Flávia me pergunta que
devemos pensar do aborto
em casos de anencefalia.
Exceto no caso do
abortamento praticado
para salvar a vida da
gestante, a Doutrina
Espírita considera o
aborto um crime contra a
vida, severamente punido
pelas Leis de Deus.
Um equívoco no tocante à
anencefalia é imaginar
que a criança vá nascer
e morrer em seguida. Há
casos em que o
indivíduo, embora sem o
cérebro inteiramente
formado, vive por vários
anos, o que implica
dizer que ninguém sabe
exatamente – inclusive
os médicos – o que vai
acontecer depois do
parto. O que não oferece
dúvida é o fato de que,
durante a gestação,
existe no ventre da
gestante um ser vivo,
individual, com
características
próprias, e não um
simples apêndice do
corpo da gestante.
Joanna de Ângelis
explica em seu livro
Alerta, psicografado
pelo médium Divaldo
Franco, que na maioria
dos casos de aborto a
expulsão do corpo em
formação de forma
nenhuma interrompe as
ligações
Espírito-a-Espírito
entre a gestante e o
filho rejeitado. Por
isso, sem compreender a
ocorrência, ou
percebendo-a em
desespero, o ser
espiritual expulso
agarra-se às matrizes
orgânicas e termina por
lesar a aparelhagem
genital, dando gênese a
doenças de etiologia
complicada, tanto quanto
a variadas formas de
obsessão.
Alegam as pessoas
favoráveis ao aborto
que, ainda que viva
alguns anos, a criança
terá apenas vida
vegetativa. Ora, muitos
adultos vitimados por
acidentes
automobilísticos e mesmo
por derrames, passam
também a ter somente
vida vegetativa. Iremos
então matá-los?
Percebe-se, à vista
disso, que a admissão do
aborto em casos assim é
um passo largo em
direção à legalização da
eutanásia, como já se
deu, por exemplo, na
Holanda. Os médicos não
poderiam, em sã
consciência, aliar-se a
condutas desse nível,
porque sua missão é
salvar os doentes, não
exterminá-los.