Os
Mensageiros
André Luiz
(7ª Parte)
Continuamos a apresentar
o texto condensado da
obra
Os Mensageiros,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual dá
seqüência à série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Que diferença existe,
na vida espiritual,
entre os que dormem, os
que estão loucos e os
que sofrem?
R.: Foi Aniceto quem
explicou a André Luiz a
diferença existente, na
vida espiritual, entre
os que dormem, os que
estão loucos e os que
sofrem. Em "Nosso Lar"
não havia nenhum
Espírito situado no
primeiro caso, que é o
mais grave. Ele mostrou
então que os que gemem e
sofrem, em qualquer
parte, estão melhorando.
"Toda lágrima sincera é
bendito sintoma de
renovação", disse o
instrutor. (Os
Mensageiros, cap. 27,
pp. 144 a 148.)
B. Onde vivia Bacelar e
como ele chegou ao
Posto?
R.: Bacelar vivia na
colônia "Campo da Paz" e
chegou ao Posto em um
belo carro, tirado por
dois soberbos cavalos
brancos. (Obra
citada, cap. 28, págs.
149 a 153.)
C. Onde fica e quando
surgiu a colônia Campo
da Paz?
R.: "Campo da Paz"
localiza-se numa região
inferior próxima da
Crosta terrestre, e foi
fundada há mais de dois
séculos por benfeitores
espirituais que
pretendiam criar um
instituto de socorro
imediato aos que são
surpreendidos com a
morte física, em estado
de ignorância ou de
culpas dolorosas.
(Obra citada, cap. 29,
pp. 154 a 158.)
D. Quantos reencarnações
Campo da Paz prepara por
dia?
R.: Em média, 15 a 20
reencarnações diárias.
(Obra citada, cap.
30, págs. 162 e 163.)
Texto para leitura
39. Cooperador com
saudade do lar -
Alonso, um velhinho de
humilde expressão, pede
notícias a Alfredo sobre
seus familiares. Ele
responde dizendo que sua
viúva continua
acabrunhada e os filhos,
ansiosos, por motivo da
ausência paterna.
Revelando a saudade que
sente da família, Alonso
deseja permissão para
visitá-los. Alfredo não
nega, mas mostra a
inconveniência do
pedido, relatando uma
experiência ocorrida com
dois trabalhadores
daquele Posto, que foram
rever as viúvas e
abraçar os filhinhos, e
nunca mais voltaram,
tanto que se envolveram
nos pesados fluidos do
clima doméstico. Estavam
lá como pássaros
aprisionados pelo visgo
das tentações. Alfredo
temia que acontecesse
com ele a mesma coisa e
Alonso desistiu do
pedido. (Cap. 26, págs.
140 a 143)
40. O caso Paulo
- Ele parecia um louco
fundamente irritado, em
seu quarto. Quando André
abriu a porta, Paulo
fixou nele seu olhar
inexpressivo e gritou
estentoricamente.
Aniceto adiantou-se e
cumprimentou-o,
atencioso: - "Como vai,
Paulo?" O enfermo
aquietou-se. Aniceto
aproveitou o ensejo para
mostrar a diferença
existente, na vida
espiritual, entre os que
dormem, os que estão
loucos e os que sofrem.
Em "Nosso Lar" não há
nenhum Espírito situado
no primeiro caso, que é
o mais grave. Ele
mostrou então que os que
gemem e sofrem, em
qualquer parte, estão
melhorando. "Toda
lágrima sincera é
bendito sintoma de
renovação", disse o
instrutor. Paulo é,
naquele momento, um
doente a caminho de
melhora positiva. Embora
não possua consciência
exata de sua situação,
já chora, já padece com
as recordações de seu
passado triste. Foi ele
o autor da calúnia que
destruiu o lar de
Ismália e Alfredo, mas
seus crimes não se
resumiram a isso. Ele
envenenou o Espírito
doutras senhoras, traiu
outros amigos e destruiu
a alegria e a paz de
outros santuários
domésticos. E as imagens
de seus crimes povoam a
sua mente, em pesadelos
constantes. Foi o
próprio Alfredo que o
trouxe para o Posto,
quando Paulo se
encontrava em região
abismal. Alfredo o trata
como irmão e Ismália
intercedeu por ele,
tendo já preparado sua
volta à Terra, na
condição de filho de uma
de suas vítimas na
última existência
terrestre. (Cap. 27,
págs. 144 a 148)
41. Visitas
- Amigos da colônia
"Campo da Paz" chegam à
casa de Ismália e
Alfredo. É o casal
Bacelar e duas jovens,
que foram transportados
até o Posto em um belo
carro, tirado por dois
soberbos cavalos
brancos. O veículo era
quase idêntico aos
velhos carros do serviço
público do tempo de Luís
XV. Do Posto até a
colônia a distância era
aproximadamente de três
léguas. Bacelar tinha a
seu cargo a chefia de
turmas de assistência a
criaturas em lutas na
Terra, que nem sempre,
por viverem sob véus de
profunda ignorância,
desejam tal assistência.
