Washington Luiz
Nogueira
Fernandes:
"O aspecto
religioso do
Espiritismo é o
de maior
importância para
um mundo
de expiações e
provas"
Objetivo em suas
respostas, o
confrade
Washington Luiz
Nogueira
Fernandes
(foto), que
conheceu o
Espiritismo
ainda na
juventude, é o
nosso
entrevistado da
semana. No meio
espírita, além
de ter passado
pela diretoria
de mais de um
centro espírita
e colaborar
maciçamente com
a divulgação da
Doutrina
Espírita,
Washington
Fernandes dedica
atualmente seu
tempo à pesquisa
e à produção
editorial.
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Nascido na
capital de São
Paulo, ele teve
seu primeiro
contato com a
doutrina
espírita ao ler
O Livro dos
Espíritos,
que adquiriu em
um sebo. Desde a
adolescência ele
trazia consigo
um “desejo muito
grande de
entregar a vida
a Deus”.
“Cheguei a fazer
o curso de
Teologia, pois
tinha idéia de
ingressar no
Seminário e ser
jesuíta; porém,
ao ler O
Livro dos
Espíritos,
ocorreu uma
revolução nas
idéias, tudo
parecia muito
familiar, e dois
meses depois já
estava fazendo
palestra
espírita”, conta
ele.
A seguir, a
entrevista que
concedeu à nossa
revista.
O Consolador:
Onde você reside
atualmente?
Washington
Fernandes:
Resido na mesma
cidade em que
nasci: São
Paulo.
O Consolador:
Qual a sua
formação?
– Superior
completo.
O Consolador:
Que cargos e
funções você já
exerceu no
movimento
espírita?
– Diretor do
Centro Espírita
João Silva (1987
a 1995); diretor
do Centro
Espírita Ismael
(1989 a 1995);
presidência da
Associação das
Editoras,
Distribuidores e
Divulgadores do
Livro Espírita
(1997);
presidente
eleito na gestão
1998–2000 e
presidente
reeleito 2000,
março de 2001.
O Consolador:
Que cargo você
exerce no
momento?
– Nenhum. Minha
dedicação, no
meio espírita, é
dirigida
exclusivamente à
pesquisa e à
produção
editorial.
O Consolador:
Quando você teve
contato com o
Espiritismo?
– Em janeiro de
1987, ao ler "O
Livro dos
Espíritos",
adquirido em um
sebo da capital
de São Paulo.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família ante sua
adesão à
Doutrina
Espírita?
–
Ótima. Alguns
familiares
também se
tornaram
espíritas.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo,
científico,
filosófico e
religioso, qual
é o que mais o
atrai?
–
Compreendemos a
importância dos
três aspectos,
reconhecendo ser
o religioso
(ético) o de
maior
importância para
um mundo de
expiações e
provas.
O Consolador:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
–
Joanna de
Ângelis, Vianna
de Carvalho,
Victor Hugo,
Amélia
Rodrigues,
Humberto de
Campos,
Emmanuel, André
Luiz, dentre
muitos outros.
O Consolador:
Que livros
espíritas que
você considera
de leitura
indispensável
aos confrades
iniciantes?
–
Primeiramente,
sem dúvida, as
obras da
Codificação e a
coleção da
Revista
Espírita, que se
constituem na
base da Doutrina
Espírita.
O Consolador:
Se você fosse
passar alguns
anos num lugar
remoto, com
acesso restrito
às atividades e
trabalhos
espíritas, que
livros
pertinentes à
Doutrina
Espírita
levaria?
–
Os livros da
Codificação
Espírita.
O Consolador:
As divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para
você, o
Espiritismo é
uma religião?
–
O Espiritismo
seria uma
Religião, no
sentido amplo da
palavra,
entendido como
“religare” a
Deus; não no
sentido formal,
de dogmas,
rituais e
hierarquia.
O Consolador:
Outro tema que
suscita
geralmente
debates
acalorados diz
respeito à obra
publicada na
França por J. B.
Roustaing. Qual
é sua apreciação
dessa obra?
–
Pelo contato que
tive com a obra
de Roustaing,
nossa opinião é
absolutamente a
mesma do
Codificador,
exarada na
Revista Espírita
de junho de
1866, que nos
parece tão
completa que não
há nada a
acrescentar.
O Consolador:
O terceiro
assunto em que a
prática espírita
às vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. Embora
saibamos que em
quase todo o
país a opção
seja tão-somente
pela imposição
das mãos tal
como recomenda
J. Herculano
Pires, qual é
sua opinião a
respeito?
–
Sem desmerecer a
obra de Edgard
Armond e outras
sobre passes,
temos opinião de
que o mais
determinante na
aplicação da
energia
biofluídica é o
pensamento e
sentimento do
aplicador, que
será secundado
pelos Bons
Espíritos,
conforme o
merecimento do
assistido.
O Consolador:
Como você vê a
discussão em
torno do aborto?
No seu modo de
ver as coisas,
os espíritas
deveriam ser
mais ousados na
defesa da vida
como tem feito a
Igreja?
–
Acreditamos que
os espíritas
devem ser
ousados,
ocupando os
espaços que lhe
estejam ao
alcance para
divulgar a
Doutrina, não só
neste como em
qualquer outro
tema.
O Consolador:
A eutanásia,
como sabemos, é
uma prática que
não tem o apoio
da Doutrina
Espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Surgiu, no
entanto,
ultimamente a
idéia da
ortotanásia,
defendida até
mesmo por
médicos
espíritas. Qual
a sua opinião a
respeito?
–
Ainda não
formamos opinião
a respeito.
O Consolador:
O movimento
espírita em
nosso país lhe
agrada ou falta
algo nele que
favoreça uma
melhor
divulgação da
Doutrina?
–
Compreendemos
que o que é
preciso é haver
mais ousadia.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
em todo o país e
como nós,
espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
–
Entendemos que o
nível de
criminalidade e
violência só
parecem
estar
aumentando;
acreditamos que
o que está
aumentando é a
divulgação
deles; cremos,
sim, que o Bem é
que está
aumentando, mas
ocorre que ele
não dá notícia e
ibope.
O Consolador:
A preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
provas e
expiações,
passando
plenamente à
condição de um
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra “amor”
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
–
Acreditamos como
têm referido os
Espíritos: isto
ocorrerá no 3º
Milênio, isto é,
daqui a mais mil
anos, quando
começará o 4º
milênio do
planeta.
O Consolador:
Em face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
Brasil e no
mundo?
–
Evangelização. |