Galba de
Paiva
Minha filha, nem sempre
a vida é boa.
Nem tudo o que se quer
às mãos nos vem;
Mesmo a felicidade – a
que atordoa –
Não representa a síntese
do bem.
És a menor de todas...
mas, ressoa
Dentro em meu coração o
teu, também.
Minha filha, nem sempre
a vida é boa,
Mais amarguras que
alegrias tem.
Ampara-te à virtude.
Estuda e pensa.
Não cobices o fruto mal
colhido;
Resume na bondade a tua
crença!
Se casares, então, haja
o que houver,
Ama teu lar, teus
filhos, teu marido,
E, pelo sacrifício, sê
mulher!
Galba de
Paiva, poeta gaúcho,
nascido em 1893, faleceu
em 1938. Formado em
Direito no Rio de
Janeiro, desenvolveu sua
atividade profissional
como administrador e
magistrado no Rio Grande
do Sul. Autor de Hora
Azul, Elogio das Cores e
Folhas, de onde
extraímos este soneto.