Além disso, enfrenta
também o "desculpismo"
dos encarnados que
prometem trabalhar,
quando estão na
erraticidade, mas não
assumem suas obrigações,
quando estão na Crosta.
(Cap. 28, págs. 149 a
153)
42. "Campo da Paz"
- Com o casal Bacelar
também vieram em visita
ao Posto de Socorro
Cecília, filha do casal,
e Aldonina, sobrinha.
Cecília sonha com uma
visita a "Nosso Lar",
mas, para consegui-lo, é
preciso atender a
algumas obrigações
importantes. A colônia
"Nosso Lar" é muito
avançada,
comparativamente com
"Campo da Paz". Seus
Ministérios são
verdadeiras
universidades de
preparação espiritual;
daí a vontade imensa que
a jovem tem de
conhecê-la. "Campo da
Paz", localizada em
plena região inferior,
foi fundada há mais de
dois séculos por
benfeitores espirituais
que pretendiam criar um
instituto de socorro
imediato aos que são
surpreendidos na Crosta
com a morte física, em
estado de ignorância ou
de culpas dolorosas. Mas
nem os Espíritos
evolvidos estimam
trabalhar lá. O trabalho
é meritório, mas as
aquisições são lentas.
Bacelar ali se encontra
há mais de cinqüenta
anos, depois de ter sido
socorrido na própria
colônia. Sua esposa
reuniu-se a ele mais
tarde e, vinte anos
atrás, Cecília e
Aldonina foram atraídas
à colônia, para ali dar
continuidade ao lar
terrestre. No momento,
Cecília aguardava a
chegada de alguém que
ainda se encontrava
encarnado na Terra.
(Cap. 29, págs. 154 a
158)
43. Casamento em
"Campo da Paz" -
As jovens relatam o caso
de Isaura, que se casou
em "Campo da Paz", havia
três anos, e foi residir
em "Nosso Lar", em
companhia do esposo,
funcionário dos Serviços
de Investigação do
Ministério do
Esclarecimento. Ele
morara em "Campo da
Paz", mas foi convocado
a serviços em "Nosso
Lar", razão de ter
levado consigo a noiva.
Antônio, o noivo,
poderia levá-la sem
qualquer formalidade, já
que se encontrava em
posição evolutiva
superior à dela. Um dos
chefes de serviço na
colônia aconselhou,
porém, que Isaura se
preparasse por seis anos
consecutivos em "Campo
da Paz", antes da
partida definitiva,
esclarecendo que, num
casamento de almas, é
indispensável apurar o
enxoval dos sentimentos.
Isaura aceitou a
sugestão e trabalhou
durante todo esse tempo
em "Campo da Paz",
adquirindo valores
culturais e aprimorando
o campo do pensamento.
(Cap. 30, págs. 159 a
161)
44. Centro de
enfermagem - Há
em "Campo da Paz"
instituições de
entretenimento parecidas
com "Nosso Lar", mas,
estando muito próxima à
Crosta, as tempestades
que a atingem obrigam
seus moradores a
serviços constantes. Lá
não existem Ministérios
da União Divina e da
Elevação. A colônia mais
se assemelha a um
avançado centro de
enfermagem, rodeado de
perigos, porque os
ignorantes e infelizes a
cercam por todos os
lados. De dez em dez
quilômetros, nas zonas
vizinhas à colônia, há
Postos de Socorro que
funcionam como
Instituições de
assistência fraternal e
sentinelas ativas, ao
mesmo tempo. (Cap. 30,
págs. 161 e 162)
45. Assistência à
infância -
Cecília e Aldonina
desenvolvem ali tarefas
de assistência junto dos
recém-encarnados. "Campo
da Paz" prepara, em
média, 15 a 20
reencarnações diárias e
torna-se imprescindível
assistir os companheiros
ou tutelados, pelo menos
no período infantil mais
tenro, que compreende os
primeiros sete anos de
existência carnal. Elas
vão muito à Crosta, mas
sempre em grupos, usando
as faculdades de
volitação, que, no seu
caso, são bastante
adestradas. (Cap. 30,
págs. 162 e 163)
Frases e apontamentos
importantes
78. Nem sempre agimos no
mundo com a necessária
visão; mas aqui é
possível sentir, de mais
perto, os interesses
imperecíveis daqueles
que amamos. O sentimento
elevado é sempre um
caminho reto para nossa
alma; todavia, não
podemos dizer o mesmo, a
respeito do
sentimentalismo
cultivado no círculo da
Crosta. (...) A saudade
que fere, impedindo-nos
atender à Vontade
Divina, não é louvável
nem útil. (Alfredo, cap.
