120. Quais as variedades
comuns a todos os
gêneros de mediunidade?
São os médiuns
sensitivos, os médiuns
naturais ou
inconscientes e os
médiuns facultativos ou
voluntários.
Os médiuns sensitivos
são pessoas susceptíveis
de sentir a presença dos
Espíritos por uma
impressão geral ou
local, vaga ou material.
A maior parte distingue
os Espíritos bons ou
maus, segundo a natureza
da impressão.
Os médiuns naturais ou
inconscientes são os que
produzem os fenômenos
espontaneamente, sem
nenhuma participação de
sua vontade e o mais das
vezes sem o saberem.
Os médiuns facultativos
ou voluntários são os
que têm o poder de
provocar os fenômenos
por ato de sua vontade;
todavia, nada poderão se
os Espíritos a isto se
recusarem, o que prova a
intervenção de uma
potência estranha. (Item
188)
121. Como se classificam
os médiuns de efeitos
físicos?
Especialmente aptos a
produzir fenômenos
materiais, tais como os
movimentos dos corpos
inertes, os barulhos
etc., os médiuns de
efeitos físicos
dividem-se em médiuns
facultativos e médiuns
involuntários. Os
facultativos têm
consciência de seu poder
e agem por sua própria
vontade. Os
involuntários não têm
consciência de seu poder
e recebem a influência
dos Espíritos sem que o
saibam ou queiram.
(Itens 160 e 161)
122. Que são médiuns
auditivos?
Eles ouvem a voz dos
Espíritos e podem assim
entrar em conversação
com eles. Algumas vezes
o que ouvem é uma voz
íntima que se faz ouvir
na consciência; de
outras vezes é uma voz
exterior, clara e
distinta como a de uma
pessoa encarnada. Tal
faculdade é muito
agradável quando o
médium ouve somente bons
Espíritos ou apenas os
que ele chama; mas o
mesmo não acontece
quando um mau Espírito
se encarniça ao pé dele
e lhe faz ouvir a cada
minuto as mais
desagradáveis coisas.
(Item 165)
123. Que são médiuns
falantes?
Nesta variedade de
médiuns, também chamados
médiuns psicofônicos, o
Espírito atua sobre os
órgãos da palavra. O
médium falante se
exprime geralmente sem
ter consciência do que
diz, e com freqüência
diz coisas completamente
fora de suas idéias
habituais, de seus
conhecimentos e mesmo da
alçada de sua
inteligência. Conquanto
esteja perfeitamente
desperto e no estado
normal, raramente
conserva a lembrança do
que disse. A passividade
do médium falante ou
psicofônico não é sempre
tão completa; deles há
os que têm a intuição do
que dizem no mesmo
instante em que
pronunciam as palavras;
outros fazem as vezes de
uma espécie de
intérprete, ou seja,
recebem o pensamento do
Espírito comunicante e o
expressam com suas
próprias palavras. (Item
166)
124. Que são médiuns
sonâmbulos?
O sonambulismo pode ser
considerado uma
variedade da faculdade
mediúnica, ou melhor
dizendo, são duas ordens
de fenômenos que se
encontram freqüentemente
reunidas. O sonâmbulo
age sob a influência de
seu próprio Espírito: é
sua alma que, no momento
de emancipação, vê, ouve
e percebe fora dos
limites dos sentidos; é,
portanto, um fenômeno
anímico. O médium, ao
contrário, é o
instrumento de uma
inteligência estranha; é
instrumento passivo, e o
que ele diz não provém
dele. Mas o Espírito que
se comunica por um
médium comum pode muito
bem fazê-lo por um
sonâmbulo. O estado de
emancipação da alma,
durante o sonambulismo,
torna essa comunicação
mais fácil, e aí então
podemos considerá-lo um
médium sonâmbulo ou um
sonâmbulo-médium. (Itens
172 a 174)
125. Os médiuns videntes
podem ver os Espíritos
regularmente?
Depende; há os que gozam
da faculdade de vidência
no estado normal, quando
estão perfeitamente
acordados, e dela
conservam uma lembrança
exata; outros não a têm
senão em estado
sonambúlico, ou vizinho
do sonambulismo. Esta
faculdade raramente é
permanente; quase sempre
é o efeito de uma crise
momentânea e passageira.
Pode-se incluir na
categoria de médiuns
videntes todas as
pessoas dotadas da
segunda vista. Entre os
médiuns videntes há os
que vêem apenas os
Espíritos que evocamos e
dos quais eles podem
fazer a descrição com
minuciosa exatidão.
Descrevem seus gestos, a
expressão de sua
fisionomia, os traços do
rosto, a roupa e até os
sentimentos de que
parecem animados. Há
outros nos quais a
faculdade é ainda mais
geral; eles vêem toda a
população espiritual
ambiente ir e vir.
(Itens 167 a 169)
126. A mediunidade pode
ser explorada com fins
especulativos?
Não; a mediunidade é uma
faculdade concedida para
o bem e os bons
Espíritos se afastam de
quem quer que pretenda
fazer dela um degrau
para alcançar o que não
corresponda aos
desígnios da
Providência. (Itens 305
e 306)
127. Qual é a melhor
garantia contra o
charlatanismo?
A faculdade mediúnica,
mesmo circunscrita aos
limites das
manifestações físicas,
não foi concedida para
expor-se nos teatros, e
quem quer que pretenda
ter sob suas ordens
Espíritos para exibi-los
em público, pode
perfeitamente ser
suspeito de
charlatanismo ou de
prestidigitação mais ou
menos hábil. À vista
disso, concluímos que o
desinteresse absoluto é
a melhor garantia contra
o charlatanismo. Se esse
desprendimento não
assegura sempre a boa
qualidade das
comunicações
inteligentes, priva pelo
menos os maus Espíritos
de um poderoso meio de
ação e fecha a boca de
certos detratores. (Item
308)
(Continua no próximo
número.)