“Quando todos os
homens estiverem
convencidos de
que Deus é o
mesmo para todos
e de que o mal
vem dos homens e
não D’Ele, todos
se considerarão
filhos desse
mesmo Pai e
estenderão as
mãos uns aos
outros”. Essa é
a visão de Allan
Kardec,
quanto ao laço
fundamental que
deverá unir
todos os
religiosos do
mundo. O
antagonismo
existente entre
as religiões
está exatamente
na idéia,
generalizada por
quase todas
elas, de que
Deus é
propriedade
exclusiva da sua
crença. Neste
sentido,
alimentam a
pretensão de que
esse Deus
particular é o
único, o
verdadeiro e o
mais poderoso de
todas as demais
religiões.
Mas este é um
engano muito
grande, pois só
existe um Deus
no Universo, e
Ele é o mesmo
para todas as
crenças sob
diversos nomes:
Jeová, Oxalá,
Olodum, Tupã,
Alá, Arquiteto
do Universo ou,
simplesmente, o
“Pai Nosso”
denominado por
Jesus. O Mestre,
ao se exprimir
dessa forma,
quis dizer: Pai
dos Budistas,
Judeus,
Muçulmanos,
Umbandistas,
Católicos,
Protestantes,
Candomblecistas,
Espíritas,
enfim, de todos
os religiosos, e
também dos
ateus; afinal,
eles também são
filhos de Deus,
sendo nossos
irmãos por
conseqüência.
Na verdade, não
é o modo de crer
adotado pelos
religiosos que
importa para
Deus, mas sim a
vivência da
religião
instituída por
Jesus, baseada
no amor a Deus
sobre todas as
coisas e ao
próximo como a
nós mesmos.
Estas máximas,
segundo o
Cristo,
sintetizam toda
a Lei, isto é,
os Dez
Mandamentos, e
todos os
profetas,
conforme Suas
palavras na
Bíblia.
Aceitando assim
tais conceitos,
participei do
culto ecumênico
na passagem do
55º aniversário
de existência do
BNDES, no dia 20
de junho último,
ao lado do
rabino Sergio
Margulies, do
padre João
Batista Nunes de
Souza e do
pastor
protestante
Guilhermino
Cunha.
Na minha fala,
destaquei
inicialmente a
maturidade
espiritual do
povo brasileiro,
pois enquanto
nós, religiosos,
ali estávamos a
orar sob a
inspiração do
Criador, em
outras partes do
mundo muitas
criaturas
guerreavam e se
matavam em nome
de Deus. Em
seguida,
correlacionei os
recursos
recebidos pelo
Banco para o
desenvolvimento
do país com a
Parábola dos
Talentos (Mateus
25: 14 a 30). Ao
final, o
presidente do
BNDES, professor
Luciano
Coutinho,
conclamou os
funcionários ali
presentes a
refletirem sobre
as mensagens
recebidas.
GERSON SIMÕES
MONTEIRO é
presidente da
Fundação
Cristã-Espírita
Paulo de Tarso,
do Rio de
Janeiro, RJ, e
diretor da Rádio
Rio de Janeiro.