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Editorial
Ano 1 - N° 16 - 1º de Agosto de 2007
 

A pena de morte numa
perspectiva cristã

 Uma questão eminentemente técnica fez com que a pena de morte voltasse, meses atrás, à discussão nos Estados Unidos, ocasião em que muitos juízes daquele país se manifestaram criticando a facilidade com que se aplica ali a pena capital.

Os erros judiciais são o principal argumento utilizado pelas pessoas que são contrárias à pena de morte. E razões de sobra existem para isso, visto que nos últimos vinte anos 111 condenados que aguardavam sua execução no corredor da morte foram libertados ao terem sua inocência comprovada.

A questão que se impõe então é muito simples: Como reparar uma injustiça se o inocente tiver sido executado?

A pena de morte constitui, no entanto, algo raro no mundo em que vivemos. Falamos evidentemente dos países democráticos, onde foi ela abolida em quase todos, com exceção, salvo engano, de apenas quatro: o Japão, a Coréia do Sul, a Índia e os Estados Unidos.

A abolição da sentença capital é, aliás, uma exigência da União Européia para aceitar novos membros e, segundo a Anistia Internacional, um número cada vez maior de países situados no chamado Terceiro Mundo vem abrindo mão desse tipo de pena, à razão de três países por ano, fato que está a indicar que em breve a pena de morte será apenas um registro histórico nas obras que tratam do direito penal.

Entre aqueles que se destacam pela aplicação exagerada da pena de morte, despontam a China, o Irã e a Arábia Saudita.

Na China, onde 1.060 pessoas foram executadas em 2002 – número que abrange quase 70% de todas as execuções feitas no mundo -, há casos de prisioneiros condenados à morte por adultério ou por passar cheque sem fundo. O Irã - com 113 execuções em 2002 - e os Estados Unidos - 71 casos no mesmo ano - vêm em seguida nesse lamentável ranking.

A Doutrina Espírita trata do tema desde 1857, quando foi publicada sua principal obra, “O Livro dos Espíritos”, na qual, como podemos ver nas questões 760 a 765, além de lamentar a pena de morte e afirmar que sua supressão marcará um progresso na história da humanidade, adverte-nos que existem outros meios de se preservar a sociedade da convivência com os criminosos e que, à luz do Cristianismo, é preciso abrir a eles a porta do arrependimento e não fechá-la.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita