Em resposta ao e-mail do leitor Eduardo, que pede palavras de conforto para a esposa por ela não ter aceitado a desencarnação do filho em acidente de automóvel, devo dizer inicialmente que a dor da perda é muito grande. É o mesmo que sentir uma profunda punhalada no coração. Essa experiência foi por mim vivida ao sepultar os corpos de meus três filhos e do meu neto, todos desencarnados em conseqüência de tumores cancerígenos.

De fato, só o tempo consegue amenizar a dor dessas grandes perdas e, sobretudo, a fé na Bondade de Deus, que nunca nos desampara em momento nenhum. Gostaria de sugerir à sua esposa o que sempre faço quando a saudade aperta meu coração ao lembrar-me deles: transformo a saudade em oração. Quando rogo a Jesus que os ampare onde estiverem, sinto um alívio dentro de mim, pela certeza de que eles estão recebendo meus pensamentos de amor, impulsionados pela convicção de que continuam bem vivos no mundo espiritual.

Embora na morte só exista a separação física, pois a alma, sendo imortal, não morre nunca, ainda assim a sua aceitação é muito difícil. Por isso mesmo, peço a Deus o amparo para você, Eduardo, e sua esposa, como também para todos os pais que perderam seus filhos em circunstâncias dolorosas, oferecendo a seguinte prece para suportarem a dor que sentem, e ainda, aliviarem o peso da cruz que carregam em suas almas despedaçadas:

“Jesus, alivia o meu coração que sofre muito. Dá-me força, Divino Mestre, para suportar a separação do meu querido filho que agora vive na espiritualidade, aceitando sem revolta, mas com muita resignação, o cumprimento da vontade do Pai Celestial.

Lembrando Teu amoroso convite: ‘Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei’, eis-me aqui, Senhor, diante da Tua Infinita Bondade, para receber o refrigério de Tua consolação pelo entendimento dos desígnios de Deus.

Amigo dos Sofredores, neste momento de tanta angústia por que passo, faz nascer à luz bendita da esperança na minha alma, porque creio na Tua infinita bondade a sustentar todos nós, os sofredores deste mundo, sob a inspiração do Eterno Criador!”.