F. ALTAMIR DA CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio Grande do
Norte (Brasil)
Algumas considerações sobre o suicídio
Em O
Livro
dos Espíritos, na questão 943, assim interrogou Allan Kardec aos Espíritos:
“De onde
vem o desgosto pela vida que se apodera de
alguns indivíduos sem motivos plausíveis?
- Efeito da ociosidade, da falta de fé e
geralmente da saciedade. Para aqueles que
exercem as suas faculdades com um fim útil e
segundo as suas aptidões naturais, o
trabalho nada tem de árido e a vida se escoa
mais rapidamente; suportam as suas
vicissitudes com tanto mais paciência e
resignação quanto mais agem tendo em vista a
felicidade mais sólida e mais durável que os
espera.”
Façamos uma
rápida análise sobre estes três fatores em
destaque para compreendermos os seus efeitos
negativos:
Ociosidade – Disse muito bem
o Mestre Jesus: “O Pai até hoje trabalha, e
eu também trabalharei”, numa clara alusão ao
trabalho, como necessidade que não se pode
desprezar.
Todo ocioso
é negligente e invigilante. Como
conseqüência da sua invigilância, torna-se
cultor de pensamentos negativos, que
funcionam como verdadeiros plugs, através
dos quais espíritos oportunistas agem,
desencadeando muitas obsessões e tragédias,
entre elas, os suicídios.
Falta de fé – Estudos
realizados comprovaram a importância da fé,
como combustível que mantém acesa a chama da
esperança, indispensável na superação de
conflitos e provações da vida. Não foi em
vão que Jesus afirmou: “Pois em verdade vos
digo: se tivésseis a fé do tamanho de um
grão de mostarda, diríeis a esta montanha:
Transporta-te daí para ali e ela se
transportaria, e nada vos seria
impossível”. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a
20.)
Quem não
tem fé, não tem esperança, não acredita na
vitória, e desiste de lutar. Alguém já
disse: “o homem não morre apenas quando
deixa de viver, mas também quando perde a
esperança”.
Saciedade – Todo processo
evolutivo do Espírito realiza-se sob a
preocupação constante em atingir objetivos,
tanto no aspecto material quanto no
espiritual. Quando valorizamos, apenas, as
conquistas materiais, ao conseguirmos tal
intento, sentimo-nos saciados. Sem mais
objetivos, a vida, então, apresenta-se
monótona e insuportável. Isto explica muito
bem por que em países onde predomina a
tranqüilidade econômico-financeira e cujos
habitantes não têm objetivos mais nobres
(conquistas espirituais, por exemplo) as
taxas de suicídio são tão altas.
Portanto, a
fé, o trabalho e a luta incessante na
conquista de objetivos dignos tornam a mente
inacessível às idéias suicidas.