Aprender para fazer
melhor
Ninguém aprende sem se
submeter ao risco de
errar, pois tudo na vida
requer para melhor
execução uma experiência
anterior, que nem sempre
foi tão bem sucedida,
mas que, de qualquer
forma, nos acrescenta
algo de positivo, no
intuito de encontrar o
melhor resultado; por
essa razão, precisamos
aprender o certo para
retificar o que
erradamente executamos.
Precisamos escolher o
trabalho a elaborar, e
sua execução pede
devotamento, abnegação e
força de vontade do
espírito em
desenvolvimento,
pois não haverá vitória
sem lutas ardentes,
ainda mais na atual fase
por que passa a nossa
sociedade, onde a falta
de oportunidade reclama
preparo e competência do
indivíduo à procura do
sucesso profissional,
social, religioso etc. É
necessário entender que
o trabalho é uma Lei
natural e que todos
estamos submetidos ao
seu mecanismo, que visa
ao nosso crescimento e
desenvolvimento
intelecto-moral,
conforme nos esclarecem
os imortais da Vida
Maior em O Livro dos
Espíritos, nas
questões que se seguem:
Questão no
676 - Por que o
trabalho se impõe ao
homem?
“Por ser uma
conseqüência da sua
natureza corpórea. É
expiação e, ao mesmo
tempo, meio de
aperfeiçoamento da sua
inteligência. Sem o
trabalho, o homem
permaneceria sempre na
infância, quanto à
inteligência. Por isso é
que seu alimento, sua
segurança e seu
bem-estar dependem do
seu trabalho e da sua
atividade. Ao
extremamente fraco de
corpo outorgou Deus a
inteligência, em
compensação. Mas é
sempre um trabalho.”
Questão no
677 - Por que provê a
Natureza, por si mesma,
a todas as necessidades
dos animais?
“Tudo em a Natureza
trabalha. Como tu,
trabalham os animais,
mas o trabalho deles, de
acordo com a
inteligência de que
dispõem, se limita a
cuidarem da própria
conservação. Daí vem que
o do homem visa duplo
fim: a conservação do
corpo e o
desenvolvimento da
faculdade de pensar, o
que também é uma
necessidade e o eleva
acima de si mesmo.
Quando digo que o
trabalho dos animais se
cifra no cuidarem da
própria conservação,
refiro-me ao objetivo
com que trabalham.
Entretanto, provendo às
suas necessidades
materiais, eles se
constituem,
inconscientemente,
executores dos desígnios
do Criador e, assim, o
trabalho que executam
também concorre para a
realização do objetivo
final da Natureza, se
bem quase nunca lhe
descubrais o resultado
imediato.”
Questão no
678 - Em os mundos
mais aperfeiçoados, os
homens se acham
submetidos à mesma
necessidade de
trabalhar?
“A natureza do trabalho
está em relação com a
natureza das
necessidades. Quanto
menos materiais são
estas, menos material é
o trabalho. Mas, não
deduzais daí que o homem
se conserve inativo e
inútil. A ociosidade
seria um suplício, em
vez de ser um
benefício.” (¹)
Ninguém busque encontrar
o sucesso de forma tão
fácil; precisamos estar
dispostos a enfrentar
grandes obstáculos desde
os primeiros passos nos
bancos escolares, até o
grande momento da
coroação dos esforços na
conclusão de um curso
superior que nos
garantirá um diploma
universitário,
conferindo-nos o direito
de exercer esta ou
aquela profissão
escolhida, após a
alegria do juramento que
prestarmos perante a
sociedade.
Semelhante conquista não
representa garantia de
posição de destaque em
nossa profissão, que
exigirá atenção para a
constante atualização
com as novidades que
surgirem em nossa área
de atuação, e muita
dedicação, para só
então, pouco a pouco,
fazer-nos conhecido e
respeitado profissional,
o que exigirá
disciplina, vigilância e
profissionalismo, sem
falar na parte ética e
moral de indivíduo
consciente e respeitador
das Leis e da ordem.
O programa de todo
aquele que deseja
alcançar sucesso na vida
terá obrigatoriamente
que se fundar na
dedicação aos estudos,
na disciplina e na
seriedade com que
desempenhará suas
tarefas, o que
representa
verdadeiramente um
equilibrado aprender,
pois, quem não age dessa
forma estará muito mais
próximo do fracasso, da
decepção e do
descrédito, que o
levarão sem compaixão
alguma de encontro ao
abismo e ao infortúnio.
Precisamos estar atentos
para o fato de que, se
para nós foi tão difícil
alcançar o sonho
almejado, para muitos
não será possível
tamanha ventura por
situações variadas, e
por isso mesmo não
deveremos esquecer do
juramento feito de
honrar a classe
profissional que
escolhemos, trabalhando
acima de tudo com
honestidade e decência.
Mas, se
profissionalmente
resolvermos abusar do
título conquistado para
auferir lucros e
vantagens pessoais,
ferindo e desrespeitando
os semelhantes, é justo
que estaremos assumindo
compromissos para com as
sábias e imutáveis Leis
estabelecidas pelo
Criador, “que dará
a cada um segundo suas
próprias obras”
e cobrará a reparação no
labor inevitável da
expiação, porque só
assim podemos nos
redimir perante elas. (2)
Ninguém poderá se evadir
da responsabilidade dos
atos praticados, e a Lei
de Causa e Efeito, no
seu perfeito mecanismo
de ação, estará
compelindo a criatura ao
salutar sacrifício da
retificação de maneira
geral através do
mecanismo da dor e do
sofrimento, para que
assim possam todos
entender que o
compromisso que temos é
o de amar ao próximo
como a nós mesmos e não
o de tirar proveito de
sua ignorância ou
fragilidade.
Precisamos pautar nossas
ações nas sábias Leis
que trazemos inscritas
em nossa consciência,
que nos pedem ponderação
e equilíbrio, pois a
verdadeira educação
exige renúncia e
aprimoramento e nos roga
serviço na busca da paz,
que jamais se encontrará
na ociosidade.
Todas as grandes
conquistas dos que se
tornaram vitoriosos
foram alcançadas
mediante grandes
realizações que para se
efetivarem clamaram por
grandes lutas; em vista
disso, é de fundamental
importância saibamos
buscar nosso progresso
individual, de forma a
contribuir com nossa
parte na disseminação do
bem, para que, quando
formos encontrados pela
Lei, possamos estar na
condição de operários
fiéis ao salário da
Eterna Luz, e dignos de
haurir a paz da
consciência tranqüila
que só o dever bem
cumprido pode nos
proporcionar.
Notas:
1. Kardec, Allan, O
Livros dos Espíritos –
FEB, 76ª edição.
2. Mateus, 16:27.