Há uma leitora na cidade
de Apucarana (PR) que lê
esta coluna
regularmente, mas o faz
com o propósito sincero
de se corrigir e de
aprimorar seus
conhecimentos a respeito
da língua que falamos.
Seria bom que todos
agissem assim,
especialmente os que se
valem da tribuna –
oradores, palestrantes,
expositores e dirigentes
de reunião –, cujos
erros de natureza
gramatical costumam às
vezes empanar o brilho
de suas explanações. A
maioria das pessoas, no
entanto, não dá ao
assunto maior
importância, como
pudemos ver na Semana
Espírita há pouco
realizada.
“Palestrista”, em vez de
palestrante. “Posto
que”, no lugar de
visto que, de
porque. “Fluído”,
assim mesmo: flu-í-do,
em vez de fluido (flui-do).
Essas foram algumas das
barbaridades cometidas
por pessoas que ocuparam
a tribuna do “Nosso Lar”
no mês recém-findo, o
que comprova claramente
o que acima dissemos.
Com respeito à locução
“posto que”, vejamos a
lição de Napoleão Mendes
de Almeida:
‘Posto que – É
locução conjuntiva, de
sentido concessivo, e
não causal; significa
ainda que, bem
que, embora,
apesar de: “Um
simples cavaleiro, posto
que ilustre” – “E, posto
que a luta fosse longa e
encarniçada, venceram”.´
(Dicionário de
Questões Vernáculas, p.
242.)
Uma característica dessa
locução conjuntiva e de
algumas conjunções
concessivas é levar o
verbo para o subjuntivo.
Veja os exemplos: Embora
estude bastante,
dificilmente ele
conseguirá passar.
Conquanto lute muito,
sua vitória é difícil.
Posto que ganhe na
loteria, não será fácil
pagar todas as dívidas.