26, pág. 140)
79. Tenho a impressão,
Alonso, de que Deus nos
deixa sozinhos, por
vezes, a fim de
refazermos o
aprendizado, melhorando
o coração. A soledade,
porém, quando
aproveitada pela alma,
precede o sublime
reencontro. Além disso,
você não deve ignorar
que os filhos pertencem
a Deus, que cada um
deles precisa definir
responsabilidades e
cogitar da própria
realização. (Alfredo,
cap. 26, pág. 142)
80. Os vôos de grande
altura pedem asas
fortes. (Alfredo, cap.
26, pág. 143)
81. É necessário
reconheçamos que os que
gemem e sofrem, em
qualquer parte, estão
melhorando. Toda lágrima
sincera é bendito
sintoma de renovação.
(Aniceto, cap. 27, pág.
145)
82. O criminoso nunca
consegue fugir da
verdadeira justiça
universal, porque
carrega o crime
cometido, em qualquer
parte. Tanto nos
círculos carnais, como
aqui, a paisagem real do
Espírito é a do campo
interior. Viveremos, de
fato, com as criações
mais íntimas de nossa
alma. (Aniceto, cap. 27,
págs. 146 e 147)
83. O dever possui as
bênçãos da confiança,
mas a dívida tem os
fantasmas da cobrança.
(Aniceto, cap. 27, pág.
147)
84. Não julguem que o
marido de Ismália
conseguiu essa vitória
espiritual tão somente
pelo fato de desejá-la.
Ele desejou-a,
procurou-a, alimentou-a,
e, agora, permanece na
realização. (Aniceto,
cap. 27, pág. 148)
85. Como vêem, o
ensinamento de Jesus,
quanto ao "batei e
abrir-se-vos-á", é muito
extenso. No plano da
carne, insistimos à
porta das coisas
exteriores, procurando
facilidades e vantagens;
mas, aqui, temos de
bater à porta de nós
mesmos, para encontrar a
virtude e a verdadeira
iluminação. (Aniceto,
cap. 27, pág. 148)
86. É indispensável
aprender a servir e
passar. (Bacelar, cap.
28, pág. 151)
87. O progresso humano
não é uma questão de
dias. Não tenhamos
ilusões. (Aniceto, cap.
28, pág. 151)
88. Os doentes comuns,
na Terra, muito
raramente lembram a
medicina preventiva. De
modo quase invariável,
esperam a positivação
das moléstias para
buscarem o recurso
preciso. Necessitam de
anestésicos para o
socorro do bisturi.
Fogem ao regímen tão
logo surja a primeira
melhora. Confundem o
método de tratamento,
apenas se registre o
primeiro sinal de cura.
Detestam a dor que
restabelece o
equilíbrio. (Bacelar,
cap. 28, pág. 152)
89. A cooperação dos
encarnados é outro
problema. A maioria dos
irmãos que se propõem ao
serviço, partem daqui
prometendo, mas gostam
de viver descansados, no
planeta. Poucos fogem ao
estalão comum. Raramente
encontramos companheiros
encarnados com bastante
disposição para amar o
trabalho pelo trabalho,
sem idéia de recompensa.
(...) À força de
viciarem raciocínios,
confundem igualmente a
visão. Enxergam
tormentas onde há
paisagens celestes,
montanhas de pedra onde
o caminho é gloriosa
elevação. (Bacelar, cap.
28, págs. 152 e 153)
90. E o "desculpismo"?
Nesse terreno de
assistência espiritual,
verão, um dia, quantos
pretextos são inventados
pelas criaturas
terrestres por fugir ao
testemunho da verdade
divina, nas tarefas que
lhes são próprias. Os
mordomos da
responsabilidade alegam
excesso de deveres, os
servidores da obediência
afirmam ausência de
ensejo. Os que guardam
possibilidades
financeiras montam
guarda ao patrimônio
amoedado, os que
receberam a bênção da
pobreza de recursos
monetários aconselham-se
com a revolta. Os moços
declaram-se muito jovens
para cultivar as
realidades sublimes, os
mais idosos afirmam-se
inúteis para servi-las.
Os casados reclamam
quanto à família, os
solteiros queixam-se da
ausência dela. Dizem os
doentes que não podem,
comentam os sãos que não
precisam. Raros
companheiros encarnados
conseguem viver sem a
contradição. (Bacelar,
cap. 28, pág. 153)
91. Onde a maioria vive
com a bondade, a maldade
da minoria tende sempre
a desaparecer. "Nosso
Lar", portanto, mesmo
para os que choram,
possui soberanas
vantagens espirituais.
(Cecília, cap. 29, pág.
155)
92. Em "Nosso Lar" há
muitos Espíritos
sofredores, mas em
"Campo da Paz",
conhecemos muitos
Espíritos obsessores. Lá
poderá existir muita
gente que ainda chora;
mas em nosso meio há
muita gente que se
revolta. É mais fácil
remediar o que geme, que
atender ao revoltado.
(Cecília, cap. 29, pág.
156)
(Continua no próximo
número.)