou-se
ao dinheiro,
transformando os
próprios sentimentos.
Quando desencarnou,
tinha uma bela situação
financeira no mundo e um
corpo crivado de
enfermidades, um palácio
confortável de pedra e
um deserto no coração.
Voltara a ligar-se a
antigos companheiros
menos dignos de
experiências carnais e
colheria agora, na vida
espiritual, tormentos,
remorsos,
expiações...(Cap. 11,
pp. 63 a 66)
15. O caso
Monteiro - Ele
também partira de "Nosso
Lar", em missão de
entendimento espiritual,
quase na mesma ocasião
em que Belarmino voltou
à carne. Monteiro tivera
a própria mãe como
orientadora. Sob seu
controle, estavam alguns
médiuns de efeitos
físicos, de psicografia
e de incorporação. Mas
era tal o fascínio que o
intercâmbio mediúnico
exercia sobre ele, que
acabou se distraindo por
completo quanto à
essência moral da
doutrina. Era um
doutrinador implacável.
Chegara a estudar longos
trechos das Escrituras,
para utilizá-los na
conversa com
ex-sacerdotes católicos
que compareciam às
sessões mediúnicas em
estado de ignorância e
perturbação. Acendia
luzes para os outros,
preferindo, porém, os
caminhos escuros para
si, esquecendo a si
mesmo. Pregava a
paciência dentro do
grupo, mas era
impaciente lá fora.
Concitava os espíritos à
serenidade, mas
repreendia sem
indulgência as senhoras
humildes que não
continham o pranto de
alguma criança enferma
presente à reunião. E no
comércio era inflexível
com seus devedores.
Passava os dias no
escritório estudando a
melhor forma de
perseguir os clientes em
atraso, e à noite ia
ensinar o amor aos
semelhantes, a paciência
e a doçura, exaltando o
sofrimento e a luta como
estradas benditas de
preparação para Deus. Na
verdade, estava cego,
esquecido de que a
existência terrestre é,
por si só, uma sessão
permanente. Quando a
angina o levou à morte,
encontrava-se
absolutamente distraído
da realidade essencial.
Voltou à vida espiritual
qual demente necessitado
de hospício. O
raciocínio pedia socorro
divino, mas o sentimento
agarrava-se a objetivos
inferiores. Viu-se,
assim, rodeado de
Espíritos malévolos que
lhe repetiam longas
frases de suas sessões
mediúnicas. Eles,
irônicos, lhe
recomendavam serenidade,
paciência e perdão e
perguntavam por que ele
não se desgarrava do
mundo, estando já
desencarnado. A revolta
tomou conta de sua alma
e, mais tarde, quando já
estava recolhido em
"Nosso Lar", exigiu
explicações para o seu
estado, visto que não se
considerava fracassado.
Veneranda, um dia, foi
visitá-lo em momento que
reservara a descanso.
Monteiro crivou seus
ouvidos de lamentações e
ela o ouviu,
pacientemente, por duas
horas. Quando o
ex-doutrinador se calou,
Veneranda sorriu e
disse: "Monteiro, meu
amigo, a causa da sua
derrota não é complexa,
nem difícil de explicar.
Entregou-se você
excessivamente ao
Espiritismo prático,
junto dos homens, nossos
irmãos, mas nunca se
interessou pela
verdadeira prática do
Espiritismo junto de
Jesus, nosso Mestre".
Aquelas palavras, como
um vulcão, mudaram por
completo a atitude
mental do ex-doutrinador
fracassado. (Cap. 12,
pp. 67 a 71)
Frases e apontamentos
importantes
26. Para trabalharmos
com eficiência é preciso
saber calar antes de
tudo. Teríamos atendido
perfeitamente aos nossos
deveres, se tivéssemos
usado todas as receitas
de obediência e otimismo
que fornecemos aos
outros. (...) para bem
ensinar é necessário
exemplificar melhor.
(Uma entidade feminina,
cap. 9, pág. 53)
27. Na esfera carnal, o
maior interesse da alma
é a realização de algo
útil para o bem de
todos, com vistas ao
Infinito e à Eternidade.
Nesse mister, é
indispensável contar com
o assédio de todos os
elementos contrários.
Ironias, ataques,
sugestões inferiores
surgirão, com certeza,
no caminho de todo
trabalhador fiel. São
circunstâncias lógicas e
fatais do serviço,
porque não vamos ao
mundo físico para
descanso injustificável,
mas para lutar pela
nossa melhoria, a
despeito de todo
impedimento fortuito. (Benita,
cap. 9, pp. 54 e 55)
28. A missão do
doutrinador é muitíssimo
grave para qualquer
homem. (...) para
atingirmos uma
ressurreição gloriosa,
não há, por enquanto,
outro caminho além
daquele palmilhado pelo
Doutrinador Divino. É
digna de menção a
atitude d' Ele,
abstendo-se de qualquer
escravização aos bens
terrestres. (Belarmino
Ferreira, cap. 11, pág.
63)
29. Na vida humana,
junto aos que
administram e aos que
obedecem, há os que
ensinam. Chego, pois, a
pensar que nas esferas
da Crosta há mordomos,
cooperadores e servos.
Muito especialmente, os
que ensinam devem ser
dos últimos. (Belarmino
Ferreira, cap. 11, pág.
63)
30. Minha tragédia
angustiosa é a de todos
os que conhecem o bem,
esquecendo-lhe a
prática. (Belarmino
Ferreira, cap. 11, pág.
64)
31. Cada homem receberá,
agora e no futuro, de
acordo com as próprias
obras. (Belarmino
Ferreira, cap. 11, pág.
65)
32. O Evangelho é livro
divino e, enquanto
permanecemos na cegueira
da vaidade e da
ignorância, não nos
expõe seus tesouros
sagrados. Por isso
mesmo, tachava-o de
velharia. (...) a
escravidão ao dinheiro
me transformara os
sentimentos. (Belarmino
Ferreira, cap. 11, pp.
65 e 66)
33. É muito difícil
escapar à influência do
meio, quando em luta na
carne. (Monteiro, cap.
12, pág. 67)
34. A multiplicidade de
fenômenos e as
singularidades
mediúnicas reservam
surpresas de vulto a
qualquer doutrinador que
possua mais raciocínios
na cabeça que
sentimentos no coração.
(...) o vício
intelectual pode desviar
qualquer trabalhador
mais entusiasta que
sincero, e foi o que me
aconteceu. (Monteiro,
cap. 12, pág. 68)
35. A existência
terrestre, por si só, é
uma sessão permanente.
(Monteiro, cap. 12, pág.
69)
36. Como ensinar sem
exemplo, dirigir sem
amor? (...) Meu
raciocínio pedia socorro
divino, mas meu
sentimento agarrava-se a
objetivos inferiores.
(Monteiro, cap. 12, pág.
70)
(Continua no próximo
número.)