112. Podemos obter
conselhos dos Espíritos
sobre assuntos do nosso
interesse particular?
Algumas vezes sim,
segundo o motivo. Mas
depende daqueles aos
quais o interessado se
dirige. Os avisos
concernentes à vida
particular são dados com
mais exatidão pelos
Espíritos familiares,
porque estes se ligam a
uma pessoa e se
interessam pelo que lhe
diz respeito: é o amigo,
o confidente de seus
mais secretos
pensamentos; todavia
freqüentemente os homens
os fatigam com questões
tão absurdas, que eles
se calam. Seria tão
absurdo perguntar coisas
íntimas aos Espíritos
que nos são estranhos,
como nos dirigirmos para
isso ao primeiro
indivíduo que
encontrássemos na rua.
(Item 291, parágrafos 17
e 18)
113. Como nossos
protetores espirituais
se comportam ante as
vicissitudes que devemos
enfrentar?
Os protetores podem
ajudar-nos a suportá-las
com mais resignação e
mesmo mitigá-las por
vezes; mas, no próprio
interesse de nosso
futuro, não lhes é
permitido isentar-nos
delas. É que um bom pai
não concede a seu filho
tudo o que ele deseja.
Os protetores
espirituais em muitas
circunstâncias podem
indicar-nos o melhor
caminho, sem contudo
conduzir-nos pela mão;
aconselham-nos pela
inspiração e nos deixam
assim todo o mérito do
bem, como toda a
responsabilidade pela má
escolha. Se há
infantilidade em
interrogar os Espíritos
para as coisas fúteis,
não o há menos da parte
dos Espíritos que se
ocupam do que se pode
chamar coisas caseiras;
podem ser bons, mas
certamente são ainda
muito terrestres. (Item
291, parágrafo 19)
114. Os Espíritos podem
ensinar-nos tudo o que
desejarmos?
Não; há coisas sobre as
quais os interrogaríamos
em vão, seja porque lhes
é proibido revelá-las,
seja porque eles
próprios as ignoram e
sobre as quais apenas
nos podem dar opiniões
pessoais. (Item 300)
115. Qual o objetivo
essencial e exclusivo do
Espiritismo?
O objetivo essencial,
exclusivo, do
Espiritismo é a melhoria
dos homens, e é para
atingi-lo que se permite
aos Espíritos iniciá-los
na vida futura,
oferecendo-lhes exemplos
que podemos aproveitar.
Quanto mais nos
identificarmos com o
mundo espiritual que nos
espera, menos
teremos pena de deixar
aquele em que estamos no
momento. Em resumo, este
é o objetivo da
revelação espírita.
(Item 292, parágrafo 22)
116. Que é que o
Espiritismo tem de mais
belo e consolador?
São, sem contestação, as
relações entre o mundo
visível e o invisível,
dos homens com os seres
que lhes são caros e que
se pensava estivessem
perdidos para sempre.
São estas relações que
identificam o homem com
seu futuro e o desligam
do mundo material.
Suprimir esse
intercâmbio equivale a
mergulhar outra vez a
criatura humana na
dúvida que faz o seu
tomento e alimenta o seu
egoísmo. (Item 301,
parágrafo 7)
117. Qual é a finalidade
das comunicações dos
Espíritos?
Já sabemos que o
objetivo do Espiritismo
é a melhoria moral da
humanidade. Nesse
propósito é que se
inscrevem as
comunicações dos
Espíritos: estes vêm
instruir e guiar os
homens no caminho do bem
e não no caminho da
honras e da fortuna.
Deus não envia os
Espíritos para lhes
aplainar a estrada
material da vida, mas
para prepará-los para a
vida futura. (Item 303,
parágrafo 1o)
118. Todos os homens são
médiuns?
Sim; todos os homens têm
um Espírito que os
dirige para o bem,
quando o sabem ouvir.
Pouco importa que alguns
se comuniquem
diretamente com ele por
uma mediunidade
particular, os outros o
ouçam apenas pela voz do
coração e da
inteligência. O
importante é que seu
Espírito familiar os
aconselha. Chamem-no
Espírito, razão,
inteligência, é ele
sempre uma voz que
responde à sua alma e
lhes dita boas palavras.
A voz íntima que fala ao
coração do homem é a dos
bons Espíritos, e é sob
este ponto de vista que
todos os homens são
médiuns, embora nem
todos apresentem sua
faculdade de modo
ostensivo. (Cap. XXXI,
dissertação X, de
Channing)
119. Quais as qualidades
essenciais dos médiuns?
O desinteresse, a
modéstia e o
devotamento. Deus lhes
deu esta faculdade a fim
de que ajudem a propagar
a verdade e não para
fazer dela um tráfico,
um instrumento das
paixões mundanas. (Cap.
XXXI, dissertação XIV,
de Delfina de Girardin)
(Continua no próximo
número.)