128. Muitos espíritas
têm a caridade apenas
nos lábios. Que dizem os
Espíritos a esse
respeito?
O Cristo renega de seus
discípulos quem quer que
tenha a caridade somente
nos lábios. Não é
suficiente crer; é
preciso sobretudo dar
exemplo de bondade, de
benevolência e de
desinteresse, sem o que
a fé lhes será estéril.
(Cap. XXXI, item I)
129. Qual deve ser a
posição do médium ante a
crítica?
Um dos grandes escolhos
da mediunidade é, como
sabemos, a obsessão e a
fascinação. Os médiuns
podem então iludir-se de
boa-fé sobre o mérito
das comunicações que
obtêm, e os Espíritos
mentirosos têm ampla
liberdade quando lidam
apenas com cegos. Por
isso, procuram afastar o
médium de todo controle,
fazendo-o tomar aversão
por quem poderia
esclarecê-lo. Depois,
com a ajuda da
fascinação e do
isolamento, conseguirão
que ele aceite tudo o
que quiserem.
Esse fato não é somente
um escolho, mas um
perigo; aliás, um
verdadeiro perigo. O
único meio de evitá-lo é
o controle de pessoas
desinteressadas e
benevolentes que,
julgando as comunicações
com sangue frio e
imparcialidade, podem
abrir-lhe os olhos e
fazê-lo perceber o que
ele não pode ver por si
mesmo. Ora, todo médium
que teme esse julgamento
já está no caminho da
obsessão; aquele que crê
que a luz se faz somente
para ele está
completamente sob o
jugo; se ele se melindra
com a crítica, se a
repele, se se irrita com
ela, não pode haver
dúvida sobre a má
natureza do Espírito que
o assiste. É por isso
que, na falta de suas
próprias luzes, o médium
deve modestamente
recorrer à dos outros,
segundo estes dois
provérbios bem
conhecidos: "quatro
olhos enxergam melhor do
que dois" e "nunca
se é bom juiz em causa
própria". O médium
bem orientado deve
aceitar com
reconhecimento e mesmo
solicitar o exame
crítico das comunicações
que recebe, porque aí
está a melhor garantia
contra o envolvimento
com Espíritos
enganadores e o perigo
da fascinação. (Item
329)
130. Qual o conselho que
Kardec indica nos casos
de antagonismo entre os
grupos espíritas?
O ciúme entre os
diferentes grupos
espíritas é uma
demonstração de
mesquinha rivalidade, de
amor-próprio. Os adeptos
imbuídos de um
verdadeiro desejo de
propagar a verdade, cujo
fim é unicamente moral,
devem ver com prazer
multiplicarem-se as
reuniões e, se existe
concorrência entre elas,
esta deve ser a de mais
fazerem o bem. Aqueles
que pretendam estar de
posse da verdade, com
exclusão dos outros
grupos, deveriam
prová-lo tomando por
divisa o "Amor e a
Caridade", porque tal é
a bandeira de todo
espírita verdadeiro.
Há grupos que alardeiam
a superioridade dos
Espíritos que os
assistem? Que o
provem pela
superioridade dos
ensinamentos que recebem
e pela aplicação que
deles fazem a si mesmos;
eis aí um critério
infalível para
distinguir os que estão
no melhor caminho. Todos
os grupos e as reuniões
espíritas devem,
portanto, concorrer ao
fim comum, que é a
procura e a propagação
da verdade, ainda que
por meios diferentes;
seus antagonismos,
fornecendo armas aos
adversários, poderão
tão-somente prejudicar a
causa que eles dizem
defender. (Itens 348 e
349)o
foi concedida para
expor-se nos teatros, e
quem quer que pretenda
ter sob suas ordens Esp
131. Pode-se evocar o
Espírito de uma criança
morta em tenra idade?
Sim, mas é preciso
entender que o Espírito,
nesse caso, ainda se
acha envolto nas faixas
da matéria e conserva,
em sua linguagem, traços
do caráter infantil. Uma
vez desprendido da
matéria, ele goza de
suas faculdades de
Espírito, porquanto os
Espíritos não têm idade.
(Item 282, pergunta 35)
132. Como o pensamento
se transporta até os
Espíritos?
O veículo do pensamento
é o fluido universal,
que se encontra
espalhado por todo o
Universo. Os Espíritos
podem ler os nossos
pensamentos e, de certo
modo, eles também o
ouvem como na Terra
ouviam a nossa voz.
(Item 282, pergunta 5)
133. Podemos evocar a
alma de um animal?
No mundo dos Espíritos
não há Espíritos de
animais em estado
errante, visto que,
depois da morte do
animal, o princípio
inteligente que nele
havia é logo utilizado
para animar novos seres,
em que continua ele a
obra de sua elaboração.
Sua evocação é, à vista
disso, impossível. (Item
283) (N.R.: Como
regra geral, a
informação de que não há
Espíritos de animais em
estado errante é
verdadeira, mas existem
exceções, como Irvênia
Prada mostra em seu
livro
A Questão Espiritual dos
Animais,
publicado pela FE -
Folha Espírita.)
134. É possível evocar
uma pessoa ainda
encarnada?
Sim, mas é necessário
que o estado do corpo
permita que no momento
da evocação o Espírito
se desprenda. O Espírito
de um vivo também pode,
em seus momentos de
liberdade, se apresentar
sem ser evocado; isto
depende da simpatia que
tenha pelas pessoas com
quem se comunica. (Item
284)
135. Pode-se fazer
perguntas aos Espíritos
acerca do futuro?
Há grande erro em
procurar desvendar o
futuro com a ajuda dos
Espíritos, porquanto a
manifestação destes não
é um meio de
adivinhação. Se o homem
conhecesse o futuro,
descuidar-se-ia do
presente; aí está a
causa pela qual o futuro
nos é desconhecido. Se o
homem faz questão
absoluta de sabê-lo, é
certo que obterá tal
resposta de um Espírito
doidivanas, que se
diverte em fazer
previsões. (Item 289)
(Continua no próximo
número.)